・:*:・゚★,。・:*:・゚☆XIII. SOLTEIRA。・:*:・゚★,。・:*:・゚☆ 。

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Há muito tempo que eu não saía para canto algum, era uma mulher até então casada e que trabalhava exaustivamente. Quando Robert pediu divórcio, meu chão sumiu, pois o que eu sabia fazer da vida além de viver para o matrimônio?

Claro, para que tudo desse certo por tanto tempo,eu fazia vista grossa para tudo que acontecia, levando o casamento fadado ao fracasso muito além do que ele teria suportado. Acredito que Robert tenha sido mais corajoso e colocando um fim a uma relação* falida. Por isso que, ao contrário da mamãe, eu não conseguia odia-lo.*

Mas Robert já começava a fazer parte do meu passado e ao abrir minhas malas, eu notei que não havia nada de muito bom para usar. Não para um ambiente diferente do colégio. Talvez um vestido preto com um cinto e uma bota? Ou Uma camiseta e um shorts? Não, não, que absurdo!

Vamos apostar no que eu sei fazer de melhor: saia midi, bota e uma blusinha regata com uma jaqueta jeans. Eu estava indo a um pub ver minha mais nova colega e não a um encontro amoroso. Estava preocupada demais, não fazia sentido.

O banho recuperou minhas forças, que achei ter perdido após o sono da tarde. Confesso que a imagem de Asaloom com a mulher na cama ainda eram vivas na memória e eu desejava saber o que aconteceria na sequência, após ele inalar aquela fumaça da boca da moça desacordada. Mas meu inconsciente usou a imagem de Violet para interromper o sonho.;

Estou a caminho, eu digitei pelo instagram. Jessica respondeu com um uhul , te aguardo.

Assim que saia pela porta, o celular vibrou. Era a mamãe. Havia me esquecido de ligar para ela durante o dia.

— Vai sair?

— Sim, vou a um bar aqui perto com uma colega de trabalho.

— Que bom, Mahana. Espero que ache um homem bonitão pra te salvar.

— Eu não preciso de homem algum para me salvar, mãe. Eu tô seguindo sozinha e prometo que me sairei bem.

— Mas você precisa de uma alma gêmea.

— Não, mãe. Ninguém precisa — Frisei a palavra — essas coisas acontecem naturalmente. Quem muito procura, acha o que não quer.

— Então tá, Mahana. Só não beba muito e não pegue carona com estranhos. E nada, mas nada...

— ...De pegar bebida dos outros. Eu sei, mãe. Obrigada por me lembrar.

— Que bom. E não se esqueça de me ligar amanhã, estou com saudade. Beijos.

— Beijos.

O Uber chegou assim que desliguei o celular e o guardei na bolsa.

Nada de bebidas estranhas, repliquei o conselho da mamãe ao entrar no carro.

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O veículo foi parando lentamente rente ao meio fio. Era uma rua repleta de pequenos bares, e eu olhava a fachada do pub que Jessica falara.

O Uber encerrou a corrida e eu desci. Um vento gelado lambeu meus cabelos e alguns fios rebeldes se desprenderam do coque.

Coque, Mahana? Você veio de coque? Nem pra soltar o cabelo.

Havia um carro estacionado logo atrás e usei o vidro para ver meu reflexo. Saia midi e jaqueta. Uma combinação esquisita, mas fazer o que, já estava ali. O jeito seria soltar o cabelo e tentar a sorte. Uma maçaroca de fios caiu feito papel amassado sobre os ombros. Com os dedos tentei penteá-los e juntar os fios em algo minimamente apresentável, mas as pontas estavam secas e ásperas, o que dificultou um resultado satisfatório.

— Vai assim mesmo! Dane-se!

— Ah, relaxa. Você está bonita!

Um homem recostado no carro ao lado sorria após tragar seu cigarro. Ele vestia um sobretudo de algodão grosso, elegante. Por baixo uma roupa preta que talvez também fosse social. Não parecia alguém de Sundale.

— Obrigada! — Eu disse sem jeito.

Calculava que o estranho estivesse sendo gentil, pois eu sabia que minha imagem não era das mais bonitas . Talvez ele tenha percebido minha insegurança e lançou uma palavra de encorajamento. Achei nobre, mas não funcionou muito.

— Não precisa se arrumar tanto para esse pub. A maioria lá dentro já está tão bêbada que seriam incapazes de notar qualquer coisa anormal em você!

Uma fumaça de cigarro saiu pela boca dele. Então notei que não era cigarro comum,era eletrônico, um vape.

— Estava lá dentro?

— Nem seria preciso. Nada muda nessa cidade. Mas vai lá e curta. Só tome cuidado com os engraçadinhos. Sempre tem algum esperando uma garota bêbada ficar vulnerável...

— Certo, vou me cuidar. Boa noite.

— Boa noite, moça. Divirta-se.

NOTA DA AUTORA: Algo me diz que a Mahana precisará de alguém para protegê-la. Bebida e gente estranha... O que acham?

AsaloomOnde histórias criam vida. Descubra agora