A noite caiu em Paris e nenhum parisiense transitava pelas ruas da bela cidade. Os ventos sopravam fortemente, fazendo com que as folhas das árvores balançassem freneticamente.
Erik estava entediado e resolveu dar um pequeno passeio por Garnier. Ele permanecia entre as sombras, andando silenciosamente. Então, subtamente ouviu um som de passos apressados que ficavam cada vez mais próximos.
— Se acalme, não vou machucá-la!
— era a voz de Claire.Olhando ao redor e vendo que não havia ninguém por perto, o mascarado se apeoximou da jovem e a puxou para um canto um pouco mais privado de luz. Inicialmente ela se assustou, mas ao ver o brilho da máscara branca de Erik, soltou um suspiro de alívio.
— Que susto você me deu! — a jovem soltou um gemido de dor. Então o homem viu que ela carregava algo em seus braços que estava enrolado em um pano.
— O que é isso? — ele perguntou. — E por que seus pulsos estão sangrando?
— Ah, é uma longa e dolorosa história.
— ela amostrou o que segurava, era uma gata. — Encontrei ela em meio ao lixo, está com a pata machucada e faminta. Eu precisava ajudá-la.— Me deixe segurá-la, se não ela continuará ferindo você. — Erik pegou cuidadosamente a felina e a envolveu em sua capa. — Venha, Claire.
O animal rosnou algumas vezes, mas relaxou e ficou imóvel enquanto era segurada pelo mascarado. Os três seguiram em rumo para o camarim da soprano. Ao chegarem lá, Claire trancou a porta e olhou para Erik e a gata. A bela gata siamesa ronronava enquanto recebia uma breve carícia do homem, que tinha uma expressão de paz em seu rosto.
— Acho que ela gostou de você mais do que de mim. — ela olhou para os braços arranhados. — Colocarei um pouco de leite para nossa pequena amiga. — a moça pegou uma tigela e colocou um pouco de leite da garrafa que estava dentro de uma cesta. — Pronto.
A felina aproximou-se da tigela e encarou por um momento a mulher que estava agachada à sua frente. A gata começou a lamber as feridas e logo depois voltou para beber seu leite. Claire sorriu e acariciou o pelo da siamesa.
— Que nome podemos dar à ela?
— perguntou a jovem.— Que tal...Ayesha? — sugeriu Erik.
— É perfeito.
— E os arranhões, estão doendo muito?
— sua voz emanava um tom de preocupação.— Não, está tudo bem. Não se preocupe comigo.
Ayesha esfregava sua cauda pelas pernas dois dois. Com cautela, Claire se abaixou para pegá-la e obteve sucesso. A gata ronronou enquanto recebia carícias da moça. A jovem aproximou-se do mascarado para que ele também pudesse acariciar o pelo da felina.
— Leve ela para morar com você lá embaixo. Ayesha será um ótima companhia.
— Eu...gostei dela. — ele esboçou um leve sorriso.
— Vou ajudar a cuidar dela sempre que puder. Também gosto de nossa nova companheira.
Claire observava a gata ronronar em seus braços enquanto recebia as carícias de Erik, será que eram tão boas assim? Por um momento, ela quis estar no lugar de Ayesha para saber qual a sensação de ser acariciada pelo homem. A pequena fechou os olhos e caiu no sono no colo da soprano.
— Ah, ela é uma gracinha. — disse a moça. Claire pegou uma almofada e colocou a gata deitada sobre ela. — É melhor deixá-la descansar um pouco. — ela bocejou.
— Digo o mesmo para você. Boa noite, Claire.
— Boa noite, Erik. — Claire assistou o rapaz passar pelo espelho e fechar a passagem. Ela ccobriu o espelho com o mesmo pano vermelho e começou a desamarrar o laço do corpete do vestido.
Em cerca de alguns minutos, ela estava vestindo sua camisola branca e pronta para dormir. A moça deitou-se e fechou os olhos, mas antes que conseguisse cair no sono, sentiu um pequeno movimento ao seu lado e ouviu o miado de Ayesha. A gata se acomodou ao lado da jovem, fazendo com que ela sentisse uma certa alegria ao saber que tinha alguém que zelava seu sono. E a Prima-Dona adormeceu profundamente.
Com o som abafado dos sinos da Catedral à tocar, Claire despertou de seu sono. A pequena Ayesha estava deitada em meio aos lençóis, dormindo tranquilamente. A mulher bocejou e esfregou os olhos, havia tido uma boa noite de descanso e seu corpo ainda estava relutante para levantar-se e encarar o dia que estava começando.
— Ah, queria poder dormir como você, Ayesha. — ela riu. — Poder dormir até tarde sem se preocupar. Infelizmente, não sou uma gata.
C
laire se levantou e foi em direção ao banheiro para tomar um banho e escovar os dentes. Após realizar sua higiene, a moça foi até seu guarda-roupa à procura de um vestido para usar no dia de hoje. Depois de algum tempo escolhendo, pegou um vestido no tom vermelho bordô. Aquele era seu vestido preferido por causa de sua cor. Claire amava vermelho, a fazia lembrar das rosas, das maçãs e do retrato de sua mãe, que nunca teve a chance de conhecer. Seu nome era Elizabeth, ela era uma mulher de cabelos castanhos e olhos azuis, e no retrato que Claire admirava quando era criança da vestia um vestido vermelho bordô. Para a sorte da soprano, ela havia herdado a aparência de sua mãe, e não a de seu terrível pai, cujo ela detestava se quer pensar sobre aquele homem perverso.
Deixando seu passado para trás, Claire vestiu-se e encarou o espelho coberto. Agarrando as dobras do tecido, ela o tirou de cima do vidro, que agora refletia a imagem da mulher. Ela olhou para o espelho e tocou sua superfície, talvez devesse ir visitar Erik antes de ir dar as caras para o mundo. Ayesha eencarava a jovem enquanto a mesma abria a passagem. Claire pegou a gata nos braços e começou a atravessar o corredor escuro, que agora estava iluminado por algumas tochas. O caminho até o covil foi silencioso, apenas era possível ouvir o som dos passos da soprano sobre o pedregulho. Finalmente, havia chegado a morada de Erik. Colocando Ayesha no chão, a gata observava o ligar atentamente, dando curtos passos pelos arredores.
— Erik, você está aqui? — perguntou a jovem.
— Claire. — era Erik. O homem trajava uma camisa branca, calças pretas e um par de botas da mesma cor, e como de costume, sua máscara estava perfeitamente posicionada em seu rosto. — O que faz aqui tão cedo?
— Vim desejar um bom dia para você. Ah, e também para deixar Ayesha aqui para te fazer companhia.
— Bom, obrigado. — ele olhou para a gata que estava dando voltas ao redor de suas pernas. O mascarado abaixou-se e acariciou o pelo da felina.
Claire estava em uma espécie de transe enquanto observava Erik dar carinho na gata. Ele era tão delicado e gentil, suas mãos hipnotizavam a moça que assistia à cena com um brilho nos olhos. Por um momento, ela fantasiou aquelas mesmas mãos explorando cada pedaço de seu corpo. Claire repreendeu-se ao ter tais pensamentos, era algo inapropriado e Erik era seu melhor amigo. Então, o homem voltou a ficar de pé e olhou fixamente para a jovem.
— Espero que tenha um bom dia na Ópera, Claire. — sua mão hesitava em tocar no rosto da soprano.
— Igualmente. — ela deu um passo à frente e encarou os belos olhos de Erik. — Te vejo mais tarde, Erik. — e antes de partir, ela beijou a bochecha do rapaz, que ficou imóvel enquanto a via sumir de sua vista.
— Essa garota...
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𝑵𝑬𝑽𝑬𝑹𝑴𝑶𝑹𝑬 - O Fantasma da Ópera
FanfictionApós a partida de Christine, juntamente com o incêndio do Palais Garnier, a Ópera foi abandonada, até ser comprada e reconstruída. Com a reinauguração do teatro, uma dama misteriosa se torna Prima-dona e encanta todos com sua bela voz, inclusive o t...