Cerca de dois dias se passaram, Claire ainda tinha a sensação de ser observada e aquilo lhe dava medo de sair de seu camarim, mas sentindo que Erik estava por perto trazia tranquilidade.
Era uma tarde agradável e a soprano estava saindo da Ópera para ir dar um breve passeio pela cidade, mas ela tinha uma faca em sua bolsa, o que a ajudaria se estivesse em perigo. Enquanto caminhava pelas estradas movimentadas, ouviu alguém chamá-la. Virando-se para ver quem era, encontrou um rapaz ofegante e cansado após ter corrido atrás da moça, ele endireitou a postura e, para a surpresa de Claire, ele à abraçou.
- Como senti sua falta, prima querida!
- Espere, deve estar me confundindo com alguém... - ela se separou do abraço e analisou o homem à sua frente, o reconhecendo pelas sardas e olhos verdes.
- Jean?!- Sim, Claire, sou eu!
- Primo, que saudade! - a jovem o abraçou, relembrando os momentos de infância que tiveram juntos. Eles eram inseparáveis e nutriam o mesmo desgosto por Valentin, juntamente de sua tia, Camilla.
- Venha comigo, preciso urgentemente alertá-la sobre um perigo eminente e também revelar verdades não ditas.
- Jean, o que está havendo? Para onde vamos?
-
Apenas me siga, juro por minha vida que valerá à pena, prima. Não posso discutir sobre isso aqui, pois minha mãe necessita vê-la. Há muitas coisas sobre seu passado que você nunca nem imaginou serem possíveis.
- Então vamos, quero que conte-me tudo.
Eles entraram em uma carruagem e Jean deu as coordenadas do destino desejado. Os dois passaram a viagem conversando e, alguns minutos depois, chegaram em uma bela casa se telhado azul. Os primos desceram da carruagem e pagaram o cocheiro. Adentrando na casa, Claire notou que era repleta de fotos e uma delas era a imagem de sua mãe.
- Você está idêntica à ela. - falou Jean enquanto olhava para o quadro.
- Sim, queria muito ter a conhecido...
- Filho, já voltaste? - uma senhora apareceu no corredor, ela trajava um vestido verde com alguns detalhes dourados, seu cabelo preso em um coque sutil. Claire ficou boquiaberta, era sua tia Camilla.
- Tia!
- Oh, Claire! - a mais velha correu em direção à jovem e a abraçou com força.
- Que bom que está aqui, venham vocês dois, me sigam.Claire foi atrás de sua tia e seu primo, eles chegaram em uma sala aconchegante onde haviam muitos livros e objetos antigos, parte da coleção de Albert Fontaine, um grande colecionador e falecido marido de Camilla. A senhora sentou-se numa poltrona e Claire num pequeno sofá junto de Jean.
- Querida, você já sabe que seu pai a persegue e quer matá-la. Eu sinto muito por recebê-la desse jeito, mas o tempo urge!
- Pode prosseguir tia, Jean me disse que há muitas coisas que não sei.
- E realmente há, Claire. Bom, vamos começar do começo. - ela respirou fundo e encarou a jovem. - Há muitos anos atrás, sua mãe, Elizabeth, teve um casamento arranjado com Valentin Bertrand. Ela o odiava com cada fibra de seu ser, mas tinha esperança de que alcançaria a paz que ela tanto desejava. Um dia, Valentin contratou um músico para tocar o piano que recebeu como presente de casamento, como ele sabia que sua esposa amava música e isso a deixaria entretida e o deixaria mais sossegado da presença de sua mulher impertinente, Valentin abriu as portas para o pianista.
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𝑵𝑬𝑽𝑬𝑹𝑴𝑶𝑹𝑬 - O Fantasma da Ópera
FanfictionApós a partida de Christine, juntamente com o incêndio do Palais Garnier, a Ópera foi abandonada, até ser comprada e reconstruída. Com a reinauguração do teatro, uma dama misteriosa se torna Prima-dona e encanta todos com sua bela voz, inclusive o t...