Capítulo 15

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Na manhã seguinte, acordei mais cedo do que o habitual para voltar à mansão, decidido a resolver de uma vez por todas aquela situação. Não sabia se seria necessário conversar com Jack. Preferia não vê-lo na minha frente nunca mais. Então, peguei minha carteira, com documentos importantes, as chaves do carro e encaminhei-me à propriedade.

Quando ainda estava a 1km de distância, avistei várias viaturas de polícia seguindo o mesmo caminho que eu em alta velocidade, com suas sirenes ensurdecedoras. Uma sensação de apreensão tomou conta de mim. Seria apenas uma coincidência ou estavam indo para o mesmo lugar que eu? Decidi confiar em meu instinto e seguir adiante.

Ao me aproximar, deparei-me com um céu marcado por um vasto rastro de fumaça, o que me fez pressionar o acelerador ao máximo, temendo o pior. Infelizmente, eu estava certo.

O porteiro me reconheceu de imediato e permitiu minha entrada. Enquanto seguia o longo trajeto até a casa principal, deparei-me com um verdadeiro caos. Quatro carros da polícia estavam estacionados na frente da casa, enquanto funcionários em pânico se aglomeravam do lado de fora, gritando e chorando. Seis policiais tentavam controlar a situação enquanto Jack discutia com eles. A casa estava em chamas, especialmente o terceiro andar onde ficavam os quartos.

O som das sirenes se misturava com o barulho do fogo crepitante. Os policiais pediam calma, garantindo que os bombeiros estavam a caminho. Carlos, o segurança que Michael desconfiava, também presente.

Quando me viu, Jack correu em minha direção, seus olhos inundados de lágrimas e suas roupas estavam coberta de cinzas. Ele agarrou minha camisa com força, aproximando-se tanto que seu rosto quase tocava o meu, implorando desesperadamente:

— Ela está lá dentro! Liza está lá dentro! Por favor, tire ela de lá! — ele gritou entre soluços, antes de desabar de joelhos no chão.

Sem hesitar, corri em direção à casa. Dois policiais tentaram me impedir, mas não conseguiram me alcançar, fui mais rápido. Pulei a faixa amarela que bloqueava a entrada e forcei a porta. Assim que ela se abriu, um sopro de ar quente me atingiu, como se eu estivesse abrindo um forno. A fumaça densa me cegava, meus olhos ardiam e eu lutava para respirar.

Entre tosses, gritei:

— Liza! Liza! — mas o único som que ouvia era o da minha própria voz ecoando pelo ambiente em chamas.

A escada estava tomada pelo fogo, bloqueando o acesso aos andares superiores. Repeti para mim mesmo: "Ela não pode estar lá em cima." Corri pelas salas, pela copa, pela cozinha, entre os destroços, chamando por ela, mas não obtive resposta. Ela só podia estar lá. Então, eu precisava encontrar uma maneira de subir.

Com o coração acelerado e a mente em uma avalanche de emoções, olhei ao redor em busca de uma solução. O fogo voraz consumia tudo em seu caminho, e eu sabia que cada segundo contava. Por sorte, lembrei de ter visto uma vez um extintor na lavanderia, seria inútil contra esse incêndio que transformava a casa toda em ruínas, mas talvez seria suficiente para atravessar para os andares de cima. Era minha única opção, eu tinha que tentar.

Corri até a lavanderia e agarrei o extintor, ignorando o calor intenso que me atingia. Com o extintor em mãos, avancei em direção à escada, lutando contra a densa fumaça que me cercava. Cada passo era um desafio, mas a determinação em salvar Liza fazia com que eu seguisse adiante. Eu não sairia dali sem encontrá-la.

Com cuidado e precisão, comecei a pulverizar o extintor no caminho, criando uma rota temporária através das chamas. O som ensurdecedor do fogo era acompanhado pelo meu próprio batimento cardíaco, mas eu mantive o foco, concentrando-me apenas no objetivo de alcançar Liza.

Entre o Perigo e a PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora