Bônus || Fairy Tale (parte 2)

258 15 32
                                    

Gente, não consegui revisar o capítulo de hoje, mas como não quero deixar vocês sem, estou postando mesmo assim. Relevem os erros, que logo que puder eu vou corrigindo.🫶

*************************

— Já acabou, Cecilia. Abra os olhos.

As palavras de Ezra me buscam no mar de inconsciência em que havia me perdido, me trazendo novamente à luz.

Quando separo as pálpebras, nada parece ter mudado. É como se eu tivesse apenas tirado um pequeno cochilo. Ainda estou na minha cama, abraçada a ele.

— Não deu certo? — Pergunto, levantando a cabeça para encontrar seu rosto, um tanto confusa e sonolenta.

— Deu sim. Tudo certo. — Ez responde suavemente, me fazendo um carinho, tentando me acalmar com seu toque, como se tivesse medo de me alarmar.

Quando sua pele toca levemente a minha, sinto um calor e uma eletricidade diferente entre nós, muito violenta, transformando-o em um tipo de imã gigante, me atraindo de forma inevitável, porque não se pode burlar as leis da física. Mexo a cabeça, tentando me lembrar do que aconteceu. Ah, sim. Acabei de me matar. Ou pelo menos era o que eu pretendia.

— Se deu certo, quer dizer que estou morta?

— Nesse mundo? Está.

Não me sinto morta. Como alguém que morreu poderia perceber seu corpo com tamanha consciência como eu percebo o meu colado ao de Ezra?

Estou fascinada pela atração visceral me ligando a ele. Eu achava que nosso amor era o sentimento mais forte que poderia existir e agora tudo o que tivemos parece muito pálido, perto do que começo a vivenciar.

Toco seu rosto. Ele está tão mais lindo que é quase doloroso de olhar. Me sinto novamente com dezesseis anos, logo após a cirurgia de miopia, quando passei a ver tudo como realmente era. E o mundo ganhou novas cores para mim. A impressão que tenho é de que as lentes que embaçavam a minha visão foram finalmente retiradas.

— Você está bem, amor? — Ezra questiona parecendo apreensivo.

— Você é tão lindo... — Respondo com o único pensamento que ocupa a minha mente.

Ele sorri, ligeiramente tímido e surpreso, como se não esperasse por isso.

— Vejo que está bem, então. Estava preocupado que essa mudança de perspectiva pudesse te deixar com medo, mas percebo que não.

— Você me sente assim como eu estou sentindo você? — Não preciso explicar porque sei que ele sabe.

— Sim.

— Desde quando?

— Desde que estive pela primeira vez dentro do seu corpo e soube que estava apaixonado e arruinado para todo o sempre.

Eu ofego.

— E-e como conseguiu ficar longe se é assim? — Agora, só a mera possibilidade de me separar dele me faz preferir nunca ter existido.

— Com muito sofrimento. Do tipo que um ser humano não poderia calcular. Porque eu te amo.

Seus olhos estão tão claros que são quase inocentes. Como se a única gota de pureza existente em seu ser tivesse se reunido nesse olhar para confirmar as palavras.

Ele aproxima seu rosto do meu, hesitante como nunca o vi, e seu cheiro me atinge como um soco. Tão mais intenso e afrodisíaco que antes... Incenso, gengibre, pimenta e... Não é mistério. Finalmente me dou conta: pecado. Toda a inocência se esvai quando ele percebe que eu sei.

O MESTRE de marionetes Onde histórias criam vida. Descubra agora