・:*:・゚VIII. BISBILHOTANDO ONDE NÃO DEVE?・:*:・゚

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Era como se tivesse caído em um quarto grande, dentro daquela casa. Era cheio de ursinhos de pelúcia, bonecas e outros brinquedos. Um quarto de menina, deduzi.

Os gritos da garota eram de pavor. Ela estava deitada em sua cama, sendo contida por um homem de preto, que julguei ser alguém da família. Eu ainda estava no chão após a minha "queda". Tudo parecia um sonho muito real e, ao mesmo tempo, estranho. Por que eu estava sonhando com aquelas coisas?

Assim que me pus de pé, observei a menina loira na cama, gritando e se contorcendo: Violet.

Ela não me enxergava, presumi. De costas para mim estava o pai dela, cujo nome eu ainda não sabia, ironicamente. Ele tentava acalma-la, como se Violet tivesse acabado de ter um pesadelo.

Aproximei-me dois passos, tomada por curiosidade. Sonhos lúcidos sempre me deixam curiosa. Como consigo controlá-los, eu tento de alguma maneira definir o que o meu subconsciente quer me dizer. E nesse momento, o pai dela virou-se para mim. Ele me olhou bem nos olhos, tal como alguém que me enxergava ali, bisbilhotando uma situação particular. Olhou com uma chama fumegante nas pupilas, como se estivesse muito irritado. Como se eu estar naquele sonho o incomodasse.

Porém, ele mudou a feição rapidamente, ainda me fitando. E então soprou em minha direção, com muita força. Esse gesto desencadeou uma corrente de ar impressionante dentro do quarto, fazendo as janelas se abrirem e objetos dentro do quarto caírem. Um vento intenso fez o meu corpo ganhar velocidade, me tirando outra vez do chão. Estava suspensa indo em direção ao teto por onde despencara. O fio de prata que estava ligado ao meu eu físico, sofria uma tração considerável, de modo que fui arrastada pelos ares de volta ao chalé, em uma velocidade impossível para a realidade.

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Uma tosse quente saiu rasgando dos pulmões pela garganta. A boca seca. Assim que abri os olhos já estava de dia. Atordoada, apanhei o celular: menos de cinco minutos para o despertador tocar.

Olhei para o teto e não havia nada de errado. Estava tudo no lugar. Minhas coisas, a janela trancada.

— Sonhos lúcidos idiotas*! — Pensei comigo mesma afastando a coberta. 

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