Desafios no novo lar
Hanna
A jovem acorda desorientada, olha a sua volta enquanto pisca rapidamente e sua mente lentamente se situa.
“ Minha nova casa…”
Hanna cai para trás no travesseiro e observa os raios de sol que passam pelo vão das telhas e pela fresta da janela. Na última noite, mesmo exausta, pegar no sono foi difícil. Agora ali no silêncio, se recriminava, pois queria ter acordado cedo e preparado o café da manhã para Benjamin.
“ Não adianta ficar lamentando-se por algo que não tem solução Hanna.” murmura. E como nunca foi de ficar presa a um problema e sim se dispunha a procurar uma solução, se pôs a planejar o que poderia fazer para o almoço. Um trote de cavalo chega aos seus ouvidos, fazendo com que os olhos dela se arregalasse. Ela pula da cama e observa pela fresta que Benjamin voltou.
— Meu DEUS! — Fala esbaforida e corre para se trocar. Enquanto faz uma trança em seus cabelos, realiza uma rápida Oração. Pronta abre a porta do quarto e ao chegar ao topo da escada respira fundo e ao começar a descer quase tropeça ao ver Benjamin chegar ao pé da escada. Ela observa ele retirar o chapéu e seus cachos caem sobre o rosto. A beleza dele e sua presença mais uma vez a deixou sem fala. Benjamin a olha dos pés a cabeça e a expressão dele se fecha fazendo Hanna engolir em seco.
— Boa tarde! Senhorita.— A indireta a deixou rubra. No entanto, também franze a testa e o contesta.
— Senhora, não sou mais senhorita. — o lembra. Segura uma mão na outra, olha para o chão e fala envergonhada — Me desculpe pelo horário, não vai acontecer novamente.
— Assim espero, a lida aqui no rancho começa antes do sol nascer. Entendo que não está acostumada. — Hanna ouve o sarcasmo em cada sílaba, sua vontade e retrucar, contar como sempre lentava cedo e auxiliava a pastora Zoe no preparo do café, no entanto, escolhe ser sabia e pede ajuda ao Espírito Santo em oração. Ela mostrara a ele com suas ações e não com palavras. Aprendeu com a pastora que o silêncio tem mais poder que palavras tolas. E que ações falam mais profundamente que palavras ditas fora de hora.
— Entendo, poderia me dizer o que quer para o almoço? E se puder me fazer uma lista com os horários que costuma comer também agradeceria, assim sempre que chegar estarei com a comida preparada para você.— fala calmamente com um sorriso singelo no rosto, o olhando nos olhos, o que desnorteou Benjamin.
— Como qualquer coisa. Como agora que vou pegar algo na cozinha já que não tem nada preparado e voltar ao trabalho.— Fala ríspido. A visão dela ali, sua mera presença o deixava ansioso e isso estava enfurecendo Benjamin. “ Espero que canse e vá embora logo!”
O jovem pega alguns pães, algumas bananas e sai pela porta da cozinha. Come no celeiro e depois volta a lida com o gado.
Hanna ficou sem ação com a atitude de Benjamin. Permaneceu parada na escada tentando entender o que havia acontecido. Seus olhos ardem, porém, respirando fundo, termina de descer a escada e vai à cozinha.
“ — Não vou chorar!” repete para si várias vezes. Ela apenas passara pela cozinha enquanto Benjamin lhe mostrava a casa. Agora olhava cada detalhe. Os armários de madeira brilhavam. Uma mesa rústica com bancos dos dois lados no centro, no outro lado um belo fogão de lenha com forno. Uma cantoneira com um pote de barro. Ao lado do fogão tem uma porta e Hanna curiosa vai até lá. “ Uma despensa!” Prateleiras tomam dois lados das paredes. Sacos de mantimento, latas de banha, panelas, algumas caixas e lenha. A empolgação diminui ao ouvir o trote do cavalo se afastando. De volta A cozinha pega um pãozinho se senta a mesa. A quietude traz a tona um sentimento avassalador de solidão. No orfanato nunca estava sozinha. O lugar era repleto de vida. Ali a calmaria lhe era sufocante. “ — Pare de se lamentar mulher! Vá achar algo para fazer, que logo você se acostuma…” num ímpeto se põe de pé e bate as duas mãos na mesa.
Saindo Hanna e atingida pelo DESCASO do lugar. Mato tomou conta de praticamente tudo. Apenas dois trieros visíveis. Um que leva ao celeiro e outro ao poço. — Você com certeza tem muito o que fazer! — Diz rindo.
Ela coloca a mão em frente aos olhos e olha ao redor. Avista a direita o que parece ter sido uma cerca. — Tomara que seja uma horta. Ele ergue a barra do vestido e caminha pelo mato até lá. E ao achar a tela no chão quase saltita. — Era uma horta! Darei um jeito nisso. Eufórica corre para dentro, pega um chapéu, na despensa procura por ferramentas, porém não encontra. “ No celeiro! Isso…” bate palmas e se apressa até lá.
Encontrando o que procurava, volta cantarolando. Ela verifica as estacas e a tela e por sorte ainda podem ser usadas. Então coloca as estacas caídas em pé. E com areste prende a tela na madeira. Hanna pega a enxada, capina o mato e o joga para fora. Depois separa seis canteiros e os prepara. Ela limpa o suor do rosto. O sol já ia baixo. Seus braços doíam, suas mãos tinham novos calos, no entanto, dentro dela tudo estava em paz. Ali seria seu refúgio.
Enquanto trabalhava, orou, adorou e seu coração agitado encontrou refrigério. Não estava sozinha…
Encostada no cabo da enxada sorri ao observar seu progresso. Porém ao observar suas vestes faz uma careta.
— melhor parar, tomar um banho e começar o jantar. Ou o Benjamin vai se assustar comigo. No segundo dia de casados encontrar a esposa coberta de terra. — Gargalha e faz uma mesura. — Meu nobre cavalheiro, o que acha dessa nova moda?
O que ela não imaginava era que seu esposo a observa a algum tempo. Ele se surpreendeu ao vê-la trabalhando, mas o humor dela foi o que mais mexeu com ele. Sua irmã era irreverente assim. Fazia tudo sorrindo. A saudade bateu forte. E ao perceber que ela ia voltar, imaginou que iria se banhar então silencioso como chegou se foi. Ela retira água leva para dentro, acende o fogo e coloca a água para aquecer enquanto vai ao quarto pegar roupas limpas. A casa de banho ao lado da cozinha era uma surpresa boa. E ao pegar o sabonete que estava ali ainda embalado, provavelmente deixado para ela por Lily . O cheiro de lavanda lhe trouxe lembranças do orfanato.
Hanna fecha os olhos com força para evitar que suas lágrimas caíssem. Num esforço ela trás a memória lembranças felizes e engraçadas com os pequenos. Como a vez que ao banhar Laila a pequena escorregou e ao tentar segura- lá acabou escorregando e indo ao chão também, mas conseguiu colocar a pequena sobre si. A pastora e as outras meninas correram ao ouvir o grito e ao ver a cena ela toda molhado no chão riram muito.
Rindo, Hanna termina o banho e vai preparar o jantar.🌲🌲🌲🌹🌹🐴🐴🐴🌹🌹🌲🌲🌲
Esse homem é mau humorado gente kkkkk Feliz páscoa gente!
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CORRESPONDÊNCIA PARA O AMOR
SpiritualUma jovem órfã em busca de um milagre. Assim está Hanna as vésperas de seu 18° aniversário. Benjamin um rancheiro solitário endurecido pelas perdas em sua vida. Um anúncio e algumas cartas depois ambos se conhecem... Hanna se encontra em um...