𝑪𝑨𝑷Í𝑻𝑼𝑳𝑶 12: O Início do Caos

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Havia chegado a noite da estréia. Todo o elenco estava animado, principalmente, Claire, a estrela da noite. A jovem Prima-Dona estava em seu camarim, ao seu redor se encontravam camareiras e maquiadoras, preparando seu figurino.

Claire estava parada na frente do espelho enquanto uma senhora ajustava o corpete de seu vestido. A soprano conseguia sentir a presença de Erik ali, e isso trouxe um sorriso em seus lábios. Ao ter um momento sozinha, ela aproveitou para admirar-se no espelho. Dando algumas voltas, Claire analisava seu vestido com vigor, então, ouviu a voz trovejante de seu amante secreto.

- Como você está linda, minha estrela.

- Muito obrigada, mon amour.

- Estarei no meu camarote assistindo à Ópera, lembre-se de que estou lá para você.

- Pode dar-me um 'beijo de boa sorte' ?
- ela cruzou os braços.

- Claro que sim, jamais irei negar um beijo à você.

A passagem do espelho foi aberta, Erik pôs um pé para fora e trouxe a moça para seus braços, logo depois cobrindo os belos lábios avermelhados da jovem com os seus. Era um beijo tão apaixonado que ele nem se quer perceberam que alguém havia aberto a porta do camarim e a fechou silenciosamente.

- Você se sairá muito bem, e não se esqueça: Je t'aime.

- Je t'aime aussi. - ela deixou um selar nos lábios do homem, que fechou a passagem. - Como eu te amo, Erik...

Com um suspiro apaixonado, Claire saiu de seu camarim e foi em direção aos bastidores com um sorriso dócil em seu rosto. As cortinas se abriram e o espetáculo começou. A platéia estava adorando a Ópera, inclusive por causa da magnífica voz da soprano, que parecia ter ficado ainda mais melodiosa.

" Près de moi, dans la nuit oscure
Dormira! Dieu! ma main rencontrera sa main!
...

Dissipe-toi, funeste rêve!
Que l'aube du bonheur se lève
Sur l'ombre des tourments passés!
Viens! Amour, ranime mon courage! "

E uma chuva de aplausos inundaram o teatro ao final daquela emocionante ária. Claire pôde ver seu querido mascarado nas sombras do camarote número cinco. A Prima-Dona foi aplaudida por todos, e lágrimas de alegria e satisfação tomaram conta de seus olhos azuis. Ao final do espetáculo, a audiência já se retirava da Ópera e ia a caminho de casa. Claire estava andando pelo corredor escuro que daria até a cozinha, onde pegaria um pouco de comida e levaria para a casa de Erik, mas de repente, ouviu uma voz atrás de si.

- Boa noite, mademoiselle. Foi de um grande esplendor está noite.

A jovem virou-se para ver quem era e viu um homem alto que usava um sobretudo preto. Claire ficou pálida, seus respiração acelerou e seu coração batia com força dentro de seu peito.

- O que houve? O gato comeu a sua língua, Claire? - o homem colocou uma mão sobre o ombro da moça.


- Vá embora!

- Você achou que fugiria de mim, sua praga? - sua mão enluvada encolveu o pescoço da soprano. - Oh, agora você quer ficar calada, não é? Está tremendo! Que gracinha.

- Me solte!

- Você está muito parecida com Elizabeth, bem, aquela prostituta mereceu morrer.

- NÃO OUSE FALAR DA MINHA MÃE, SEU VERME MISERÁVEL! - ela usou seu cotovelo para nocautear o homem no abdômen. Ele a soltou com um sorriso sádico nos lábios.

- Ah, onde aprendeu isso? Com os ciganos?

- Me deixe em paz! Vá embora! - ela tentou correr, mas foi puxada de volta.

- Eu jamais irei deixar você ir até vê-la morta! - O homem tirou uma faca de seu bolso e a estava pronto para esfaquear a jovem, até que caiu no chão.

Erik estava com um castiçal na mão, e com ele acertou a cabeça do sujeito. Claire se atirou nos braços de seu amado e começou a chorar. Seu pequeno corpo tremia assustado e seus soluços silenciosos tomavam conta do corredor escuro.

- O que aconteceu, Claire? - o mascarado tentou levantar o rosto da moça, mas ela apenas o afundou mais no pescoço de Erik.

- M-Me... - sua voz falhava, como se novamente ela fosse uma criança. - Me tire d-daqui...

Os dois caminharam até as sombras e adentraram numa passagem. O trajeto até o covil de Erik foi silencioso, Claire nunca esteve tão calada antes. Os músculos da jovem estavam rígidos, suas mãos suavam e ela agarrava com força o braço do mascarado. Quando chegaram, ele a colocou deitada em sua cama e sentou-se ao lado dela, alisando sua bochecha esquerda com o polegar.

- Você está segura agora, meu amor. Ninguém vai machucá-la. - ele deixou um beijo casto na testa da mulher. - Quem era aquele homem?

- Ele...Ele era - ela se calou por um tempo, seus olhos se enchendo de lágrimas novamente. - Meu pai...

- Deus, como ele-

- Erik, tem uma coisa que eu não contei à você... - sua pequena mão envolveu a do homem. - Eu vim para Paris fugindo dele, ele me persegue desde que descobriu que eu estou viva. E-Eu pensei que ele não iria me achar, ele mora bem distante de Paris, m-mas ele me encontrou, e agora ele pode machucar você também se ele o descobrir!

- Claire.

- Eu tenho que ir embora o mais rápido possível. Eu não quero que ele te machuque por minha causa, tenho que ir. E-Ele...

- Claire! - Erik apertou gentilmente a mão da jovem. - Você quer perder toda a sua vida fugindo dele? Eu estou aqui, vamos lutar juntos, lado à lado. Nem que eu tenha que mover montanhas, eu moverei apenas para ver você livre daquele monstro!

- Ah, Erik... - ela o abraçou. - Eu te amo, eu te amo demais...Se não fosse por você eu estaria morta.

- Eu vou sempre estar aqui, ao seu lado. Irei te proteger de todo mal, inclusive de seu pai. Você, minha estrela, que me trouxe de volta à vida, e jamais saberei como retribuir tal favor.

- Me amar já é a maior retribuição que você pode me dar.

- Você é incrível, Claire. - o mascarado colocou a mão no queixo da jovem, fazendo com que ela olhasse fixamente para ele. Eles acabaram com a distância que estava entre eles e juntaram seus lábios.

Enquanto isso, numa carruagem que ia em rumo à uma propriedade que ficava à quilômetros de Paris, estava ele:
Valentin Bertrand. Um dos homens mais podres que havia já pisado nesta terra, e ele bolava um plano diabólico contra sua odiava 'filha'. A que rumo essa história irá tomar a partir de agora?

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E agora, o que será que Valentin planeja contra a Claire? Bom, teremos muitas reviravoltas pela frente, fiquem ligados!

𝑵𝑬𝑽𝑬𝑹𝑴𝑶𝑹𝑬 - O Fantasma da ÓperaOnde histórias criam vida. Descubra agora