Capítulo Cinco

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Xeque-mate.

Se essa era a intenção de Min Yoongi, ele havia conseguido.

Assim que ouviu os passos se distanciando da porta, Yunah se levantou rapidamente indo trancá-la para que pudesse extravasar a raiva sem espectadores.

Tudo tinha sido um completo desastre. Olhar seu diploma pendurado na parede, a fazia querer jogá-lo pela janela. Ele parecia inútil.

Que raios de consulta havia sido aquela? Como se deixou levar por ironias e sarcasmo de um psicopata? Além de imaturo, era perigoso!

A consulta da paciente no dia anterior tinha sido tão normal, conforme o planejado e sem percalços que a fizesse ter que pensar em manobras para conversar, que se sentiu capaz de tocar tudo sozinha dali pra frente, como uma médica fixa. Pode sentir que dominaria qualquer situação, já que, na primeira, já havia saído tudo como havia arquitetado.

Mas o balde de água fria que recebeu na segunda vez, a fez querer gritar.

Não podia perder o profissionalismo, não podia falhar. Trabalhar naquele hospital era sua chance de preencher um currículo de excelência e mostrar que era capaz.
No entanto, deixou com que uma pessoa que mal sabia da existência até a semana anterior, acabasse com o que havia planejado.

Naquele momento, decidiu que não deixaria mais se levar por seu sentimento de medo ou raiva após a pior experiência em consultas que poderia imaginar ter. Agora não era mais a faculdade, não era mais um treinamento. Ela se tornaria referência, nem que pra isso, tivesse que controlar a situação nos dentes.

Pegou o prontuário do rapaz e iniciou toda a análise novamente. Não deixaria nenhum detalhe para trás e, na próxima vez, não se permitiria falhar.


***

O vibrar incessante do celular forçou seu despertar. Ao olhar em volta, notou que estava com a cabeça apoiada nos braços em cima dos prontuários que analisava mais cedo. O relógio na parede apontava 21:48, o que fez Yunah arregalar os olhos e quase se engasgar, percebendo que havia dormido após analisar, por horas, os detalhes do caso do Yoongi.

O número desconhecido insistia na ligação, então achou melhor atender de uma vez por todas.

- Yunah, minha querida! Como estão sendo as primeiras 48h sem mim? - Identificou a voz de Dr. Eun-ji na linha, com um tom bem mais alegre do que o que parecia ser normal nos dias em que estiveram juntas. - E, antes que eu me esqueça, me desculpe o horário, acabei tomando umas taças de champanhes a mais e me perdendo no fuso horário aqui da Austrália.

- Espero que esteja curtindo muito seu tempo livre e fique tranquila, Eun-ji. Ainda estou no hospital, tirei algumas horinhas a mais para estudar os prontuários. - Jamais diria que acabou cochilando durante a análise. - Foram dois dias corridos, de muito estudo, mas ocorreu tudo bem.

- Bom saber que deu tudo certo. - De certa forma, ouvir a voz calma de Eun-ji, lhe dava forças. Admirava muito o trabalho da mais velha e, falar com uma pessoa com tanta experiência a fazia se recordar dos motivos de ter começado na sua área. - Mas, na verdade, liguei hoje para saber sobre o paciente Min. Sei que ele pode ser um pouco resistente, então quis saber se está tudo bem.

- Ah, o paciente Min... Bom, foi uma sessão tranquila - "Onde quase arremessei uma cadeira nele." quis completar - Ele até conversou comigo. - "Sobre a vida sexual de um idoso". - E não precisei forçá-lo à isso. - "Já que ele não consegue segurar aquela língua irônica de psicopata." - Então, acho que foi um bom primeiro contato.

- Minha nossa! - Exclamou Eun-ji. - Não esperava que ele fosse conversar assim, logo de cara, visto que, em conjunto, ele não quis abrir a boca. - Estalou a língua, antes de concluir. - Os efeitos de pernas compridas realmente fazem mágica com os homens.

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