Breu.

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Acelerei despreocupadamente pela BR, desviando de tudo que pude encontrar, meus olhos ardiam pelas lágrimas que recusava-me a deixar cair. Meus pensamentos estavam um turbilhão, chegando ao ponto de latejar de dor, meu peito ardia, minha garganta queimava tentanto engolir tudo...

Pela primeira vez em anos, sentia-me só e vazia, tudo doía, tudo sangrava... Viva e morta ao mesmo tempo e caralho, pedaços quebravam-se dentro de mim e não sabia se quer, como iria consertar essa droga.

Acelerei ainda mais, reconhecendo minha localização, antes de entrar floresta a dentro, freei bruscamente, após ver alguma coisa correndo em minha frente, seus olhos pareciam apavorados perante a luz do farol, voei por cima da Harley, quicando diretamente com a coluna no chão, fechei meus olhos prontamente.

Por sorte o capacete amorteceu a queda, levantei-me dolorosamente, tirando o capacete em seguida, meu corpo parecia ter quebrado, precisaria de alguns analgésicos, com toda certeza. Respirei fundo, buscando ao redor, a Harley estava cerca de três metros de mim, manquei até retornar para ela, empurrando-a para o acostamento, não gostaria que nem um carro batesse e destruísse meu bebê! Então mais uma vez, algo correu ao redor das minhas pernas, busquei rapidamente a lanterna em meio minhas malas na Harley, sentindo alguém observar-me, quando encontrei a bendita lanterna, iluminei abaixo as árvores, do lado do acostamento, aonde ouvi uma pequena movimento, quando direcionei a lanterna ao local, surpreendi-me com o que encontrei, ou encontrou-me no caso.

 Respirei fundo, buscando ao redor, a Harley estava cerca de três metros de mim, manquei até retornar para ela, empurrando-a para o acostamento, não gostaria que nem um carro batesse e destruísse meu bebê! Então mais uma vez, algo correu ao redor ...

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Suas orelhas em pé, eram realmente adoráveis, além de seu focinho movendo-se ligeiras, seus olhos breus curiosos encaravam-me, aliás, ele mesmo era como breu, foi sorte tê-lo visto a tempo de desviar do mesmo. Sorri, agachando-me em sua frente, sentindo algumas agulhadas em meu corpo, realmente, não deveria ter feito esse movimento. Gemi em frustração.

- Ei, amiguinho, vem aqui.

Estranhei os dedos, tentando chamá-lo, ele abanava a calda e trazia o tronco para frente, porém sem afirmar a pata esquerda no chão, culpei-me, talvez, ele tivesse machucado-se por minha culpa. Suspirei, continuando a chamá-lo, droga, meus joelhos estavam doendo, gemendo de dor, levantei-me do chão, sentando-me na Harley, busquei algo comestível na mochila, entretanto, não encontrei nada, bufei.

- Perdão, amiguinho, não peguei nada antes de sair.

Choramingando, ele deixou-se no chão, a minha frente, ainda longe de mim, nunca pensei que negociaria com um filhote de cachorro, contudo, cá estava eu, tentando.

- Amiguinho, eu tenho uma casa, acima da estrada, vem comigo? Tenho comida lá!

Latindo, ele rastejou até mim, agachei-me em sua frente, conseguindo pegá-lo no colo, apesar do seu extenso pelo, ele estava magro, suas costelas eram tatáveis,  sentei-me novamente no acento da Harley, com o filhote em meu colo, conduzi vagarosamente, até onde a estrada normal permitia, então, entrei por uma trilha escondida, que fiz na segunda passada, somente para Harley passar, enquanto passei três dias arrumando e organizando a casa na árvore, pretendia convocar Charlie e Bells, para passar o próximo fim de semana aqui, antes que eu fosse viajar por uma semana, longe dos dois, havia considerado passar um tempo de qualidade com ambos, suspirei, sendo  novamente atingida pelas lembranças. Acariciei o filhote em meu colo, ele parecia gostar do pouco vento, direto em seu rosto, que a Harley proporcionava a nós dois, acariciei-o um pouco mais. Logo cheguei ao fim da trilha, colocando as duas mochilas nas costas e ajeitando o filhote em meu colo, meu tornozelo ainda ardia e não era confiável afirmá-lo ao chão, arrastei a Harley até uma pequena "garagem", no caso, um buraco, coberto por pares de troncos, com uma lona por cima, adicionei terra e alguns galhos a cima da lona, disfarçando ainda mais o local.

Imprinting _ Rosalie Hale (Crepúsculo)Onde histórias criam vida. Descubra agora