Aprisionada

escolhas

Hermione segurou a carta em suas mãos, mas sua mente estava longe. O vento soprava levemente, e ela se deixou levar pela vista deslumbrante do penhasco. As nuvens se arrastavam pelo céu, e a sensação de liberdade era quase palpável. No fundo, ela sabia que aquele momento era fugaz, uma pausa em meio ao caos que se desenrolava na vida deles.

Draco permaneceu em silêncio, seus olhos perdidos no horizonte. Ela notou que, apesar da fachada confiante, havia algo vulnerável em sua postura. O que ele realmente pensava sobre tudo isso? O que sentia ao ser puxado para esse mundo que não escolheu?

— Você não precisa se sentir preso, Draco, — disse ela, quebrando o silêncio. — Essa farsa... eu sei que não é o que você quer.

Ele virou-se para ela, a expressão endurecendo. — Você acha que é fácil para mim? Ser a marionete da minha família? O filho que deve seguir um legado sombrio?

— Eu só quero que você saiba que não precisa carregar esse peso sozinho, — respondeu Hermione, dando um passo à frente. — Eu estou aqui. Para o que der e vier.

Ele hesitou, os olhos buscando os dela em busca de sinceridade. Finalmente, um pequeno sorriso surgiu em seus lábios, embora ainda houvesse uma sombra de dor em seu olhar.

— Isso é mais do que eu esperava, — admitiu ele, sua voz baixa. — Vamos nos perder nessa mentira, mas se podemos nos apoiar, talvez não seja tão ruim.

Hermione balançou a cabeça, sentindo uma chama de esperança acender dentro dela. — Vamos fazer isso juntos. E quem sabe, no processo, possamos descobrir algo real entre nós.

Draco olhou para a carta que ela ainda segurava. — Leia agora.

Ela hesitou, mas o impulso de descobrir o que estava escrito a fez abrir a carta. As palavras escritas à mão eram claras, mas carregavam um peso emocional que a fez hesitar.

"Hermione,
Se você está lendo isso, significa que estamos mais perto do que nunca. Há tantas coisas que gostaria de lhe dizer, mas apenas uma é realmente importante: nós somos mais do que as circunstâncias que nos cercam. Não se esqueça de quem você é, de sua força. Estamos juntos nessa, e, no fim, talvez possamos redefinir nossas histórias.
Com esperança,
Draco."

As palavras reverberaram dentro dela, e a vulnerabilidade que ele havia escondido atrás de sua fachada começou a se mostrar. Hermione olhou para Draco, que a observava atentamente.

— O que você acha? — ele perguntou, a insegurança evidente em sua voz.

— Eu acho que você tem razão. Podemos fazer algo diferente. Algo que ninguém espera.

Ele arqueou uma sobrancelha, intrigado. — E o que você sugere?

— Vamos mostrar a eles que somos mais do que apenas uma aliança de conveniência. Vamos criar um plano, um verdadeiro.

Draco sorriu, um brilho de empolgação em seus olhos. — Estou ouvindo.

— Primeiro, precisamos ganhar a confiança do seu pai. Ele não pode saber que estamos jogando o jogo dele. E, em segundo lugar, vamos explorar tudo que podemos, juntos. Usar os recursos da sua família a nosso favor.

— E depois?

— Depois... talvez possamos pensar em como se livrar de Riddle de uma vez por todas.

Draco inclinou a cabeça, admirado. — Eu gosto do jeito que você pensa.

— E eu gosto de ter você ao meu lado. Vamos fazer isso.

Eles se encararam por um momento, e algo inegável passou entre eles. Não era apenas uma união forçada, mas uma parceria. Ambos eram guerreiros em um campo de batalha, e a determinação nos olhos de Hermione refletia o que havia se acendido dentro dele.

— Então, vamos começar, — Draco disse, estendendo a mão para ela. — Um passo de cada vez.

Ela pegou a mão dele, sentindo a força de seu toque. Juntos, eles estavam prontos para enfrentar o que viesse pela frente.

----------------------

Nanfta estava sentada em um dos elegantes lounges da mansão dos Crowley, os dedos nervosamente brincando com o tecido de sua saia. O ambiente estava decorado com opulência, mas a atmosfera parecia pesada. Ela olhou pela janela, observando a movimentação do jardim, e sentiu um nó se formar em seu estômago ao pensar em Draco e Hermione.

Os murmúrios sobre o noivado dela com Draco chegaram até ela como um sussurro insistente. O que mais a incomodava era o fato de que Draco nunca havia mencionado Hermione para ela, ele mal a conhecia nessa época, mesmo durante os momentos que passaram juntos. Eles tinham um passado, uma história que parecia agora distante, como uma sombra perdida.

Nanfta levantou-se e caminhou até um espelho adornado na parede. Ela olhou para seu reflexo, lembrando-se de como Draco costumava olhar para ela com aquele brilho nos olhos. Ela se lembrou de risadas compartilhadas, segredos sussurrados à luz da lua. Mas tudo isso agora parecia ser uma lembrança distante, eclipsada pela nova realidade.

— O que você está fazendo aqui? — uma voz familiar a interrompeu. Era Pansy, que parecia mais preocupada do que curiosa.

— Só pensando, — respondeu Nanfta, evitando o olhar da mulher. — O que você acha de tudo isso?

— O que eu acho? — Pansy deu um risinho cínico. — Draco com a Granger? É uma piada. Você sabe que ele não é realmente apaixonado por ela, certo?

Nanfta hesitou, uma mistura de sentimentos a invadindo. — E se ele estiver? E se ele realmente acreditar que ela é o que precisa agora?

— Não me faça rir! Ele está apenas fazendo o que os Malfoy esperam dele. — Pansy revirou os olhos, mas havia um traço de preocupação na sua voz. — Você ainda se importa com ele?

Nanfta deu um passo para trás, refletindo sobre a pergunta. Ela queria dizer que não, que estava feliz por ter seguido em frente. Mas a verdade era que ainda havia uma faísca que não conseguia ignorar.

— Eu me importo, sim. — O confessar a surpreendeu. — Draco é... complicado. E eu não sei como lidar com isso.

Pansy a observou, seus olhos suaves. — é engraçado toda situação

Nanfta pensou por um momento, decidindo que não poderia se deixar ser sugada por sentimentos antigos. Ela precisava de clareza.

— Vou pensar sobre isso. — Ela respirou fundo, decidida a não se deixar levar pela insegurança. — Mas, se eu decidir lutar, não será apenas por mim. Será para mostrar a ele que ele merece mais do que uma farsa.

Com essas palavras, Nanfta se afastou do espelho, mais certa de si. Ela sabia que o caminho à frente seria difícil, mas estava pronta para enfrentar o que viesse. E, quem sabe, se Draco realmente não a quisesse mais, ela encontraria sua própria liberdade.