fourteen

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📌 Las Vegas.

ANY GABRIELLY

Dizem que quando se enfrenta um medo ao lado de alguém que te apoia, ele se torna um pouco mais suportável. E naquele momento, eu poderia dizer que era real aquela afirmação.

O voo foi tranquilo, diga-se de passagem, tirando algumas turbulências que são comuns. Mas sentir que Noah estava ali me acalmando, e não me julgando, era o que me fazia respirar fundo, sentia sua mão na minha, mostrando-me que não estava sozinha.

Quando pousamos, ele não me disse nada, apenas esperou que eu me acalmasse sentado ao meu lado, e em seguida me ajudou a descer.

Havíamos chegado no cassino, onde também ficava a parte da hospedagem onde íamos ficar instalados. Era um lugar enorme, com vários andares e em cada um, diferentes estilos de jogos se misturavam.

Alguns apartamentos ficavam misturados com as salas de jogos, outros mais discretos, em um andar apenas de cômodos de dormir.

O que Noah ficaria, era um loft, com dois quartos pequenos, mas com suíte, uma cozinha e uma sala de espera. Apesar de não ser um palacete, era luxuoso em seus mínimos detalhes.

Eu estava deitada na cama, em um dos quartos, Noah ficaria com o outro. De início fiquei apreensiva por termos que dividir o mesmo espaço, mas fiquei um pouco mais aliviada quando ele conseguiu um com dois quartos separados.

A minha intenção era descansar da viagem naquela noite, já que o primeiro encontro com James seria apenas no dia seguinte. Então depois de avisar que havia chegado sã e salva ao meu pai, joguei o celular de lado e fechei os olhos enquanto respirava fundo.

Espontaneamente, um sorriso surgiu no meu rosto. Era tudo completamente novo para mim. Uma viagem internacional, um cassino e hospedagem dentro dele. Eu estava começando a me sentir como em um daqueles filmes chiques.

Mas provavelmente eu seria a coadjuvante naquela história. O que não deixava de ser mágico à sua forma.

Ainda deitada, senti meu celular vibrando várias vezes seguidas, o que sinalizava a chegada de mensagens. Com o mesmo sorriso no rosto, peguei-o, pensando que seria meu pai, mas me deparei com um número que eu não tinha salvado.

Número desconhecido: O que ainda está fazendo no quarto?

Com o teor da mensagem, deduzi quem poderia ser. Mas me fiz de desentendida.

Any: ??????

Número desconhecido: É o Noah. Achei que você teria meu número salvo. Vamos descer? Tomar alguma coisa? Jantar? — Respirei fundo. Minha barriga roncou só de ler a palavra JANTAR.

Any: Eu vim aqui a trabalho, não a passeio.

Noah: E por isso vai passar fome? Se arruma, te espero na sala.

Eu não queria ser chata, nem nada do tipo, mas não sabia exatamente o que esperar dele.

Mas estava certo, eu não poderia ficar sem comer, e minha barriga não deixaria que eu me esquecesse dela. Levantei e tomei um banho rápido, coloquei um vestido em um tom de azul-royal e florido, que batia um pouco acima do meu joelho.

Ele era mais solto, com um zíper que ia do cós até o alto do pescoço, um pouco informal, mas achei apropriado para a ocasião. Nos pés coloquei uma sandália com um salto médio, já que apesar de tudo, estávamos em um lugar sofisticado, e eu sairia com um homem de classe.

No rosto fiz uma maquiagem leve, nada muito elaborado, e saí do quarto. Noah realmente já estava me esperando no sofá, jogado de qualquer jeito, com uma perna passando por cima do braço do acento, enquanto a outra caía para frente. Assim que me viu, ele se aprumou, levantando-se rapidamente.

— Achei que fosse demorar mais. — Assim que falou, seus olhos caíram na minha boca, demorando alguns segundos nela.

Eu tentei desviá-los, mas ele parecia tão hipnotizado por mim, que eu me sentia do mesmo jeito, olhando no fundo de suas íris esmeradas.

Prendi a respiração enquanto ele ia descendo o olhar, passando por meu colo, onde havia um pequeno decote em V, até chegar aos meus pés e voltar os olhos para mim.

Vi quando soltou uma respiração profunda, piscou algumas vezes, antes de limpar a garganta e começar a falar.

— Eu sei que você prefere que te elogiem de outra forma, mas eu tenho que fazer um comentário. Você está muito bonita. — Eu não esperava que ele pudesse elogiar uma mulher com tanta doçura.

Sua voz tinha um ponto de admiração, ao mesmo tempo que soava com ternura. Não era um elogio jogado ao vento, que se faz apenas por educação.

Eu conseguia sentir a verdade do que ele estava sentindo naquele momento. Abaixei a cabeça, com um pouco de vergonha.

— Muito obrigada. — Passei uma mecha de cabelo por trás da orelha.

— Está pronta? — Levantei os olhos e encarei a mão que Noah estendia em minha direção, aceitei-a poucos segundos depois.

Assim que ele teve o contato da minha, puxou-me com delicadeza para perto de si, dobrou o braço direito e colocou o meu encaixado no seu, cruzando nossos braços como um casal à moda antiga.

Descemos até um andar em que funcionava uma das áreas de jogos. O local estava cheio. Em sua maioria homens muito bem vestidos, ternos e gravatas que provavelmente valiam mais do que minha própria casa.

Algumas mulheres também permeiam o local, todas muito elegantes, vestidos longos, jóias caras. Eu estava me sentindo nua no meio de tantas pessoas de classe alta.

Instintivamente apertei minha mão no braço do paletó de Noah, que com muita gentileza, deu um leve tapinha com sua outra mão em meus dedos, fazendo com que eu olhasse para ele.

— Você está bem? — Ele parecia me entender sem que eu precisasse falar nada.

— Só um pouco desconfortável. — Ele parou de caminhar, fazendo com que eu me virasse para ele, nos colocando frente a frente e segurando minhas duas mãos.

— Você quer voltar para o quarto? Não está se sentindo bem? — Era bonitinho vê-lo preocupado.

— Não. Não é isso. É que... — respirei frustrada. — Olha para essas pessoas. São tão elegantes. Eu não achei que ficaríamos no meio delas hoje. E eu sou apenas sua secretária. Não estou adequada para esses padrões. Então estou apenas me sentindo deslocada. — Eu nem sabia o porquê estava me abrindo daquela forma com Noah. Mas quando dei o último suspiro junto com a última frase, já havia desabafado.

— Para mim, você é a mulher mais elegante deste salão. — Revirei os olhos para ele.

— É verdade. Eu não mentiria. Não teria por que. Estou andando de braços dados com você, me sentindo o homem mais sortudo desse salão.

— Não precisa exagerar tanto, apenas para me fazer sentir bem. — Com o sorriso charmoso de lado, ele estendeu novamente a mão em minha direção.

My Boss ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora