twenty-two

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📌 London, Paris.

NOAH URREA

Às vezes a vida nos passa uma rasteira, e isso nos derruba de uma tal maneira que nem conseguimos explicar.

Eu já havia levado uma, com a morte da minha esposa. Mas aparentemente, tinha acontecido novamente. Desde o momento em que eu havia me permitido superar meu luto, abrindo-me para outros relacionamentos, mesmo que passageiros, como os meus sempre eram, eu não passava uma semana sem uma balada, festa, mulheres na minha cama.

Eu não me orgulhava disso, mas era o conselho que eu seguia das pessoas à minha volta: "Siga em frente, supere. Ela não quer te ver sofrendo" E lá estava eu, há um mês sem sair um único final de semana, sem querer nenhuma outra mulher na minha cama.

A única que invadia meus pensamentos, causando fantasias na minha mente, ainda vinha se esquivando de mim. Eu havia resolvido que lhe daria seu próprio tempo, esperaria, se ela tivesse algo a me falar.

Mas queria primeiro ser uma pessoa melhor novamente, queria que ela visse que eu poderia me tornar um homem para a sua vida. Estava com Beto na minha sala, já era tarde e ele passará depois do almoço para me visitar.

— E você, vai finalmente aceitar meu convite esse final de semana? Descolei uns ingressos para um show, que olha... — Ele estalou os dedos no ar, simbolizando que o show seria bom.

— Não estou muito disposto a sair. Talvez na outra semana seja melhor. Leva uma das meninas que você encontrou semana passada. Elas vão adorar. — Tentei mudar de assunto, já que Beto estava insistindo naquele assunto de que eu deveria sair com ele para uma festa.

— É uma pena, queria conhecer umas gatinhas novas. Mas vou pensar nisso. Agora... — Ele se aproximou um pouco mais da minha mesa, quase deitando-se sobre ela e começou a falar baixo.

— A gatinha ali tem uma pegada boa, não é? Pra ter te deixado assim. Fazia tempo que você não ficava assim por alguém. — Soltei uma respiração mais profunda, lançando um olhar para o lado de fora, observando Any pela janela.

Ela estava ainda mais linda, naquele dia com os cabelos chocolates presos em um rabo de cavalo e a franja caindo sobre os olhos como se fosse uma cascata dourada. A blusa estava colada ao corpo, evidenciando as curvas perfeitas que ela tinha. Ela estava com os óculos, focada na leitura de alguma coisa no computador.

— Eu não sei explicar, Beto. Desde o beijo que rolou entre nós, foi algo diferente, especial. E eu não entendo o que aconteceu com ela depois. Estava tudo bem, e do nada, ela parecia ter ligado uma chavinha contra mim.

— Ela te deu um chá de calcinha muito bom mesmo. Para não querer pegar ninguém depois. Ou tem alguma magia no meio disso tudo. — Não havia contado a Beto que a garota era virgem quando se entregou a mim.

Ele não precisava saber detalhes íntimos da vida dela, muito menos da minha. Fiquei observando-a por mais alguns segundos, enquanto Beto falava. E para a minha sorte, ele não demorou muito mais tempo comigo, e saiu logo, despedindo-se e lamentando mais uma vez por eu não ir ao show com ele.

Quando saiu da minha sala, passou pela mesa de Any e a cumprimentou com uma mão levantada. Ela retribuiu o aceno. Eu estava entrando novamente para a minha sala quando notei que seu rosto estava mudando de cor.

Apesar de ter uma pele branca, Any estava ficando pálida. Voltei minha atenção para ela, reparando nela por mais algum tempo, e ela nem mesmo percebeu que eu a observava.

Estava começando a ficar preocupado, quando ela levou uma das mãos à testa e começou a se remexer na cadeira, tombando de um lado ao outro, dando a impressão de que iria desmaiar a qualquer momento. Apressei-me em sua direção, colocando-me ao seu lado.

My Boss ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora