futuro marido

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— Draco, querido — disse Narcisa, caminhando até seu filho. — Já sei das novidades. Eu e seu pai viemos para preparar tudo.

Hermione levantou o olhar para Narcisa. Essa farsa de casamento a levaria ao fundo do poço ou até mais fundo. Ela suspirou internamente; nunca estivera tão nervosa. Sua respiração, agora controlada pela mente, não passou despercebida por Draco.

— Mamãe, deixe-me apresentar formalmente... Esta é minha noiva. Agora que Hermione faz parte da família, você terá que ensiná-la a ter modos. — Hermione ergueu o olhar para ele.

Logo atrás de Narcisa, estava Lucius, em sua imponente postura, observando tudo. Hermione percebeu que ele claramente não gostava do que via ou da situação.

— É um prazer ser oficialmente apresentada a você, senhorita Granger — disse Narcisa, estendendo a mão. Hermione a cumprimentou, mas não tirou os olhos de Lucius. Sabia que ele estava tramando algo contra ela, talvez. Ela não permitiria que ele arruinasse aquele momento.

— Draco — Lucius chamou, e Hermione sentiu Draco ajustar a postura lentamente. — Vamos ao escritório. Tenho assuntos a tratar com você.

Todo o plano não seria destruído por Lucius. Hermione não deixaria.

As unhas de Hermione cravaram-se na borda da mesa. O medo estampava seu rosto. Como ela e Draco fariam com o plano se tudo desse errado? Bem, na tarde anterior a ida a Londres, ele repassara tudo o que ela deveria fazer. Sabia que estava sendo ameaçada de várias partes da Europa e agora também seria procurada na América. Ela cuidaria dos negócios de Draco enquanto ele resolvia a situação. Ela tinha capangas para isso, certo?

Quando a noite chegou, Hermione deitou-se em seu antigo quarto, observando as pinturas na parede. Não demorou muito para Draco entrar e olhá-la deitada. Quando seus olhos se encontraram, ele abriu um meio sorriso vitorioso e debochado.

— Você sabe tudo o que quero — ele disse, sentando-se em uma poltrona em frente à cama. — Você me conhece melhor do que meus pais.

— Tem certeza sobre o casamento? — Hermione perguntou, intrigada. Sabia que casar seria irreversível para ambos, já que o contrato de casamento previa que metade de seus bens passariam para ela.

— Há uma coisa sobre mim que você não sabe — ele a encarou por alguns segundos antes de desviar o olhar para uma pintura na parede. — Eu não minto. Precisamos disso.

— Você não está criando uma falsa narrativa de casamento para me manter sob suas asas, está? — Ela sorriu, e ele também.

— Se eu a conhecesse hoje, daria uma chance a isso — disse ele, e ela voltou a sorrir. Eles nunca funcionariam como um casal, apenas como amantes.

— Diga-me, Malfoy... — Ele voltou a olhar para ela. — Existe algo que eu deva saber antes de me casar e me tornar a senhora Malfoy?

— Você não me conhece direito — ela mordeu o lábio superior, apreensiva. — Não sou apenas uma máquina mortífera.

— Eu sei que aí dentro bate um coração — disse Hermione, observando Draco encolher os ombros. — Às vezes, precisamos de amigos para falar sobre a vida.

— Nunca tive isso, se você entende. E nunca terei — ele se levantou. — Amanhã começaremos os preparativos para o noivado. A festa de Nanfta será na semana que vem, e farei o pedido de casamento lá.

— Mal começamos um namoro de fachada, e já será um casamento? E os filhos, quando vêm? — Hermione zombou, revirando os olhos e voltando a se aconchegar na cama.

— Se tudo der certo... — Draco caminhou até a porta e, antes de sair, olhou para ela. — Logo virão.

E ele fechou a porta.

 AprisionadaOnde histórias criam vida. Descubra agora