Violet
- Eu quero meu dinheiro, seu bandidinho de merda. - Meu pai grita tentando parecer forte, mas no fundo sei que está desesperado.Miguel gargalha olhando para Pedro que ri de volta.
- Você não está em posição de fazer exigências, hijo de puta. Basta um sinal e você e todos os seus homens morrem.
- Qualquer movimento que fizer, eu mato ela. - Terence me aperta mais ainda contra seu corpo.
Tento respirar calmamente, mas a situação não me permite. Depois de tudo o que meu pai fez, atirar em mim seria o de menos.
- Se você fizer isso é um homem morto, Chase. Qualquer coisa que você fizer com minha mulher, eu vou fazer pior com você, pode ter certeza disso. - Nunca vi Miguel tão assustador assim. Seus olhos estão sombrios e cerrados, e suas mãos apertam seu colete a prova de balas com força.
Sinto meu pai tremer ao meu lado. Ele está claramente com medo. Terence não é um cara de conflitos cara a cara, ele apenas manda alguém fazer o serviço sujo. É um covarde.
- Podemos resolver isso tranquilamente apenas transfira o dinheiro pra mim e assim eu te entrego Violet. - Me enojo da forma como me trata como mercadoria.
Miguel encara o homem gigante que ainda não sei o nome e faz um sinal como se pedisse aprovação. Em resposta, ele acena confirmando seja lá o que for.
- Vamos fazer o seguinte. Você me dá Violet e só depois eu te dou as maletas com o dinheiro.
- Nem pensar, não vou cair nos seus truquezinhos. - Meu pai exclama.
Meu namorado faz um sinal para Alfonso que abre o porta malas de um dos carros estacionados e traz consigo várias maletas que provavelmente contém dinheiro dentro. O garoto abre cada uma delas revelando os milhares de dólares.
- O dinheiro é todo de vocês, mas antes me entreguem Violet e aí, deixo vocês irem embora.
Terence fica indeciso. É claro que tudo o que ele quer é pegar o dinheiro e retomar a sua antiga vida fútil. Fecho os olhos e torço para que meu pai aceite. Não vejo a hora de todo esse pesadelo acabar.
- Vamos aceitar esse dinheiro logo, Terry. Esses saltos estão me matando. - Minha mãe reclama.
- Nem pensar, Chase. Não podemos confiar na palavra dele. - Juancho se manifesta pela primeira vez.
Miguel olha irritado para o primo. É a primeira vez que se veem desde que ele descobriu a verdadeira índole de Juancho. Chega a ser estranho ver duas pessoas que se consideravam irmãos, se encararem como dois adversários.
- Diferente de você, Juan Alberto, eu compro com o que digo. - O primo ri debochado.
- Olha só, o tão incrível e superior, Miguel. - Ele diz teatralmente. - Esse é seu maior defeito, priminho, sua honra. Nesse mundo em que vivemos, ela não vale de nada.
- Chega dessas tretas familiares, não é o momento pra isso. - María se pronuncia também. Ela está tão diferente do que eu me lembro, parece mais centrada, o que se prova que estava interpretando um papel quando apareceu em Tijuana. - Entrega a fedelha e pegamos o dinheiro, afinal era tudo o que queríamos, cariño.
María acaricia o peito de Juancho, tentando o convencer.
- Conheço Miguel, sei que é apenas mais uma das armações dele. Não podemos confiar. - Ele insiste.
O silêncio se instala por alguns minutos e a tensão paira no ar. Parece que uma bomba está prestes a explodir a qualquer momento.
- Tudo bem. - Meu pai quebra o silêncio. - Eu aceito. Entregamos Violet e você nos dá o dinheiro.
- Não faça isso... - Juancho grita, Terence levanta a mão o interrompendo.
- Os seus problemas com Miguel resolva em outro lugar. Quero o dinheiro.
Miguel sorri satisfeito e aguardo meu pai me soltar. Quando ele me empurra para frente, corro aliviada para os braços do meu namorado o apertando com força. Ele me aperta de volta, cheirando meu pescoço.
- Você está bem, amor? - Miguel segura meus ombros e verifica cada canto do meu corpo pra ver se estou bem. Quando vou responder, Terence nos interrompe.
- Chega dessa palhaçada, me entregue o dinheiro agora.
Enquanto estou em seus braços, Miguel faz um sinal para Alfonso e outros de seus homens entregarem as maletas lotadas de dólares. Meu pai passa o olho verificando cada um delas e em seguida sorri satisfeito.
- É bom fazer negócios com você, Herrera. Até a próxima.
Estranho toda a situação, foi muito mais fácil do que imaginei. Achei que haveria relutância ou até mesmo mais desconfiança, mas foi tudo tão rápido.
Mal tenho tempo de concluir o pensamento quando Terence vira para trás e se prepara para ir embora junto de Salma, Juancho o empurra e rouba sua arma em seguida.
- Isso não vai ficar assim! - Ele grita e aponta-a em minha direção. - É tudo sua culpa, sua piranha desgraçada.
- Juancho, não... - María grita.
Antes que alguém possa fazer qualquer coisa, ele dispara em minha direção. É tudo muito rápido, apenas fechos os olhos preparada para sentir o impacto e a dor, no entanto não sinto nada. Abro meus olhos e vejo Alfonso caído no chão com uma das mãos segurando seu braço ensanguentado.
- Alfonso. - Grito desesperada.
De repente, em menos de um segundo, um dos homens de Miguel dispara e acerta a perna de Juancho que cai no chão. Em seguida, um tiroteio violento se inicia.
- Vá para trás do carro, Violet. - Miguel ordena bruscamente enquanto pega sua arma e começa a atirar me protegendo. - AGORA!
Ainda estou em choque com a situação, mas faço que ele pede. No entanto, antes ajudo Alfonso a se levantar e juntos nos escondemos atrás de um dos carros. Ele se senta do chão e encosta as costas no carro com uma careta de dor.
- Por que fez isso? - Falo desesperada. - Você poderia ter se ferido gravemente.
- Nunca deixaria ninguém machucar você e o bebê, patroa. - Sorrio e acaricio seu rosto.
Em seguida, pego a barra do meu vestido, rasgando-a com toda a força e amarro-a no braço de Alfonso para estancar o sangramento. Ele geme um pouco de dor.
O tiroteio continua. Fico preocupada com Miguel e quero saber o que está acontecendo, mas sei que pode ser fatal qualquer movimento que eu faça. Então me sento ao lado de Alfonso tremendo de medo e ansiedade. Abraço minhas pernas e tento me tranquilizar, mas os barulhos dos tiros me impedem.
- Fique tranquila, Vi. Miguel já fez isso várias vezes e vai conseguir escapar. - Ele tenta me acalmar.
Não sei quanto tempo se passa, mas fecho os meus olhos tentando imaginar coisas positivas para me distrair dos gritos e tiros. Depois de um tempo, o barulho vai cessando, porém ao invés do meu medo passar, ele só aumenta. Será que Miguel está bem?
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A Mulher do Chefe
RomanceEla é filha de um milionário e se encontra presa num casamento arranjado. Ele é líder de de uma gangue e não quer se envolver com nenhuma mulher. Ela foge em busca de sua liberdade. Ele oferece proteção. Ambos não conseguem evitar a atração que sent...