Capítulo VII || Queen of Kings

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Meu corpo todo parece irradiar eletricidade. Foi difícil sobreviver ao restante da semana e ainda conseguir cantar, dançar e atuar no musical na quinta, na sexta, no sábado e no domingo, ciente de que na terça viajarei com Ryan e Ezra. Ainda não sei exatamente o que meu Amo pretende, se terei um dia inteiro para Ryan e outro para ele ou manhãs com um e tardes com outro ou... Me arrepio inteira só de pensar... Os dois ao mesmo tempo.

Não fizemos nada além de eu chupá-lo como antes, mas Ez está num humor travesso. Ele é tão cruel quando quer e eu amo tudo nele, mas não resisto quando está brincalhão.

Na segunda, estamos na cama antes de dormir — desde o episódio com a forca, só tenho frequentado o apartamento para visitar Jill — e uma energia nervosa continua a emanar através dos meus poros.

— Ansiosa, cadelinha?

— Sim, Senhor.

— Achei que estaria mesmo cansada de ficar de castigo.

— Meu Amo é muito mau.

— E a cachorra que possuo é muito safada e mereceu tudo o que teve. Mas agora vou te mostrar que me obedecer pode ser melhor do que ser rebelde. Sei ensinar pela dor e também pelo amor. — Ele sorri.

— Obrigada, Mestre.

— O que eu não faço por você, minha jóia rara... — Ezra acaricia meu rosto e olha para mim daquele jeito fascinado e apaixonado como no dia da estreia de nosso espetáculo, e eu me derreto toda por ele.

— Podemos fazer agora, amor? — Pergunto ansiosa.

— Já esperou um mês, o que é mais um dia?

Suspiro frustrada.

— Se eu aguentei, você também aguenta. — Ele me dá um beijo na boca e apaga a luz para dormirmos.

★★★

No dia seguinte, bem cedo, após guardarmos a bagagem no Jeep, que desde o meu resgate heróico das garras de Jackson ficou na garagem, finalmente partimos. Ezra está ao volante e Ryan ao seu lado, enquanto permaneço sozinha no banco de trás como uma criança. Deixamos Zade com Joseph, que eu só soube agora, é quase nosso vizinho.

Se eu estou nervosa e ansiosa, Ryan parece dez vezes pior, talvez porque além de tudo também esteja com ciúmes, mas não há o que eu possa fazer quanto a isso. Ele está como eu há um mês sem sexo, e tenho certeza que aceitaria qualquer coisa para poder ficarmos juntos outra vez.

Conforme avançamos pelo caminho, observo os dois à minha frente, num silêncio que só não é desconfortável por conta da música que sai das caixas de som. Só de olhá-los, suas nucas desafiadoramente expostas para meus beijos, tenho vontade de me tocar, mas claro que não faço isso. Ez me lembrou recentemente uma lição muito importante que eu havia esquecido: querer não é poder. De qualquer forma, agora falta tão pouco para que eu possa...

A viagem dura quase três horas e, conforme nos aproximamos do destino, vejo a paisagem urbana ser deixada para trás para dar lugar a uma área montanhosa coberta de vegetação exuberante. O lugar é lindo, e pelas placas descubro que se chama Haut Hill. Como estamos nas montanhas, deixamos o ar abafado da cidade em favor do clima ameno. Ezra estaciona em frente a um chalé charmoso, uma mistura perfeita de madeira e vidro espelhado, e desço para admirar a arquitetura.

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