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📌 London, Paris.

NOAH URREA

Sim, eu ainda não sabia qual era o nome dela. Mas fiz uma anotação mental para perguntar assim que me livrasse de quem estava me incomodando em um momento sagrado como aquele.

Mas assim que me virei, a mulher que eu havia dado uns beijos no começo da noite estava parada com os braços cruzados na frente do corpo e me encarando com uma cara brava, como se eu estivesse devendo uma satisfação para ela. 

— Oi... — praticamente gritei para ser ouvido por cima da música alta. E sim, eu também não me lembrava do nome dela. 

Levei a mão à cabeça, coçando o cabelo e dando um sorriso na tentativa de conquistá-la. 

— A água que você disse que ia beber e me deixou esperando todas essas horas, por acaso está na boca dessa aí? — Mulheres com a síndrome da posse.

Você beija uma única vez e ela pensa que já estão juntos. Esse era o tipo da que estava à minha frente. Eu podia jurar que ela estava batendo o pé no chão, igual aquelas mães prontas para darem a maior bronca, de tão irada que ela estava. 

— Então, é que eu não te encontrei depois, a hora foi passando, e acabei esbarrando na minha amiga... — Puxei a mulher pela cintura, trazendo-a para o meu lado e incentivando-a a falar seu nome. 

— Renata, prazer. — Ela estendeu a mão para a outra, que finalmente descruzou os braços e aceitou o cumprimento. 

— Fernanda. O prazer é meu. — Ótimo, agora eu sabia o nome das duas. 

Com um sorriso maior ainda, puxei Fernanda pela cintura também, trazendo-a para perto de mim, e começando a embalar as duas ao som da música. 

— Bom, meninas, eu consigo dar atenção para as duas, se vocês não se importarem. Já pensaram na possibilidade? — Um dos meus maiores sonhos, com certeza, ter a oportunidade de dar atenção para duas mulheres lindas como aquelas de uma vez só.

E claro que eu não falharia na missão. Eu era bom no que fazia. 

Vi quando as duas se encararam e deram de ombros, provavelmente imaginando a situação também. Assim dei um beijo em cada bochecha delas e voltamos a dançar. 

Eu poderia dizer que era uma espécie de paraíso estar na minha pele naquele momento. Sentia minha boca inchada de tanto beijar, a cada música, eu dançava de frente com uma, enquanto a outra ficava nas minhas costas, dançando também, e sempre que uma era beijada, a outra queria também.

Eu estava me divertindo, isso era inegável.  Mas sempre que estamos em um momento bom, surge alguém para atrapalhar, e o da vez foi Beto quem me cutucou, aproximando-se para falar no meu ouvido. 

— O que você está fazendo, Noah? 

— Estou me divertindo. — Levantei os braços para o alto, sinalizando para enfatizar que aquilo era diversão. 

E um pouco de álcool também, eu não poderia negar, mas não diria isso. 

— Com duas mulheres de uma vez, primo? O que você está pensando? 

— No momento? Em qual das duas eu vou beijar agora. — Deixei uma gargalhada escapar da minha garganta. 

— Noah, você quer ir para casa? Eu posso te levar.  — Agora? Eu estava apenas começando a minha noite. Nada de casa. 

Fiz que não com a cabeça, mexendo em um ritmo, ou melhor, em ritmo nenhum, já que eu não conseguia perceber a música que estava tocando, apenas me balancei para dizer que estava dançando. 

— Não quero ir embora, estou bem aqui. 

— Você não é assim. O que está acontecendo?  

— Apenas seguindo os conselhos que me foram dados: aproveitando a minha vida, pois ela é curta. — Dei as costas para Beto, e puxei as duas mulheres pelos ombros. 

Eu realmente não era daquele jeito, eu mesmo não me reconheceria. Mas era aquilo que as pessoas queriam ver de mim? Então seria o que elas teriam. 

E o argumento que eu usaria, seria esse: eu estava aproveitando a vida, já que ela era curta demais para se passar sofrendo.

My Boss ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora