Capítulo 17

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Miguel

Tiro minha camisa suja de sangue e jogo no lixo. O garoto a minha frente está jogado no chão com a mão que bateu na bunda de Violet quebrada. Solto uma risada sarcástica. Nem parece que o merdinha estava se sentindo o maioral por ter assediado uma mulher.

Soube também que ele assediava outras mulheres e chegou a estuprar uma menina, que se suicidou depois do que aconteceu.

- Pode matá-lo, chefe? - Um dos meus homens pergunta.

- Pode. Depois coloca fogo.

Não sou um cara piedoso, se fez merda, vai morrer. Sei que Diego era jovem, mas já tinha idade o suficiente para saber as regras e decidiu quebrá-las, porque quis. Tem que arcar com as consequências. Além do mais, um assediador a menos no mundo não faz falta.

Estou saindo do galpão, indo em direção a minha moto para finalmente ir para casa, quando Juancho chega com sua moto. Ele para em frente a mim e tira seu capacete. Seus punhos estão cerrados e a medida que avança em minha direção, vejo seu rosto com uma carranca.

- Tá maluco, cara? Matou nosso melhor traficante por causa da puta lá? - Mal termino de ouvir essa frase e já voo em sua direção, transferindo um soco em seu rosto. Minha mão dói por causa da força da pancada, mas estou pouco me fodendo.

Meu primo me encara puto da vida, porém não dou a mínima. Já brigamos de socos várias vezes e agora não vai ser diferente.

Ele se levanta e revida o soco. Passo a mão no rosto tirando o sangue da minha boca e volto a batê-lo. Chega um momento em que derrubo Juancho no chão, o imobilizando.

- Lava sua boca pra falar dela, cuzão. - Me sinto transtornado. Parece que ao falar de Violet dessa maneira, sinto vontade de encher a cara dele porrada até retirar o que disse.

- Tá apaixonadinho por ela, Miguel? Não vê que ela só tem interesse no que você tem e não no que você é? - Ele grita.

- Primeiro, abaixa seu tom de voz. Tá achando que tá falando com quem? Eu sou o seu líder, caralho. Tá questionando a porra da minha decisão por quê? - Seguro seu colarinho enquanto grito de volta. - Violet é uma menina honesta, não é o tipo de puta que você se envolve. Ela só quer ser livre, Juancho.

Meu primo solta uma risada debochada.

- E desde quando ficou sensível assim, cabrón? Pensei que o grande Miguel fosse aquele que fode e não se apaixona. - Juancho cospe o sangue que estava em sua boca. - Depois que a patricinha chegou, ficou todo obcecado. Se quer comer, vai lá e faz, agora matar um dos nossos por causa dela é outra coisa.

Meus sentimentos confusos por Violet só dizem respeito a nós dois e não a ele. Juancho é meu primo, mas não tem que se meter na minha vida.

- Eu matei o merdinha, porque ele era a porra de um assediador e estuprador. Você sabe minhas regras e sabe que não dou segundas chances. Agora, vai embora cuidar da sua cara, porque temos um jantar daqui a pouco. É bom que se comporte, Juancho.

Subo na minha moto vestindo meu capacete e dou partida.

Assim que chego em casa, vou direto para a sala de estar, onde Violet está sentada mexendo em seu celular

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Assim que chego em casa, vou direto para a sala de estar, onde Violet está sentada mexendo em seu celular. Quando percebe minha presença, sua expressão facial vai de felicidade para confusão.

Estou sem camisa coberto de sangue. Sei que ela não deve estar acostumada com esse tipo de cena, mas minha vida é assim. Ela tem que se acostumar, porque muitas vezes vou chegar desse jeito em casa.

- Miguel. - Ela corre em minha direção.

Violet está linda. Ela usa um vestido branco e longo, nós pés usa um salto médio e seus cabelos estão ondulados e soltos.

- Você está linda. - Ela cora com minha declaração, mas a ignora, voltando sua atenção para o sangue em meu corpo.

- O que aconteceu? Você se machucou? - Violet soa preocupada.

- Fica tranquila, princesa, a maioria não é meu. - Debocho.

Ela me olha irritada e ao mesmo tempo chocada. Sei que a cabeça de Violet deve estar confusa, mas mesmo assim, ela parece se preocupar comigo e querer cuidar de mim.

- Olha, vai tomar um banho, porque estamos atrasados pro jantar e depois eu cuido dos seu ferimentos.

Me surpreendo com sua resposta. Achei que ela ia surtar, mas está reagindo muito bem.

Aceno com a cabeça e vou em direção ao meu quarto para fazer o que ela mandou.

Aceno com a cabeça e vou em direção ao meu quarto para fazer o que ela mandou

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- Relaxa, Violet, meu tios não mordem. - Brinco para ela descontrair.

Violet está parada ao meu lado em frente a porta de entrada da casa dos meus tios. Suas costas estão eretas e rígidas como se estivesse tensa. Levo meu braço sobre seus ombros para tranquiliza-la.

- Só quero causar uma boa impressão, Miguel. Já conquistei Gabriela e Tereza, quero que seu tio goste de mim também.

- Ele vai amá-la, princesa. Eu acho difícil alguém não gostar de você.

Ela sorri em resposta e eu sorrio de volta. Nos encaramos por um tempo, até que somos interrompidos pela porta da frente que é aberta de repente.

- Meus niños, o que estão fazendo aqui fora? Entrem, entrem. A comida já está na mesa. - Minha tia aparece e nos segura pelo braço, nos guiando para dentro de sua casa. - Depois o senhor vai me contar o porquê você e Juancho estão com ferimentos no rosto.

A Mulher do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora