・゚★,。・:*:・゚☆IX. MAIS PROBLEMAS。・:*:・★,。・:*::*:・゚

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Até havia cogitado ir a pé para a escola, pela distância curta. Mas a mesma chuva do dia anterior persistia em cair como gotas finas, daquelas capazes de te molhar sem que você percebesse. Fui de carro para não arriscar, dirigindo ridiculamente por duas ou três quadras até o colégio.

O ponto onde marcávamos a nossa chegada ao trabalho ficava ao lado da sala da diretora Cole. Eu estava cinco minutos adiantada, então fiquei um tempo sentada ao lado da máquina aguardando dar o horário.

Já havia gente na sala da diretora. O meu ouvido concentrava-se — contra a minha vontade — em querer escutar o que falavam lá dentro, mesmo que parecesse algo irrelevante.

A diretora Cole conversava com um homem. Uma voz grave, calma, porém incisiva.

Esses vedamentos acústicos são ridículos, pensei após ouvir com certa clareza a conversa.

— A substitua. Não acho que a escola tenha feito uma boa escolha.

— Como vou demitir uma professora que acabou de chegar a Sundale? Além disso, os alunos ficarão sem aulas até realizarmos um novo processo seletivo. Preciso de uma justificativa, senhor Youssef.

— Minha filha chegou muito abalada após a aula de ontem.

— Violet não está bem muito antes da nova professora chegar.

Além de mim, não soube de uma nova professora. Era simples deduzir que eu estava sendo o assunto na sala da diretora.

Obviamente cada sentido do meu corpo se voltou para prestar atenção na conversa. Apesar do som levemente abafado, as vozes ecoavam e podiam ser ouvidas com clareza. Isolamentos acústicos inúteis.

— Vocês sabem os antecedentes dela?

— Claro, senhor Youssef. Eu mesma faço questão de analisar o currículo e checar recomendações. Ela é muito bem recomendada. Não vejo fundamento na sua queixa.

A diretora imprimia um tom passivo agressivo na fala.

— Então quer dizer que não a afastará?

— Senhor Youssef, sabe o quão sou grata pelas doações generosas que faz a este colégio. Mas apesar disso, não gostaria de ser injusta com a menina. Ela largou tudo onde morava para assumir o posto em Sundale. Acha certo dispensa-la simples e puramente por que Violet mudou o comportamento?

Houve uma pausa. Acho que o tal Youssef reconsiderava.

— Certo — Pareceu dizer a contragosto — Mas vou ficar de olho nessa professora e espero que a senhora também, diretora.

—Esteja certo de que farei isso . Aliás, já o faço sempre. Não será nada que fugirá das minhas obrigações. — A diretora ainda marinha o tom passivo agressivo.

Após outro silêncio, a maçaneta da porta girou. Eu me ergui rapidamente e coloquei a digital no aparelho para registar a minha chegada. Tentava manter uma expressão neutra, de quem havia acabado de chegar.

Youssef saia pela porta calmamente. Vestia uma camiseta social preta e calças também pretas que não sei dizer se eram jeans. Apesar das mesmas cores de roupa, as peças assentavam bem no corpo robusto dele. O seu rosto tinha os mesmos detalhes que vi no meu sonho na noite anterior e eu me questionava se quando o encontrei no estacionamento ao levar Violet após a aula de reforço — se eu tive tempo para gravar a fisionomia daquele homem.

Outra coisa era idêntica ao que experienciei no sonho lúcido. O pai de Violet me lançou o mesmo olhar fumegante e agressivo que eu vi no sonho. O olhar de alerta. Era o mesmo olhar pouco antes de soprar em minha direção e me fazer voltar para o chalé em alta velocidade. Era como se o pai de Violet soubesse do meu sonho. A sensação era de que eu havia invadido a casa dele e ele sabia disso.

Mas era apenas um sonho lúcido. Obviamente eu estava confabulando teorias infundadas.

Nota da Autora: Será que esses sonhos são reais?

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