Sinto-me Viva.

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Já sentiu a sensação de que, o condutor de um veículo não tem mais amor a própria vida? Pois bem, considerei tal fato, desde que saímos de Forks, pois a peça que conduz a Harley está tentando nos matar, conduzindo a 100 km/h em zig-zag pela BR.

Estávamos atravessando a saída de Forks, que consistia passar pela reserva, algo que poderia gerar pequenas discussões conosco. Após passarmos pela La Push, a velocidade foi reduzida e pude aproveitar a paisagem que nos cercava, inclusive a vista longínqua das praias, afrouxei meus braços da sua cintura, observando ao redor, até ser praticamente obrigada a agarrá-la, quando acelerou e empinou a moto para trás, o gesto repentino rendeu vários xingamentos baixos direcionados a condutora. Pela primeira vez, em toda minha imortalidade, eu me sentia viva, sentia medo, sentia que podia morrer e essa era a sensação mais viva e livre que tive em toda minha existência...

Calmamente ela diminuiu a velocidade, vagarosamente repetindo o zig-zag, desta vez ri baixinho... A calma que aquele momento proporcionava era oposta ao desespero anterior e eu não sabia como balancear tantas sensações, que se quer imaginava sentir. Seguimos a estrada, na velocidade permitida, a motorista ainda realizava algumas "gracinhas" deliberadas em áreas com pequenas curvas, logo encontrávamos na parte reta e longa da estrada. Senti um frio na barriga, quando o ser condutor aumentou a velocidade e respirou fundo.

Em meio a curva acentuada, a moto fora inclinada para o lado oposto ao sa curva, fechei meus olhos, depois senti quando viramos um drift a 180° graus. Quando abri meus olhos, ela conduzia calmamente, só que de ré!

- VOCÊ É LOUCA!

Gritei. A sensação de euforia pela adrenalina, fez-me rir em alto e bom som, abraçando sua cintura. Discretamente observei-a pelo retrovisor, ela demonstrava-se completamente realizada e feliz... Estava linda.

Freando bruscamente, gerando um impulso suficiente para voltarmos a direção certa da pista. Apesar do susto, a brisa fria que as nuvens pesadas traziam, que mesmo no atual verão, fechavam inteiramente o céu, cobrindo o Sol, trazendo a sensação de frescos e calma.

Significamente, o corpo quente em meus braços, proporcionava-me um calor inexplicável em minha pele fria, talvez, por que a anos não tomava ou aproximava-me de um humano, então, não fazia ideia do conforto que o calor poderia trazer... Seu perfume parecia uma droga aos meus sentidos, era delicioso e parecia imundar meu corpo e minhas narinas do decorrer da viagem, como se seu perfume grudasse em mim e eu queria que grudasse.

Ignorando os pensamentos anteriores, sobre uma HUMANA, a qual eu sentia-me atraída e reversa de alguma forma, prestei atenção na estrada a nossa frente, havia um congestionamento, cerca de dez carros, locomovendo-se como tartarugas.

- Confia em mim?

Relembrando o fato de que ela está conduzindo e estou na garupa...

- E eu tenho escolha?

- Não.

Imaginava que a resposta seria não, só restava-me confiar no ser humano suicida em meus braços.

- Então, confio!

- Ótimo!

Acelerando novamente, serpenteavamos entre as vias duplas, desviando rapidamente de todos os carros encontrados na rodovia, quando ultrapassamos em meio a dois carros, apertei com cuidado sua cintura, aquele friozinho na barriga, estava ali, de novo. Quando o último carro fora ultrapassado, observei que seguindo a estrada, iríamos passar frente a uma fazenda que continha várias árvores repletas de flores, graças ao verão atual, com várias pétalas deixando seus arbustos, parecia algo mágico, aos meus olhos, Tristan pareceu perceber meu fascínio pela chuva aromática e colorida das pétalas, tanto que, diminuiu a velocidade, permitindo que eu ficasse em pé, na parte traseira da moto, conduzindo em um leve zig-zag pela extensão das árvores. Quando a extensão da fazenda se deu por fim, sentei-me novamente, segurando sua cintura, ouvi quando ela acelerou e a paisagem ao nosso redor tornou-se apenas flash's, a acompanhei direcionando meu peso para trás, ajustando-a a empinar a moto, abaixei minha mão, quase tocando o asfalto, segurei sua cintura novamente.

Imprinting _ Rosalie Hale (Crepúsculo)Onde histórias criam vida. Descubra agora