✭˚・゚✧*・゚*X. CRISES DE AUSÊNCIA*✭˚・゚✧*・゚*✭˚・゚・゚*

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Assim que entrei, percebi um alvoroço entre os alunos. Um grupo estava amontoado perto de onde Violet costumava se sentar. Um temor tomou conta de mim ao pensar que algo desagradável pudesse estar acontecendo com ela, o que me fez adiantar para acudir Violet se ela estivesse precisando.

— Afastem-se! — Ordenei ao grupo que me abriu passagem.

A cena era de Violet completamente imóvel, com um olhar vago. Ela estava sentada na cadeira, inexpressiva. Era como se estivesse dormindo de olhos abertos.

Jane passava com a mão em frente aos olhos da menina, mas Violet nem piscava.

— Eu tô falando que Violet é anormal. Aliás, a família toda dela é. O pai dela, Asaloom Youssef, matou* a mãe e comeu a carne da esposa em um ensopado de ervas finas.

A voz de Charles me irritava naquele instante, então acenei para que diminuísse o tom.

— Esse não é o momento, Charles. Precisamos ajudar Violet. E não fale coisas sem sentido, isso não é de bom tom.

Olhei ao entorno e mirei Jane. Seria o momento de usufruir de toda a prestatividade que ela parecia oferecer e usar ao meu favor.

— Sentem-se todos e abram na página 26. Façam toda a lista de exercícios. Valerá nota.

Houve murmúrios e reclamações dos alunos, eles não queriam mais tarefas.

— Sentem-se, eu já mandei! — Repliquei com firmeza.— Jane ficará responsável por observar cada um nesta sala. Pode* ser, Jane?

A menina abriu um sorriso largo, se satisfazendo com aquele pequeno gostinho de poder.

— Sim, professora! — Disse com voz enjoada — Quer que eu também anote se algum aluno se comportar mal*?

— Sim, Jane. Obrigada. Eu volto quando Violet for atendida na enfermaria.

Violet continuava apática, mas ao puxá-la ela se ergueu sem qualquer resistência. Violet piscou os olhos pouquíssimas vezes.

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Na enfermaria, a enfermeira usou uma luz para testar os reflexos pupilares e, a princípio, disse que estava tudo bem. Aferiu a pressão arterial e temperatura, saturação de oxigênio, e também nada de anormal, ou que explicasse o comportamento da menina.

— Vamos ligar para o pai dela e avisar o que aconteceu. — disse a enfermeira — Talvez ele saiba nos explicar.

Eu assenti enquanto olhava Violet na maca, apática, olhando para o nada.

Asaloom chegou trinta minutos depois. Eu pude ouvi-lo conversando com a enfermeira na sala de triagem aparentemente preocupado.

— Onde ela está? — O ouvi perguntar.

— Venha comigo, senhor Youssef.

Quando entrou e se deparou comigo, ele não pareceu se sentir a vontade*.

— Achei que você fosse professora e não médica!

Na noite anterior, Asaloom havia demonstrado alguma nobreza, mas quando envolvia Violet, ele parecia mudar e reprovar qualquer aproximação minha com a garota.

— Eu apenas a trouxe até a enfermaria e fiquei com pena de deixá-la sozinha aqui. Não fiz por mal*.

Asaloom me olhava com certa reprovação e talvez fosse algo relacionado a noite no pub. Mas logo a sua atenção voltou-se completamente para a filha.

AsaloomOnde histórias criam vida. Descubra agora