38º Capítulo {Livro Quatro}

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Todas as minhas tentativas de me atirar da caleche foram falhas, pois sempre podia contar com as mãos de lorde Fideo contendo-me avidamente.

Não que eu quisesse pôr um fim imediato a minha própria vida. Apenas não nasci provida do mesmo dom que Laura e, dessa forma, não pude evitar ser trazida para a prisão que tão certamente me aguarda.

Assim que adentramos o pátio do castelo — que eu preferia nunca mais voltar a ver — fui entregue aos cuidados das criadas do Chambord e estas, arrastando-me consigo, tentaram a todo custo retirar-me as vestes para me banhar dentro de uma horripilante tina de água quente.

Tanto esperneei que ao menos nisso obtive a tranquilidade de permanecer ilesa... e suja.

Não posso deixá-las olhar em minha bota e, nem mesmo, tomar-me a adaga dos Caspatios. É a única defesa que me resta. Além disso, não tenho planos de morrer afogada, ou escaldada.

Então, depois de tanta insistência infrutífera, as criadas me devolveram aos guardas e eles, temerosos, conduziram-me "amigavelmente" até o salão principal.

Neste instante, encontro-me de pé diante da enorme lareira, e sendo vigiada por todos os lados, aguardo que venha me recepcionar aquela...

Um alarido de vozes extasiadas precede a entrada da dama e de seu secto bizarro. Até mesmo os animais empalhados que nos rodeiam são mais simpáticos que as tais.

— Estou tão decepcionada, alteza — afirma a marquesa de Grant, assim que sou "delicadamente" posta a sua frente. — Uma lastima assisti-la ter tal comportamento.

— Ah, que pena... — digo irônica.

Estou com os pulsos amarrados nas costas e a decepcionada é ela? Puf!

— Não imagino o que mais poderia ter feito — prossegue a marquesa em tom dramático. — Eu tentei ser o mais receptiva possível. Jamais imaginei que fosse me tornar uma vítima de vossa ingratidão. Mas... o que mais poderia esperar de uma plebeia, não é mesmo? Uma porca pode se vestir com seda, mas sempre será uma porca.

À Espera da Coroa - LIVRO 4 - CIR.Onde histórias criam vida. Descubra agora