2008Ao pôr do sol seu dia se iniciava de verdade.
Não dormia mais, suas manhãs e tardes se resumiam a manter-se o mais longe possível do sol, e suas noites o mais longe possível das quatro paredes de seu quarto.
Contudo, com o passar do tempo cansou-se de morar naquele hotel, com pessoas o importunando o tempo todo. 'venha se juntar a nós no refeitório, Boris' 'precisa de uma faxina, Boris?' 'qualquer coisa é só ligar no interfone, Boris'.
Não suportava mais inventar desculpas acerca de sua ausência no café da manhã, desculpas sobre o que fazia durante o dia em seu quarto, ou durante as noites quando saia.
Eles logo começaram a notar que alguma coisa estava errada, e de repente os cochichos não pararam mais.
Alguns pensavam que Frank apenas trabalhava à noite, um aqui e ali teorizava que ele levava uma vida dupla (boêmia e tradicional), certa vez ouviu da dona do hotel que seu mistério residia no fato de que poderia ser um agente secreto. No entanto, (e isso o encheu de risos) uma das moradoras sugeriu que na verdade Iero era um traficante. O escândalo vôou como um pássaro de porta em porta como se fosse a verdade absoluta e incontestável. E mesmo assim, ninguém jamais lhe perguntou o que realmente fazia à noite.
Se perguntassem, teria lhes dito uma meia verdade: saía para ver filmes, ir à teatros, shows e até mesmo observar o mar noturno. Ocultaria, é claro, o longo alinhamento de cadáveres que o seguia há anos, mas isso era para o próprio bem deles. Teria de matá-los um a um se descobrissem o que verdadeiramente era
†††
"Vamos ver você..." Murmurou, enquanto revistava a sua mais nova vítima. Uma mulher aleatória à qual havia puxado pelo braço para um beco escuro. Adquiriu o hábito grotesco de recolher a carteira dos cadáveres, não como souvenirs medonhos, mas com o objetivo claro de juntar dinheiro o suficiente para pagar seu aluguel. Também tentava deixar uma pequena quantia em seu próprio cofre, pois sonhava em possuir uma propriedade o mais longe possível da civilização humana.
Antes estava impressionado com os detalhes mais mundanos, mas agora havia progredido à odiar o som da cidade mais do que as luzes, tudo era tão desnecessariamente alto e avulso. Por vezes sentia-se como um cachorro numa queima de fogos.
E como muitas outras vezes nos últimos anos, sua mente voltou para Gerard. Sempre que matava pensava nele e em sua maldita regra de beber apenas o necessário, jamais havia conseguido esse feito, não compreendia como ele poderia ter tanto controle, tanto poder, e de qualquer maneira, para Iero aquele segredo jamais seria revelado.
Aquele vampiro o odiava, e honestamente estava aprendendo a odiá-lo de volta com imenso ressentimento. Principalmente quando se via remexendo a bolsa de uma pessoa morta em busca de dinheiro. Sabia que a maneira como estava fazendo as coisas não estavam corretas, sua vida como um vampiro não estava seguindo a rota desejável, pelo contrário, estava caçando humanos e se alimentando deles como um rato na surdina. Era patético. E talvez fosse isso que Gerard queria para ele.
Era comum achar uma quantia razoável, mas ninguém saía por aí com notas de quinhentos em bolsas. Estava num estado pior do que quando era humano, talvez mais pobre do que jamais foi em vida.
Esse era o seu destino de agora em diante?
Deslumbrante, era o vampiro mais fracassado de todo o planeta!
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my sweet vampire † frerard
عاطفيةFrank é filho de um caçador de vampiros. Gerard é um vampiro. Uma história sobre amor e ódio, a passagem do tempo e os problemas de ser um vampiro no século 21.