Capítulo 22

8.5K 587 22
                                    

Violet

Vou em direção ao bar agarrada no braço de Gabriela. Olho para tudo em volta, complemente deslumbrada, nunca estive em um local assim. Minha amiga já havia me alertado do que acontecia aqui. Ela deixou claro que aqui rola de tudo, sexo, drogas, crimes, mas essas coisas acontecem só mais tarde, por enquanto podemos aproveitar bastante tranquilamente.

- Vai querer beber o que, gostosa? - Ela me pergunta.

- Já se olhou no espelho? Você que é a gostosa aqui. - Brinco com ela. Gabriela está lindíssima em seu vestido vermelho que destacam suas curvas abundantes e os cachos do seus cabelos estão com uma definição linda.

- Somos duas grandes gostosas então. - Gargalhamos. - Você vai querer com álcool ou sem?

Não estou acostumada a tomar bebidas alcoólicas, só tomava um pouco de vinho em jantares com meus pais. As vezes ia em algumas festas na faculdade e tomava uns drinks, mas sempre gostei mais de sucos e refrigerantes do que álcool.

- Vou tomar um drink. - Falo decidida a fazer algo diferente. - Qual você recomenda?

- Gosto muito de mojito, acho que você vai gostar também.

Ela se vira para o bar e em seguida pede dois drinks para nós. Enquanto isso eu observo tudo, vejo strippers dançando seminuas, homens que parecem fazer parte da gangue e outros nãos, sentados nos sofás conversando com prostitutas, pessoas dançando na pista.

Mais para fundo percebo que há uma escada que liga para um andar de cima. Acredito que seja o camarote onde ficam Miguel e seus homens. Olho para ver o que está rolando e percebo que todos do grupo que está lá olham diretamente para mim. Fico um pouco envergonhada, mas não desvio o olhar, porque algo chama minha atenção.

Miguel me encara furioso, vejo seus punhos cerrados e as narinas dilatadas. Tenho vontade de rir. Se ele quiser ficar com todas as mulheres daqui, o problema é dele, mas eu não vou ficar em casa igual um tonta, vou curtir minha noite também.

Ignoro sua presença, mesmo que seja difícil, e volto a me virar para bar para conversar com Gabriela. Ainda sinto seu olhar em mim e me esforço ao máximo para não ceder, mas não consigo. Ele me atrai como um imã. Olho para ele uma última vez e me surpreendo quando vejo uma mulher morena se aproximar dele, sentando em seu colo em seguida. Será que é uma amante dele?

Tento fingir ao máximo que cena não me machucou, mas eu sou uma bobona que infelizmente sente as coisas com muita intensidade. Me viro novamente para Gabriela, tentando ignorar e tirar a cena da minha mente, mas parece uma tarefa impossível. Começo a pensar que talvez não tenha sido uma boa ideia ter vindo pra cá.

- Gabi, eu vou no banheiro rapidinho e já volto.

- Está tudo bem? Quer que eu vá com você? - Ela parece preocupada.

- Não precisa, amiga. Está tudo bem, vou só fazer xixi.

Gabriela não parece acreditar em mim mas me diz onde é banheiro. Vou andando até o local quando esbarro em alguém sem querer. O homem me segura pela cintura para eu não me desequilibrar, enquanto eu seguro seus ombros.

- Me desculpe... - Quando o encaro para me desculpar, me choco ao ver quem é. - Meu Deus! O que faz aqui?

- Violet! - Ele parece surpreso em me ver também. Sem conseguir me segurar abraço seu corpo. Ele demora para corresponder, mas também me abraça de volta. Depois de alguns segundos o largo.

- Desculpa, é que é bom ver alguém conhecido. - Fico um pouco sem graça, mas K2 apenas sorri de volta.

- Não tem problema. - A princípio fico feliz, porque sempre gostei do meu antigo segurança, mas agora me pergunto o que ele está fazendo aqui? Será que está a mando do meu pai?

- Você não vai me levar de volta, K2. - Começo me afastar assustada.

- Calma, Violet. Não estou aqui para te levar. - Ele segura meus ombros. - Eu faço parte do Los Santos.

- O que? - Pergunto completamente chocada. O homem que foi responsável pela minha segurança por anos não é quem eu pensava.

- Eu sou infiltrado. Sou um dos homens que Miguel manda para San Diego para ficar de olho nos negócios que tem com políticos. Eu fiquei encarregado de ficar de olho no seu pai.

- Nem sei o que responder. Nunca imaginei que você fizesse parte de uma gangue, não parece esse tipo de cara.

- Pareço que tipo de cara, então? - Ele dá um sorriso de canto de boca e sinto que parece estar flertando comigo. Confesso que K2 é um homem muito bonito, mas nunca o vi dessa forma.

Quando vou responder, sinto o corpo de K2 sendo empurrado. Tudo o que acontece é muito rápido. Do nada Miguel está o segurando pelo colarinho e sacudindo seu corpo.

- Tá tocando ela por quê, caralho? - K2 levanta as mãos em rendição.

- Calma, chefe, estamos apenas conversando.

- Miguel, larga ele. - Falo, mas sou ignorada.

- E pra conversar tem que tocar, porra? - Nunca vi Miguel tão furioso. - Se eu ver você encostando nela de novo, eu vou arrancar suas mãos. Tá me ouvindo, cabrón?

K2 apenas confirma com a cabeça e eu apenas o encaro fazendo um expressão culpada.

- Desculpa, chefe. Estávamos apenas conversando, nos conhecemos de San Diego. - Acho que seria um bom momento para ele ficar quieto.

Miguel continua o encarando raivoso e vejo que está prestes a tirar a arma da cintura. Sem esperar pelo pior, entro em sua frente e emolduro seu rosto com minhas mãos.

- Miguel, olha pra mim, olha pra mim, por favor. - Ele faz o que peço. - Não precisa disso, estávamos apenas conversando. K2 foi meu segurança durante anos.

Sinto que ele se acalma, mas continua com a guarda levantada.

- Tem certeza? Desde quando você abraça seguranças? - Olho para ele indignada.

- Olha, eu quero muito te xingar, mas não vou te desrespeitar na frente dos seus homens. Vamos conversar em um lugar privado e quem sabe você se acalma e para de agir como um ogro. - Murmuro baixo para que ninguém nos ouça.

Puxo sua mão e o levo para uma das salas privativas.

A Mulher do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora