thirty-six

133 13 0
                                    

📌 London, Paris.

NOAH URREA

Não havia nada que eu gostasse mais, do que dormir agarrado com Any. Sentir o calor dela na minha pele, seus cabelos embrenhados no travesseiro, seu cheiro invadindo meu nariz enquanto eu pegava no sono.

Principalmente depois de rodadas de sexo, prazer. Aquilo era o que eu queria para a minha vida. Bom, mas nem tudo era um mar de rosas para sempre.

E um telefone tocando durante a madrugada foi a prova disso. O barulho estava insistente, e fui obrigado a levantar, e tomando cuidado para não acordar Any fui para o outro quarto, que no começo era designado a ela, mas agora estava vazio.

— Oi. — Atendi sem nem conferir o visor.

— Que bom que você me atendeu, meu filho — conheci a voz do meu pai, que parecia estar apavorado.

— Aconteceu alguma coisa? — Passei a mão pelo rosto, fazendo o máximo para despertar melhor.

— Aconteceu, filho. — Ele ficou em silêncio, e no fundo ouvi o barulho de alguma coisa de vidro se quebrando.

— Pai, você está bem? O que aconteceu? — Eu já começava a ficar apavorado.

— É o Beto. Ele apareceu aqui. Está bêbado, e descontrolado, falando coisas sem nexo.

— Precisa que eu chame a polícia? Lúcia está bem?

— Não envolva a polícia. Lúcia está, eu pedi que ela não saísse do quarto. — Ele fez uma pausa e no fundo novamente ouvi o barulho de algo se quebrando e uma voz falando algo que eu não conseguia distinguir.

— Ele está surtando, Noah, falando coisas absurdas.

— De que tipo? — Se ele já tivesse inventado mentiras para Any, poderia muito bem mentir para o meu pai também. Eu estava planejando me encontrar com Beto no meio da semana, para tirar aquela história a limpo, mas talvez nosso encontro acontecesse mais rápido.

— Ele já falou da Violette, que ele merece mais do que você. Que a amava, mas ela escolheu errado. Que você não merece o que tem. Está me parecendo choro de pessoa com inveja, mas ele está muito alterado, Noah. E é seu primo, você não pode negar ajuda. — Eu não podia mesmo.

Apesar de não entender nada do que eu acabara de ouvir, muito menos do que Any me contou, Beto era parte da minha família, conviveram comigo desde pequeno, e meu pai o considerava muito.

Apesar de ele ser um homem forte, já era de idade, não conseguiria lidar com Beto, ainda mais estando bêbado.

— Eu estou indo, tente acalmá-lo.

— Vou tentar, mas se apresse aí. — Assim que desligamos, voltei para o quarto. Any continuava dormindo, era uma pena ter que acordá-la. Mas fiz mesmo assim, não poderia sair no meio da noite sem avisar nada e deixá-la preocupada.

Encostei delicadamente em seu braço, balançando e chamando por seu nome. Ela foi abrindo os olhos aos poucos e um sorriso enquanto focava no meu rosto.

— Já amanheceu? — sua voz era sonolenta e rouca. Muito erótica até.

— Ainda não, querida. — Dei um beijo em sua testa. — Mas Beto parece que foi para a casa do meu pai e deu uma surtada lá, quebrando coisas. Ele me ligou e pediu para ajudá-lo. — Imediatamente ela abriu mais os olhos, colocando-se sentada sobre o colchão e levando a mão à barriga, de uma forma instintiva.

— Como assim? Ele machucou o seu pai?

— Não. Ele está bem. Mas o Beto parece que está bêbado, não falando nada com nada. Vou lá tentar resolver, levo ele pra casa e volto. Tudo bem? — Any balançou a cabeça, confirmando e eu dei um beijo rápido em seus lábios.

Peguei uma roupa qualquer no guarda-roupa e saí de casa. No caminho, minha cabeça girava em tudo o que meu pai havia dito. Coisas que Beto havia confessado.

Seria bom me encontrar com ele para tirar algumas questões a limpo

My Boss ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora