Capítulo 28

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É uma pena termos que voltar para nossa realidade. — diz Alice enquanto eu encaixava a última mala no porta-malas do carro.

— Sim. — concordei — Mas ao menos tivemos bons momentos aqui.

Ela me abraçou, admitindo com pesar:

— Vou sentir falta de passar tanto tempo com você.

— Eu também. — murmurei, depositando um beijo suave em sua testa.

Após finalizarmos o check-out, partimos em direção à estrada, encarando o longo caminho de retorno à nossa casa. Alice dormia tranquilamente no banco do passageiro enquanto eu dirigia. Quando chegamos, ela ainda estava adormecida, e foi com um suave toque sutil que a despertei para seguirmos juntos até nosso apartamento. Depois de desfazer as malas e improvisar um lanche com o que restava em nossa geladeira, cedi ao cansaço na cama. Não poderia negar, estava muito contente em estar de volta.

No dia seguinte, a luz suave da manhã invadiu o quarto, acompanhada pelo som insistente do alarme. Com cuidado, levantei-me e desliguei o alarme rapidamente para não perturbar o sono tranquilo de Alice. Hoje, acordei antes do habitual, já que havia me lembrado de que ela precisaria sair mais cedo para o trabalho, e não queria deixar de preparar seu café da manhã.

Troquei de roupa, escovei os dentes, ainda me sentindo um pouco tonto pelo sono, e parti para a padaria da rua, decidido a trazer alguns pãezinhos frescos e, por capricho, alguns muffins de chocolate que sabia serem os favoritos dela. Ao retornar ao apartamento, o som do chuveiro indicava que Alice já estava de pé.

Enquanto a água para o café aquecia, organizei a mesa com os itens comprados, acrescentando alguns frios para acompanhar. Ela saiu do banho e me desejou bom dia antes de sentar-se à mesa e se dedicar à sua rotina de e-mails e responsabilidades do trabalho.

Sentei-me para comer junto com ela, mas como ela estava ocupada, aproveitei para procurar notícias sobre o Atlético Franciscano na internet. Fazia um tempo que não conseguia acompanhar o futebol, pois estava sempre muito atarefado.

Depois do café da manhã, nos despedimos com um beijo rápido enquanto Alice saía para trabalhar. Em seguida, troquei de roupa, optando por algo apropriado para a academia, um par de tênis confortáveis e uma camiseta de elastano. Ao chegar lá, dediquei-me a um treino completo de musculação, focando em diferentes grupos musculares para alcançar meus objetivos de condicionamento físico.

Após levantar alguns pesos, decidi desafiar-me um pouco mais e subi na esteira. O ritmo acelerado da corrida aumentava minha frequência cardíaca, liberando endorfina e gerando em mim uma sensação revigorante. Desde que comecei a levar a academia mais a sério, percebi uma evolução significativa em minha força e coordenação motora.

De volta em casa, tomei um banho refrescante e troquei de roupa mais uma vez antes de seguir em direção à casa de campo de Liza e Jack para retornar ao trabalho.

Ao chegar, fui recebido por Dona Vera, cujo semblante carregava uma sombra de tristeza. Seus olhos, evitando o contato direto com os meus, denunciavam algo que ia além das palavras. Com um gesto rápido, ela indicou o caminho para o quarto de hóspedes, onde Liza estava e, sem demora, se retirou para a cozinha, deixando no ar um silêncio pesado.

Intrigado com a causa de sua tristeza, e sentindo que havia algo errado, segui em frente, subindo as escadas com passos hesitantes. Com o coração acelerado, aproximei-me da porta do quarto, que permanecia fechada e com um toque delicado, bati suavemente na porta. O silêncio que se seguiu pareceu uma eternidade, sem qualquer sinal de vida do outro lado. A incerteza cresceu em mim, questionando se ela estaria dormindo, pois sabia que não era comum para ela descansar nesse horário.

Entre o Perigo e a PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora