nine

195 19 0
                                    

📌 London, Paris.

ANY GABRIELLY

Há dois dias Noah não aparecia na empresa. Depois do ocorrido na chuva, há algumas semanas, de toda aquela... eu não sabia nem descrever o que havia acontecido.

Mas após aquele episódio, tudo seguiu normalmente. Eu não toquei no assunto, e nem ele.

Eu não queria pensar que por pouco não rolou um beijo. Muito menos que eu desejei por alguns instantes que isso acontecesse. Eu não confessaria isso nem na base de tortura. Mas minha rotina estava monótona naqueles últimos dois dias.

Noah havia pegado catapora. De onde e de quem, nem ele mesmo sabia dizer. E estava isolado. Eu vinha trabalhar normalmente, e ele fazia algumas reuniões remotamente.

— Como está tudo por aqui? — Andréia, secretária de Nate, entrou perguntando, fazendo com que eu me assustasse. Levantei os olhos para ela, analisando sobre o que ela perguntava.

— Sem o patrãozinho. Como o seu serviço está indo? — ela explicou.

— Estou um pouco mais perdida, por não ter alguém a quem possa me dirigir fisicamente, mas estou conseguindo dar conta. — Andréia era uma mulher divertida e muito boa de conversa.

Estávamos nos aproximando nos últimos dias. Ela trabalhava há muito tempo como secretária de Nate e viu muitas mulheres entrarem e saírem daquele cargo que eu vinha ocupando. No começo, ela me contou, achava que eu não duraria tanto quanto qualquer uma das outras, mas eu vinha batendo o recorde.

— Você é boa no que faz, e está se saindo muito bem. — Antes que eu pudesse respondê-la, o telefone em cima da minha mesa tocou.

Andréia apenas acenou com a cabeça para mim, sinalizando que estava de saída para que eu pudesse trabalhar, e eu atendi ao telefone.

— Boa tarde.

— Oi, Any — uma voz muito familiar soou do outro lado.

— Sim...

— É o Noah. — Como se eu não tivesse reconhecido a voz...

— Preciso dos documentos e contratos do senhor Ramos para análise. Você poderia me trazer aqui?

— Eu? Onde? — Olhei para os lados, buscando por ele, como se pudesse estar em algum ponto da sala que eu ocupava.

— Aqui na minha casa. Mando meu motorista te buscar. Vai ser jogo rápido.

— Mas... agora?

— Sim. Para falar a verdade, o motorista já está te esperando. Eu ia te ligar antes, mas esqueci.

— Mas eu...

— Eu confio mais em você mesma para trazer esses documentos. Você sabe a importância deles. — E qual outra escolha eu tinha? Desliguei o telefone, passei na mesa de Andréia avisando que estava de saída e entrei no carro em direção à casa de Noah.

Em poucos minutos estávamos estacionados na frente da casa majestosa de Noah.

O motorista, que se chamava Bruno, abriu a porta para mim, com um sorriso no rosto. Viemos conversando por boa parte do caminho, ele me contou que trabalhou por pouco tempo com meu pai. Era um homem simpático e trabalhador.

Ele insistiu em me esperar, mas como Noah o chamou apenas para me buscar, acabei dispensando o serviço, dizendo que voltaria de Uber depois, sem nenhum problema.

Toquei a campainha de Noah e esperei que alguém atendesse. Mas a porta não foi aberta, e sim, uma voz soou lá de dentro.

— Pode passar os papéis debaixo da porta. Ou deixa aí que eu pego quando você for embora. —. Franzi as sobrancelhas assim que ouvi sua voz.

My Boss ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora