Capítulo 25

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Miguel

Alguns dias depois

Termino de verificar as drogas quando ouço meu radinho tocar. Como no galpão o sinal é ruim, sempre me comunico com meus homens através dele.

- Chefe. - Ouço a voz de Alfonso, um dos moleques que está iniciando na gangue, e sua tarefa é verificar quem entra e sai do galpão. - A patroa está entrando.

Não escondo o sorriso quando ouço o "patroa". Violet detesta que a chamem assim, mas como as notícias por aqui correm rápido, todos já sabem que estamos juntos e só a chamam assim. A última primeira dama que Tijuana teve foi minha mãe há mais de vinte, minha tia foi apenas temporária. Então, quase todos receberam essa notícia com alegria, mas sempre tem alguns invejosos que não se contentam com nada.

Ser mulher do líder não é fácil, porque acaba sendo alvo de inimigos por ser o elo mais fraco e além disso tem algumas obrigações. Como organizar e aprovar as feiras e festivais que acontecem por aqui, e também ela tem que me acompanhar em algumas viagens e eventos de aliados.

Violet está completamente decidida sobre nós e fico muito feliz com isso. É claro que ficamos preocupados com futuras ameaças, mas eu irei protegê-la nem que seja a última coisa que eu faça.

Quando vejo ela entrando pelo galpão, meu rosto que estava sério se transforma, Violet sempre desperta o melhor de mim. Passo os olhos por todo seu corpo e só consigo pensar no quão sortudo eu sou. Ela usa um vestido curto verde musgo e tênis, seus cabelos estão presos em coque malfeito, porque hoje está relativamente muito quente em Tijuana.

- A que devo a honra da sua presença, patroa? - Brinco fazendo uma reverência arrancando uma risada dela.

- Está muito engraçadinho hoje. - Ela se aproxima, me dá selinho e se afasta em seguida, mas não me dou por satisfeito.

- Me beija direito, porra. - Puxo-a pelos quadris em minha direção e grudo nossos lábios bruscamente. Beijo Violet intensamente, arrancando suspiros e gemidos. Quando me dou por satisfeito, afasto meu rosto, mas continuo com nossos corpos grudados. Cheiro seu pescoço e aperto sua bunda com força.

Ainda não saímos dos beijos. Percebi que Violet não estava brincando quando disse que era inexperiente e acredito que seja virgem ainda. Então, mesmo sendo um cara com muita experiência, não pretendo passar dos seus limites.

- Pra quem não gostava de toques, você está adorando manter suas mãos em mim. - Ela brinca. Tiro meu rosto do seu pescoço e a encaro.

- Com você é diferente, Violet. Com você tudo é diferente. - Trocamos mais um beijo. - Está precisando de alguma coisa?

- Eu vim por dois motivos, um é que Lupe fez almoço e trouxe pra você, porque o senhor precisa se alimentar melhor. - Bufo me sentindo uma criança.

- Mal começamos e já quer mandar em mim?

- Sim. - Ela diz na maior cara de pau. - E também precisamos conversar sobre o festival de tacos que eu, Gabriela e Tereza queremos organizar.

- Tá certo, vamos comer na minha sala e aí já resolvemos isso.

Violet está sentada no meu colo enquanto fala sobre o tal festival que elas querem organizar

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Violet está sentada no meu colo enquanto fala sobre o tal festival que elas querem organizar. A ideia é fazer várias barracas de tacos de diversos sabores, convidar toda comunidade, e a forma de pagamento seria através de doações de brinquedos para crianças, já que o natal está cada vez mais próximo.

- Precisamos da sua autorização pra isso e se alguns dos seus homens poderiam nos ajudar a montar as barracas.

- Posso providenciar isso. Vocês precisam de dinheiro também? - Acaricio sua coxa com uma mão, enquanto trago o meu cigarro com a outra.

- Não precisa, Miguel. Eu e Gabriela juntamos...

- Quanto vocês precisam? - Interrompo, porque sei que ela não quer aceitar por vergonha, mas quero ajudar de qualquer forma.

- Não vai ser necessário... - Ela insiste.

- Me manda a lista do que vocês vão precisar e deixa que eu mando comprar.

- Você sabe que não precisa.

- Mas eu quero fazer isso.

Violet me olha com os olhos brilhando e dá um sorriso me abraçando.

- Muito obrigada.

Ela segura meu rosto e me dá um beijo singelo, mas eu não aceito só isso. Seguro sua nuca devorando seus lábios. Nossa línguas se entrelaçam buscando por espaço e arrancando gemidos de nós dois. Violet leva sua mão ao meu pescoço e o arranha, arfo completamente descontrolado.

Seguro suas coxas e me levanto levando seu corpo junto, e o coloco me cima da mesa em seguida. Ela solta um gritinho surpresa, mas continua me beijando. Me posiciono entre suas pernas e arrasto minhas mãos pelas suas coxas, levando-as para dentro do vestido. Estamos tão entorpecidos com o momento que não percebemos quando alguém entra na sala. Violet pula da mesa quando ouve um pigarreio.

- Desculpa interromper. - Juancho diz enquanto nos encara.

Ela fica vermelha e ajeita o vestido rapidamente. Eu apenas encaro meu primo com raiva por não ter batido na porta e ter nos interrompido.

- Não sabe bater na porta não, hijo de puta?

- Foi mal, primo, mas preciso falar algo muito importante.

- Bom, vou deixar vocês trabalharem. - Quando ela vai passar por mim para sair da sala, eu seguro seu braço e dou um beijo pouco me fodendo se Juancho está presente.

- Mandei limpar a piscina para usarmos quando eu voltar, então me espera de biquíni. - Sussurro em seu ouvido. Ela sorri com o rosto corado e em seguida sai da minha sala.

Me viro para meu primo que me olha de forma estranha.

- Espero que seu relacionamento não atrapalhe seus objetivos, primo. - Cerro meus olhos não entendendo onde ele quer chegar. - Não me leve a mal, é apenas um conselho. Elas começam nos fazendo perder a cabeça, nos distraindo e depois tiram tudo de nós, começando pelo dinheiro.

- Olha, se eu fosse você Juancho, eu tomava conta da sua vida. Violet não é como você pensa.

- Tem certeza? Depois que ela chegou, um monte de merda começou a acontecer. Você matou um de nossos garotos, ameaçou aliados e a agora o galpão leste pegou fogo.

Arregalo meu olhos surpreso.

- Pegou fogo?

- Sim, perdemos quase meio milhão de dólares em drogas.

- Puta madre! Como essa merda aconteceu? - Digo furioso.

- Tudo indica que Terence está envolvido, porque encontramos uma mensagem deixado do lado de fora. - Ele me entrega um papel todo sujo de fuligem.

Você vai pagar por tudo que me fez, seu bandidinho de merda.

- Quem garante que a garota não está envolvida nisso? Afinal como ele entrou em nosso território?

Confesso que o que Juancho me contou me deixa com uma pulga atrás da orelha, mas prefiro acreditar que Violet nunca faria algo assim. Mas agora, alguém de Tijuana está me traindo e eu preciso saber quem é.

- Vamos investigar essa porra, agora. - Meu primo me olha satisfeito e aciona seu radinho.

A Mulher do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora