A sigo pela saída do escritório e fecho a porta atrás de mim, acenando com a cabeça para Jack como despedida. Do lado de fora havia um homem parado ao lado da porta do cômodo em que estávamos, ele era alto e vigoroso.
— Boa tarde Michael, como você está? — ela o cumprimenta com um sorriso cordial.
— Muito bem senhora Liza, obrigado por perguntar. — ele retribui o comprimento com gratificação e olha para mim, ela logo se apressa para me apresentar.
— Esse é o senhor Felipe, filho do senhor Roberto, ele ocupará o lugar de Carter.
— Eu lembro de tê-lo visto quando era mais novo, mas não deve se lembrar de mim. Seu pai é um grande homem, éramos bons amigos, como ele está?
— Está muito bem. Infelizmente não me lembro, mas meu pai fala muito de você, com muita admiração. — ele abre um sorriso.
— Fico feliz que alguém da família dê continuidade ao trabalho dele. — estende a mão para mim, nos cumprimentamos e eu e Liza seguimos pelo corredor.
— Bom, como você pode ver esse é o Michael, ele é o chefe dos seguranças e também, segurança particular do senhor Jack. — Acho peculiar a forma como ela refere-se ao seu próprio marido como "senhor".
Continuamos percorrendo a enorme casa e acho muito bonita a forma como ela se preocupa em me apresentar cada funcionário um a um, deixando claro que todos são importantes. É muito simpática com eles e dá para notar pela forma como olham para ela que eles retribuem o afeto. Em especial uma senhora de cabelos grisalhos que estava trabalhando na cozinha que a abraçou quando a viu:
— Minha querida, você gostou do almoço que preparei para você?
— Como poderia não gostar? Sua comida é incrível — ela disse retribuindo o abraço caloroso. Olhou pra mim, me apresentou pra ela e continuou — Você tem que provar a comida da dona Vera, ninguém cozinha como ela.
— Ah, para. Não é para tanto. — ela disse ruborizada voltando a mexer na panela com uma colher de madeira.
— Eu adoraria. — respondi com um sorriso.
Voltamos a caminhar pelos corredores e ela prosseguiu me apresentando os cômodos, achei curioso o fato de que Jack e Liza dormiam em quartos separados. No final do corredor dos quartos havia uma porta de metal com uma fechadura eletrônica que precisava de uma senha ou digital para abrir, Liza recuou um pouco, antes de chegarmos a frente da porta e a encarou com receio.
— Este é um quarto praticamente impenetrável que foi construído para ser utilizado caso haja alguma emergência — diz evitando olhar para ele ou se aproximar - assaltos, invasões... mas eu não tenho o acesso — complementa rapidamente - você pode pedir para o Jack te mostrar mais tarde. — ela dá meia volta e segue em frente na direção em que nós viemos.
Tudo bem — respondi voltando a segui-la. Por que ela não tem acesso? Caso aconteça alguma dessas emergências, ela precisa que alguém o abra para ela conseguir entrar? Isso não me parece seguro, não faz sentido. Será que ele esconde algo lá? Muitos questionamentos passaram pela minha cabeça.
Depois fomos para os fundos e enquanto percorremos o jardim ela me perguntou:
— Você gosta de flores tanto quanto seu pai? Ele adorava vir aqui pra fora admirá-las, me ensinava muito sobre elas. — disse se abaixando para sentir o aroma de uma delas. Seu cabelo reluzia com a luz do sol e o castanho atingia uma cor mais clara, quase um dourado.
— Gosto de apreciar flores também, mas não sou especialista como ele, só sei de algumas coisas que ele me ensinou e não sou muito bom em cuidar delas. — disse colocando as mãos no bolso, ela se virou e sorriu para mim.
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Entre o Perigo e a Paixão
Romance"Ela já tinha aceitado passar o resto de sua vida com seu marido abusivo pela sua família, até a chegada de um guarda-costas que a salvou." Após ser demitido repentinamente e ver sua esposa sobrecarregada, Felipe se vê sem rumo. Desesperado, sua úni...