BÔNUS Cleiton e Lily
O jovem delegado escovava a clina de seu cavalo, contudo seus pensamentos estavam distantes. Temia por seu amigo. Quando deu a ideia a Benjamin achou que estava ajudando, estava farto de vê-lo definhando na escuridão que insiste em viver. Mas, naquele momento estava com medo de ter feito mais mal do que bem.
- Preocupado com Ben, novamente Cleiton?- Pergunta Lily calmamente entrando no celeiro. Um sorriso se forma em seu rosto ao ver seu marido deixar cair a escova.
- Por Deus, querida! Não te ouvi chegando. Precisa de alguma coisa? - se vira e lava a mão em um balde de água, mas os olhos estão fixos na morena. Ela foi um presente de Deus em sua vida vazia. Como o cheiro das primeiras chuvas na terra seca. Mas diferente de Benjamin, ele nunca deixou de acreditar em Deus e ali diante dele estava a maior riqueza que o Senhor poderia dar a um homem. Sua esposa amada e o fruto desse amor em seu ventre ainda plano.
- Estou bem, não se preocupe. Mas você me pareceu abatido quando entrei. - se aproxima e passa a mão no rosto dele, que a pega e dá um beijo. A fazendo sorrir.
- Vamos entrar - coloca a mão dela em seu braço - Estou pensando se não foi um erro ter incentivado Benjamin a colocar o anúncio. Até agora não ouve resposta. - Desabafa, com Lily baixava a guarda, ela era sua companheira, sua auxiliadora e o mais importante de tudo era sua intercessora.
Caminham até a cozinha sem dizer mais nenhuma palavra. Cleiton puxa a cadeira para sua esposa e se senta ao seu lado. Coloca o chapéu na mesa e passa a mão no cabelo. Ela abre um sorriso contido, estende as mãos e ele as segura com carinho.
- Vamos orar amor. - Ambos fecham os olhos, abaixam suas cabeças. - Senhor nosso Deus, temos tanto que agradecer, todavia o coração do Cleiton está inquieto PAI! Colocamos o Benjamin nas tuas mãos e cremos que o Senhor o tem guardado e tens o melhor para . O Senhor em sua infinita bondade me trouxe até aqui e somos tão felizes. Desejamos ao Benjamin essa alegria, a alegria de ser amado e amar, de ter alguém para dividir os medos, as lutas e as vitórias. E também que ele possa voltar para tua presença. Se agimos errado pedimos perdão, contudo te pedimos que se for da Sua vontade prepare alguém especial para nosso amigo, uma pessoa que mostre a ele o quão grande é o seu amor. - As lágrimas descem pole rosto da jovem e as palavras ficam presas na garganta. Ela aprendeu a amar Ben, como um irmão e ver a tristeza refletida naquele olhar lhe doia. Não falou a seu marido, mas orava constantemente pedindo a Deus que não permitisse que qualquer mulher, ou uma que o fizesse sofrer ainda mais, respondesse o anúncio. Para ela a falta de resposta era sinal de resposta a sua oração. Ela pedia a Deus que somente uma serva dELE respondesse, e reconhecia um tiquinho de egoísmo nessa oração, queria uma amiga para si também. O delegado continua a oração - Meu Deus que seja feita a tua vontade. Visita o Benjamin, cuida do nosso lar e seja conosco a cada momento. Amém!
Alguns dias depois, na delegacia, alguém bati na porta e a abre.
- Senhor, em que posso ajudá-lo? - pergunta sorrindo para o homem de cabelos alvos e se levanta para o cumprimentar.
--Tenho que precisar de algo para vir aqui seu menino malcriado. Me chame de pai cadê o respeito. - Corrige, mas o pequeno arquear de seus lábios o entregam.
Cleiton o abraça rindo, e conhecendo seu pai cruza os braços e o encara desconfiado. Logo o senhor está gargalhando
-Essa sua pose de delegado sério é muito boa.
- Pai!
- Ta bom menino. Vim te entregar isso. - Só naquele momento Cleiton percebi que ele tinha algo nas mãos e ao compreender o que era seus olhos se arregalam. -- vai pegar ou ficar só olhando. - Falou revirando os olhos. O delegado pega a carta e ao ver o destinatário limpa a garganta. --Va logo! - Manda o senhor já se despedindo. Cleiton fecha a delegacia, monta seu cavalo e galopa para casa.
- Lily! Lily! - Entra correndo. E ao avistar sua esposa cozinhando lhe mostra o envelope.
- É para o Benjamin? - Questiona enxugando as mãos no avental.
- Sim! - Responde olhando para a carta em sua mão.
- Hanna - olha para o marido com a boca aberta -"agraciada por Deus"; "a graça e misericórdia de Deus"! Sussurra, seus olhos brilhavam pelas lágrimas.
- O que?- Questionou o delegado franzindo o rosto.
- O nome dela significa, agraciada por Deus. É ela, Cleiton. A resposta das nossas orações. - Lily se joga abraçando o marido. Ele segura o rosto dela entre suas mãos. Seca as lágrimas com seus dedos, mas além delas o sorriso em seu rosto o contagia. Ali abraçados fazem uma oração de agradecimento e colocam a vida de Hanna em suas orações junto a Benjamin. .
- Vai levar a carta homem! - Fala o empurrando levemente.
- Vou almoçar primeiro... Começa para ser logo interrompido.
- Tem que ir logo. Preciso saber o que está escrito e a reação dele. - Ela quase saltita.
-Lily querida, vou demorar algumas horas para voltar, então vou almoçar primeiro tenho certeza que Benjamin não fez almoço. - A preocupação tange a voz ao final.
-Verdade, vou terminar rapidinho e vou fazer uma marmita para você levar para ele também. - Disse já se movimentando pela cozinha fazendo Cleiton rir.
Enquanto galopava a caminho do rancho orava por aquele casal. Sabia que seria um desafio, por experiência própria, contudo com a resistência de seu amigo essa moça ia precisar ter ainda mais paciência e todos os frutos do Espírito Santo.
- Você recebeu uma carta!- Gritou o amigo assim que o avistou. Benjamin coloca as mãos sobre a cerca observando o sorriso no rosto do outro que se aproxima e ele arregala os olhos e esquece até o que ia dizer ao entender o significado da fala de Cleiton que mal espera o cavalo parar e salta indo em sua direção.
- Aqui Ben.
Benjamim olha a carta na mão estendida em sua direção, contudo seu cérebro parece não conseguir ordenar sua mão a pegá-la.
-Vamos homem. Abra logo! - retira o chapéu e bate com ele na cocha.
Benjamin segura a carta e sente a tensão tomar seu corpo. Virando ele entra no celeiro sentando em um monte de feno. Suas mãos tremiam, engoliu seco.
-Abra a carta e pare de olhar para ela como se fosse um animal perigoso. - Diz Cleiton entrando atrás dele. -Lily mal me deixou terminar o almoço antes de vir até aqui. Ela está se corroendo de curiosidade.
-Só ela né, sei!
-Eu também, não nego. Afinal serei seu padrinho.
- Calma, homem! Não aprece as coisas. Nem sabemos o que está escrito aqui.
- E porque será? Porque você está enrolando para abrir.
- Até parece que o noivo é você.
-Não sou o noivo, contudo sou seu amigo e quero o melhor para você. Eu sou muito feliz em meu casamento graças a Deus que me enviou Lily. - Se Cleiton nota a cara de desdém do amigo não comenta e continua. - Tenho visto você se isolar do mundo, da vida nesses últimos 8 anos Bem. O rapaz cheio de vida, de sonhos que exalava alegria que conhecia se perdeu em meio a escuridão que você escolheu viver. Então estou ansioso para ver sua vida mudar, estou ansioso para que você tenha companhia? Sim! Tenho orado para que Deus envie uma pessoa que possa ser a luz em meio a sua negritude.
- Deus já se esqueceu de mim faz tempo. Está desperdiçando suas palavras. Não preciso de luz de ninguém.
- A meu amigo, como está enganado! Não é luz de qualquer um, tenho pedido por alguém que reflita o brilho do Espírito Santo...
- Ok! Vou abrir essa bendita carta chega de falatório.
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CORRESPONDÊNCIA PARA O AMOR
SpiritualUma jovem órfã em busca de um milagre. Assim está Hanna as vésperas de seu 18° aniversário. Benjamin um rancheiro solitário endurecido pelas perdas em sua vida. Um anúncio e algumas cartas depois ambos se conhecem... Hanna se encontra em um...