{Capítulo Extra}

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Um soar de trombetas, precedido por acordes suaves, avisa-me enfaticamente que ela chegou ao recinto e já caminha até mim.

Por um momento, avidamente tento me virar para vê-la, mas Meia... minha mãe logo me repreende com um gesto sutil e gentilmente devolve meu rosto a uma pose firme, mantendo-me encarando a vista das janelas.

Sem entender o motivo de tal atitude, sinto-me ligeiramente frustrado, tanto por não estar podendo assistir a entrada de Panny quanto por não estar ciente das regras da nobreza.

Eu vou me casar com o amor da minha vida, sou um príncipe dos Bourbons e, teoricamente, estou em minha casa, mas ainda me sinto um estranho no ninho.

De repente, passo a ouvir um coral de ladys arfando como se fossem pombinhas arrulhando e, mais uma vez, vejo-me tentado a virar para entender o que se passa. Porém, parecendo ler minhas vontades, a rainha sinaliza uma incisiva negativa com a cabeça, lançando-me um olhar de alerta.

Assim, decido não arranjar-lhe pretextos para me desclassificar desta empreitada e obedientemente espero ansioso pelo momento em que vislumbrarei o rosto da mulher que amo.

Algo que não acontece da forma como gostaria.

Leva-se uma eternidade até que os músicos encerrem sua apresentação e então, avisto pelo canto do olho que lorde Delyon se encontra estacionado ao meu lado, bloqueando a minha visão da donzela.

A nossa frente o presbítero faz algumas explicações e, logo depois, ouço meu praticamente sogro declamar suas considerações matrimoniais, provocando comoções emocionadas pelo salão.

Tendo dito tudo o que lhe cabe, o duque silencia de vez e o presbítero me incentiva a continuar a liturgia. E é somente neste instante que me arrependo de nunca ter parado um pouco para prestar atenção no que diziam os noivos naqueles casamentos que se realizavam na congregação do Loire.

Eu costumava ir aos festejos apenas pelo banquete que serviam após as solenidades e naquela época nunca imaginei que um dia me seria necessário conhecer as palavras que os rapazes gaguejavam sobre o altar.

— Eu... — começo hesitante, tendo me lembrado apenas desta palavra óbvia como resposta.

— Diga-lhe: Dean Theodor Lancellotti de Bourbon — ouço sussurrar-me a rainha, inclinando-se em minha direção com um sorriso amável. — Na condição de líder da casa de Bourbon...

Assim, repito tudo o que me diz, impactado com a seriedade de tais declarações, afinal, não havia me dado conta de que eu realmente sou o líder de uma casa francesa e não qualquer casa.

A casa real.

— Recebo a donzela que me entregastes, dando-lhe minha palavra de confiança de que a manterei sob a proteção do meu manto — prossigo, tentando acompanhar o que me sopra Meia Noite —, deste momento em diante.

À Espera da Coroa - LIVRO 4 - CIR.Onde histórias criam vida. Descubra agora