Capítulo 16

157 13 33
                                    

Na porta do hospital, um bando de paparazzi e jornalistas se acumulava, tentando tirar proveito da situação trágica. Os seguranças do hospital lutavam para mantê-los afastados, mas estavam enfrentando dificuldades devido ao grande número. Felizmente, fomos orientados a entrar por outra entrada, onde a situação estava mais calma.

Liza foi conduzida às pressas para a emergência, enquanto Jack foi encaminhado ao pronto-socorro para atendimento com um clínico geral. No meio da grandiosidade do hospital, Carlos e eu esperávamos lado a lado no luxuoso saguão.

O ambiente era elegante, com quadros nas paredes e o chão de mármore refletindo os passos das pessoas que passavam. Os móveis eram uma mistura de refinamento e conforto, com poltronas de couro macio e mesas de madeira nobre distribuídas com elegância pelo espaço.

Minha ansiedade crescia a cada momento. Roía as unhas enquanto caminhava de um lado para o outro, mal percebendo o desconforto das queimaduras em minha pele. O tempo parecia se arrastar, aumentando a minha agonia. Depois de aguardar ansiosamente por 22 minutos angustiantes, finalmente avistei a enfermeira loira que acompanhara Liza para dentro quando chegamos.

Corri em sua direção e pedi qualquer informação que pudesse me acalmar, enquanto a esperança pulsava dentro de mim.

— O senhor é da família? — ela perguntou, seu olhar mostrando certa desconfiança. Imagino que com toda aquela multidão de repórteres lá fora, eles precisam ser cautelosos com as informações.

— Não. Mas eu era seu segurança, fui eu quem a retirou de lá. Por favor, eu só quero saber se ela está bem. — implorei, exausto.

Ela ponderou por alguns instantes, como se decidisse se deveria compartilhar algo comigo.

— Ela inalou muita fumaça durante o incêndio. O médico a colocou em um ventilador para ajudá-la a respirar. Estamos trabalhando para limpar suas vias respiratórias e remover qualquer resíduo de fumaça que possa ter afetado seus pulmões. O doutor também solicitou uma série de exames para avaliar a extensão dos danos causados pela inalação da fumaça.

Minha angústia aumentou.

— Ela vai ficar bem? — perguntei, sentindo o nervosismo me consumir.

— Estamos fazendo o nosso melhor para garantir que sim. Ela está em boas mãos. — ela respondeu, oferecendo um sorriso tranquilizador.

Assim que a enfermeira se afasta, Jack se aproxima de nós:

— Aparentemente estou bem. — ele anuncia. — mas farei alguns exames para garantir.

— Fico aliviado senhor. — exclama Carlos, enquanto eu o encaro em silêncio.

— Felipe. — ele se volta para mim. — Obrigado. Não sei o que faria sem ela.

Assenti com a cabeça, sentindo meu estômago revirar ao relembrar tudo o que ele fizera com ela.

— Passe com o médico, também precisa se cuidar. — Jack continua.

— Só quero me certificar de que Liza está bem. Depois disso, vou procurar outro hospital. — afirmo com firmeza. Sabia que meu plano de saúde não cobriria um hospital daqueles.

— Não se preocupe com isso. Fique aqui mesmo, é por minha conta. É o mínimo que posso fazer. — Embora eu tenha inicialmente recusado, ele insistiu. Acabei aceitando quando mencionou que me informaria se tivesse mais notícias sobre Liza.

Antes, fui ao banheiro para lavar o rosto e as mãos, tentando remover um pouco da fuligem que me cobria. Meu estado era deplorável. Minha roupa estava rasgada em vários lugares onde as queimaduras haviam ocorrido, e pedaços dela haviam derretido e se fundido aos meus ferimentos, grudando-se à minha pele. Estava sentindo muita aflição. Pensei em ligar para Alice para dizer que estava tudo bem comigo, mas percebi que havia esquecido meu celular no carro, que ainda estava na propriedade.

Entre o Perigo e a PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora