Capítulo 39

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Violet

- Amor, eu não fiz nada... - Miguel continua tentando se explicar, mas eu levanto minha mão como um sinal pedindo para que feche a boca. E ele faz exatamente isso.

- Depois conversamos, meu assunto é com essa piranha aqui. - Murmuro entre dentes, tentando controlar meu ódio.

Não quero que María ache que conseguiu prejudicar nossa relação, que é exatamente o que ela quer. Sei que não gosta de Miguel de verdade, a mulher faz isso apenas para nos separar ou causar discórdia a mando de Juancho. Os dois são da mesma laia e tenho certeza que estão envolvidos nessa palhaçada. Qualquer imbecil pode ver que isso é uma armação.

Nos encaramos como duas oponentes. Me aproximo dela, sem desviar os olhos em nenhum momento.

María está sentada na cama usando apenas uma roupa íntima um tanto provocante. Ela me olha de volta com um ar debochado, achando que cumpriu se objetivo, mas ela não me conhece, mexeu com a mulher errada e vou colocá-la no lugar dela.

- Você vai mesmo culpar a mulher ao invés do homem traidor? Achei que fosse melhor que isso, Violet Chase.

- Como sabe meu sobrenome? Andou pesquisando sobre mim? Não sabia que tinha uma fã. - Debocho dela e por um segundo vejo seu olhar mudar um pouco. - Ou será que me conhece por que é uma das amantes do meu pai?

- Como sabe? - Sua voz esganiçada soa preocupada.

- Não é da sua conta, agora me diz por que fez esse teatro todo? Acha mesmo que Miguel é como meu pai, que se encanta por qualquer rabo de saia? Você sabia que não conseguiria seduzi-lo, então armou essa cena toda para nos separar. - Seu sorriso sarcástico retorna com toda força.

- Acho que você não o conhece de fato, querida. Miguel nunca se prendeu a ninguém, sempre que via qualquer mulher, ela parava na cama dele. - Ela se levanta com o peito estufado. - Pergunte para todas as prostitutas da boate e veja quantas já passaram uma noite com ele. Não se ache tão especial.

Engulo todo meu ciúmes por conta dessa informação para não demonstrar que me abalou e assim María se sinta vitoriosa.

- Eu o conheço sim, conheço Miguel como ninguém. Isso tudo que você falou é passado e não importa mais, querida. Hoje ele é meu homem, que me respeita e é fiel a mim. - María solta uma risada alta.

- Quem avisa amigo é! - Chego em meu limite de paciência.

- Escuta aqui, sua piranha. Você vai vestir sua roupa e sair da minha casa, antes que eu te tire pelos cabelos. - Mal me reconheço quando digo isso. Normalmente, sou uma pessoa tranquila que evita brigas, mas essa vadia me tira do sério.

María me encara como se me desafiasse a cumprir o que falei.

- Quero ver se você é capaz. - Ela diz com gosto.

- Você acha que eu tô brincando?

Assim que ela termina de vestir a roupa, eu pego os fios do seu cabelo com força, fazendo María se assustar e gemer de dor.

- Me larga, sua louca. - Ela grita histericamente. - Me ajuda, Miguel.

Ele apenas dá de ombros e abre caminho para que eu arraste a víbora para fora. Desço as escadas com a mão ainda segurando seu cabelo e vou até a entrada de casa. Os homens de Miguel nos encaram surpresos, mas não dizem ou fazem nada.

- Eu quero essa aqui fora de Tijuana agora. - Eu digo, mas eles não parecem me levar a sério. - Não vou repetir, quero que levem essa vagabunda até a casa dela para pegar suas coisas e ir embora daqui.

A Mulher do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora