28º Capítulo {Livro Quatro}

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Depois de ter minha atenção dividida entre o avistamento de largas campinas e o deslumbre das vastas florestas, finalmente, contemplo o pico das torres do castelo conforme vão surgindo por detrás da vegetação.

A viagem até aqui foi relativamente tranquila, apesar de, ao longo do caminho, não me sair da cabeça os gritos insistentes de Desiderata.

Tive tempo suficiente para refletir quanto as suas considerações finais.

Incomoda-me o fato de que talvez tenha falhado ao não lhe dar a atenção devida. Preocupa-me, quem sabe, ter interpretado mal as razões que deram origem aos seus alertas.

Agora, contudo, nada posso fazer, além de admirar com expectativa as silhuetas escuras que se destacam em meio à vermelhidão que o fim de tarde impõe ao céu.

Diante de tão bela paisagem, lembro-me que papai costuma dizer: quando a tarde sangra as nuvens se conformam e cessam de chorar.

Em outras palavras, amanhã fará sol o dia todo.

Não tenho ideia de como funciona, mas sei que ele costuma estar certo em tais conjecturas. Com isso em mente, desato a planejar alguns passeios exploratórios pelos arredores do Chambord.

O imenso castelo, lar de Henrique em algumas ocasiões especiais, é uma obra prima de seus arquitetos.

Não chegou a ser concluído, mesmo assim, é uma construção imponente.

Fica na comuna de Chambord — o que lhe dá seu nome — em um espaço recluso, longe de qualquer povoado.

Por conta disso, tivemos de trazer conosco toda a comida que degustaremos. Em uma das carruagens estão todas as especiarias e mantimentos necessários para passarmos quinze dias neste cenário isolado.

O amplo espaço que ladeia a grandiosa construção possui diversidade em sua flora, bem como nos animais silvestres. Além de um rio admirável.

Não atoa os lordes mais seletos vem até aqui justamente para caçar cervos, faisões, búfalos, javalis e etc.

Não gosto muito da ideia, mas sabendo que servirá para consumo e não como parte de um simples desejo de ver os animais sofrerem, sou capaz de aceitar.

Deus nos deu os animais para alimento, então não haveria nisso um pecado.

Além disso, a região constantemente exige que se pratique a caçada para que não se multiplique os animais selvagens e não aumentem os ataques nos povoados.

Detestaríamos ver os aldeões prejudicados, mas vê-los bem alimentados é satisfatório para a maioria.

— Chegamos! — exclamo aliviada, tão logo adentramos a longa estrada que leva até a porta principal, e assim, chamo a atenção de Valliéry.

À Espera da Coroa - LIVRO 4 - CIR.Onde histórias criam vida. Descubra agora