my sweet vampire † frerard

🩸: cartas trocadas

serão 3 anos em um só :') por isso demorei tanto pra continuar isso. parafraseando: tem dias que você escreve vários capítulos da sua fanfic, e tem semanas que nada acontece.

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ANO 1

Frank esperou. Todos os dias.

Pegava-se indo ao quarto dele as vezes, para caminhar ao redor do assoalho e passar os dedos pelas lascas do armário, onde sua cabeça havia colidido certa vez. Uma fissura diagonal riscava a cor musgo.

Deitava-se na cama dele e apertava o travesseiro contra o rosto. Abria as gavetas e analisava os esboços sem rumo que ele havia deixado para trás.

Sentava-se à cadeira e passava horas encarando a parede bordô como se houvesse algo a ser extraído dali; como se Gerard pudesse, de repente, estender um braço longo o suficiente para puxá-lo... puxá-lo para onde quer que ele estivesse.

Era sempre tão frustrante.

Todos aqueles meses.

Frustrantes.

Ele não voltou mais, para o espanto de todos, e seu contato era mínimo. Suas cartas chegavam apenas para o seu irmão.

Timmy enviava uma para cada um deles (e para alguns outros vampiros em élet a halálban) como de costume. Mas não era a carta de Timmy que Frank queria, por Deus! A cada mês que chegava apenas um envelope branco com um T em letra cursiva o agraciava com notícias de fora da ilha. A agonia o comia por dentro, pouco a pouco. A ponto de, em dado momento, ter que implorar à Mikey para escrever uma carta de retorno à Gerard – embora retorno algum Gerard pedisse dele – com as duas mãos cruzadas frente ao rosto feito um santo católico.

Way arqueou uma sobrancelha, estava sentado sozinho na mesa da cozinha com uma caneta em mãos, haviam papéis vazios empilhados ali. "É claro." Ele dispôs duas folhas em sua direção. Iero as pegou, fitando de relance o rosto pensativo dele. "O que é?" Perguntou.

"Já se passaram nove meses. Você sabe... podia me pedir isso à qualquer instante. Eu não negaria."

"Não é esse o problema." Seus pulmões arderam, apalpou a região. "Eu só estava esperando que ele perguntasse por mim em algum momento. Que tivesse algo a dizer. Se ele não tem... eu tenho."

"Ele deve estar ocupado com as viagens. Sabe como é difícil para nós, viajar, não podemos carregar sacos de sangue por aí. Precisamos ficar a espreita por humanos, o que é bastante perigoso em um lugar desconhecido. Os locais podem não gostar." Mikey disse, num tom bastante professoral. "E eles não ficam hospedados para sempre nos clãs que encontram. A América Latina é gigante, você não faz ideia. Os dois estão sempre se movendo. Na última carta, estavam no Panamá. Ainda faltam dez países, sei lá quantos clãs! No lugar dele, não estaria me desgastando com tantas cartas como o Timmy."

"Duvido que esse discurso se manteria se o Pete também estivesse lá." Mikey voltou a escrever antes dele sequer terminar a frase, com um dedo no lábio inferior como se não tivesse escutado nada.

Frank quase correu para o andar de cima, seus pensamentos estavam afiados. Mikey poderia catalogar uma sessão inteira de comentários acerca das supostas dificuldades que Gerard estaria enfrentando, não seriam o suficiente para pará-lo. Estava irritado o suficiente para quase afundar a caneta através daquele papel.