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Para minha surpresa, Violet estava na sala de aula. Sentada no mesmo lugar, sem nunca manter contato visual. Na verdade, aparentemente todos estavam no mesmo lugar do dia anterior. Pela chamada descobri que o valentão loiro e levemente acima do peso, se chamava Charles e a menina forçada e prestativa que sentava a frente(e respondia todas as minhas perguntas) se chamava Jane.
Tentava começar a aula e dar seguimento ao tema sobre mitose e meiose, mas minha mente divagava pensando que sentido faria Violet estar na sala. Eu acreditava que o pai fosse impedi-la de frequentar as minhas aulas. Mas lá estava ela, fazendo as suas anotações e ignorando as brincadeiras dos demais colegas.
— Quer dizer que a meiose é responsável pela produção das células sexuais? — concluía Jane em uma afirmação óbvia, claramente para se afirmar como a aluna empenhada.
— Sim, Jane. As minhas bolas estão fazendo isso exatamente agora... — riu Charles em uma piada despropositada.
Uma onda de risadas e burburinhos alastrou-se pela turma.
— Charles, eu não gostaria de ter que mandá-lo a direção por usar palavras obscenas* durante a aula — Adverti.
Charles perdeu a graça e fechou o semblante após a minha advertência. Os demais também param de rir. Jane olhou para Charlie com um risinho triunfante e depois voltou-se para mim, prestando atenção.
Eu, na verdade, estava pouco me importando com aqueles dois. Mal* os conhecia e já quase não os suportava. A minha atenção estava sobre Violet. O que acontecera entre ela e o pai para que ele fosse falar sobre mim com a diretora? E ainda mais: Violet não estaria ali segundo as minhas hipóteses.
E eu estava errada.
As horas se arrastavam, e piorou quando passei exercícios do livro após terminar o conteúdo. Havia um silêncio entre os alunos e nem mesmo Charles fazia alguma das suas gracinhas. Apenas o relógio acima do quadro branco com o tic tac dos ponteiros. Às vezes olhava para Violet, com vontade* de ir até ela e perguntar se estava tudo bem. Mas obviamente não faria isso. Poderia piorar a minha situação.
Quando o sinal tocou anunciando o fim da aula, eu suspirei praticamente aliviada. Desta vez não havia esquecido de marcar a presença dos alunos.
Os alunos se alvoroçaram pela porta, ansiosos para voltarem para suas casas, como se fugissem de um castigo. Quando a maioria se dispersou, o único rostinho que permaneceu sentado no mesmo lugar era o de Violet.
Fechei o meu diário de presença e caminhei até ela.
— Não vai para casa, Violet?
Eu não perguntaria nada, primeiro porque eu não poderia pressupor que o pai tivesse dito coisa alguma a Violet. E segundo porque eu poderia entregar que estava ouvindo a conversa alheia atrás da porta (apesar de sentir que Asaloon, assim que saiu da sala da diretora pela manhã, suspeitava que eu ouvia cada palavra que ele dissera a diretora Cole).
— Temos aulas extras de biologia, professora. — Disse ela erguendo o olhar tímido.
As palavras estavam engasgadas, como se eu tivesse que dizer a ela que não poderia dar aulas. Mas, ao mesmo tempo, em momento algum, eu ouvi pela manhã que as aulas extras seriam suspensas, apenas que Asaloon gostaria de me substituir. Nem mesmo a diretora Cole veio me falar qualquer coisa após a tal conversa com o pai de Violet. Ou seja, eu estava especulando demais.
— Certo, certo. Você tem razão. Você já almoçou?
Ela disse que não.
— Está sem dinheiro novamente?
— Sim.
Começava a me irritar com o bullying que faziam com a menina.
— Escuta, Violet, precisamos resolver isso. Não pode* dar o seu dinheiro simplesmente para que os outros te deixem em paz por algo que você não fez.
A menina se retraiu e ficou um pouco assustada.
— Não, não se envolva nisso, professora. Deixa como está. Eu sei me virar sozinha.
Eu suspirei, tentando entender porque Violet não contava ao pai. Isso era um problema grande, muito maior que o fato de Asaloom não gostar de mim sabe-se lá por que motivo.
— Vem, eu vou comprar o nosso almoço antes da aula.
— Não pode fazer isso, professora.
— Por que não?
— Meu pai se irritou que a senhora me deu seu almoço ontem
Franzi o cenho intrigada. De todas as razões para que Asaloom me quisesse longe de Violet, dividir a minha comida com a filha dele não era nem de longe a minha hipótese mais razoável
— Como assim? Você precisa comer. Por que ele não gostou?
— Papai disse que preciso me resolver sozinha, que nem sempre haverá alguém para me ajudar. Por isso, eu não deveria ter aceitado o almoço.
— Mas seu pai então sabe do bullying que você tem sofrido?
— Não. Eu não disse.
— E como ele soube do nosso almoço?
— Ele sabe de muita coisa...
Violet parecia desconfortável. Até insinuei que faria mais perguntas, ainda mais porque essa última me deixou intrigada. Mas desisti dos questionamentos.
Outro suspiro, aquilo estava mais estranho que tudo.
— Bem, Violet, você não pode* ficar com fome. Venha comigo e comeremos juntas, mas não diga ao seu pai que a ajudei, sim?
A menina me olhava, acho que sorriu ou repuxou os lábios. Violet não era muito expressiva.
— Está bem professora.
Na lanchonete, encontrei Jessica, que já estava com a sua bandeja posta, aparentemente me aguardando em uma mesa dos fundos.
Pedi a Violet para me esperar, que eu precisava dizer a Jéssica que daria aula e por isso não poderia almoçar com ela.
— Tá bem, vai lá. E boa sorte! — disse la olhando por cima dos meus ombros para Violet do lado de fora — Ela é bem esquisitinha, né?
— É só o jeito dela. Depois nos falamos, Jessica. Beijos.
— Sim, eu já te segui no insta — Gritou ela — Te mandei um convite par um happy hour num pub no centro da cidade. Te espero lá.
Ia perguntar como ela me encontrou no Instagram*, mas meu nome diferentão não tornava isso uma tarefa muito difícil.
A aula foi tranquila e definitivamente Violet não era uma má* aluna. Ela assimilava o conteúdo muito bem, e eu a parabenizava por isso.
Como o tempo estava relativamente tranquilo, Violet foi sozinha ao encontro do pai. Me poupou de encará-lo uma terceira vez. Quero dizer, uma segunda vez, já que a primeira fora no meu sonho lúcido.
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Asaloom
Любовные романыMahana, após uma dura separação de seu marido, é selecionadas para ser professora de Biologia já em um colégio na misteriosa cidade de Sundale, ao Sul do país. Logo que chega a cidade, ela escuta falar do poderoso Ásaloom Youssef, um descendente de...
