Acordei as quatro horas da manhã para pegar o meu voo as seis horas. Estava tão exausta mentalmente, que dormi praticamente o voo inteiro. Como minha mãe confiscou todos meus aparelhos tecnologicos, ela me forneceu os acessorios analogicos para fazer uma viagem segura, que de acordo com Emma são: relogio de pulso; tickets impressos, tanto do avião como dos três onibus; dinheiro em especie para comer e pegar um taxi do aeroporto de Baltimore até a rodoviaria; um dinheiro para emergencia, caso eu perca algum dos milhares de ônibus que eu irei pegar; e por último, o seu número de telefone.
Chegando em Baltimore, tudo aconteceu em um piscar de olhos. Consegui chegar à rodoviária a tempo para pegar o ônibus e seguir viagem. No último ônibus até o destino final, fico observando a janela, olhando as cidades passando. Definitivamente, não estou mais em LA. Nunca ouvi falar da cidade em que minha avó mora, só sei que é uma cidade pequena na Pensilvânia. Imensas árvores em vários tons de verde, começando a se desbotar, mesclando com pastos e arbustos, enquanto atravessa as cidades e suburbios.
Observo com mais atenção a janela quando o ônibus chega à cidade. Sendo bem positiva, não parece tão ruim assim, é uma cidade pequena, isso não tenho dúvidas, mas parece ser uma cidade acolhedora, acho que o termo correto seria: pitoresca. Não há prédios, somente casas, ou pequenos edifícios de no máximo três andares, as ruas são todas arborizadas e largas, as lojas do centrinho são todas em tijolos avermelhados e coladas umas nas outras. Já as residência possuem largos jardins em sua volta e todas muito bem preservadas.
Quando desço do ônibus e pego minha mala, me bate um nervosismo. E se eu me perder? E se eu chegar lá e não tiver como entrar? Ela vai voltar para casa que horas? E se ela for pior que minha mãe? Sei que tenho que ser rápida, o sol já está se pondo e prentendo chegar no local antes de escurecer.
Nesse momento, gostaria de ser como a minha mãe: impulsiva. Estou longe de ser igual a ela, porém, se eu fosse, compraria um ticket para qualquer outro lugar e sumiria do mapa, mudaria meu nome, meu endereço, começaria uma vida nova e, o melhor de tudo: livre. Mas, como não sou a Emma, vou atrás do lar da minha avó.
Encontro um ponto de informação e peço ajuda. A atendente me entrega o mapa da cidade e sinaliza onde estamos e onde é a rua da residência da minha avó. Pelo menos minha mãe estava certa, é perto da rodoviária, uns 6 quarteirões e a praça, que ela havia mencionado, é a praça principal do bairro Pines, que é o bairro da minha avó.
Respiro fundo e saio da rodoviária a caminho da minha nova casa.
Ao chegar na Rua John Michael, consigo sentir as batidas aceleradas do meu coração. Paro por um instante, na esperança de acalmar meus nervos. Observo a vista, é uma rua larga e quieta, em volta da praça ficam apenas casas residenciais de classe média, possui o tamanho de um quarteirão, mas não é a maior, dentro do ônibus vi uma outra praça, que se loacliza no centro da cidade, e havia mais estrutura nela, como: gazebo, quiosques, playground e até mesmo um mini lago, essa tem apenas bancos e um playground. Sigo em direção a praça, que, de acordo com os números, deve estar perto de onde minha avó mora.
Finalmente, depois de onze horas de viagem, chego no local: Rua John Michael nº 119. A residência é igual a todas, mesma arquitetura típica americana, casa simples de dois andares, de colunas brancas com o telhado escuro triangular, o que muda são as cores da faixada, a da minha avó é azul marinho e está bem conservado, possui um jardim, na frente, impecável — quer dizer, todos as residencias dessa rua tem um belo jardim —, agora não sei se isso é um bom sinal ou não, mas vamos lá.
Não encontro nenhuma chave pela entrada da casa, era só o que faltava ficar ilhada. A única alternativa que sobra é esperar que a porta esteja destrancada e que não tenha nenhum alarme de invasão. Com o coração palpitando, giro a maçaneta e a porta se abre. Espero uns segundos na espera de algum tipo de alarme, mas nada tocou. Mesmo sabendo que não tem ninguém na residência, fico nervosa, não sei o que fazer, onde deixo a mala? Onde é meu quarto? Tenho um quarto? Mas o que eu preciso agora é de água, e depois um banho.
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O Garoto da Casa ao Lado
RomanceZoe Brooks, uma adolescente recatada, muda-se para o interior com sua excêntrica avó após um incidente em sua cidade natal. Lá, ela conhece Travis Avery, seu vizinho problemático. Enquanto tenta se integrar na nova escola, Zoe acaba caindo nas graça...