twenty-nine

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📌 London, Paris.

ANY GABRIELLY

Aceitar a proposta de Noah foi um pouco difícil no início. Principalmente por achar que meus pais seriam contra. Mas assim que souberam do ocorrido naquela manhã, eles concordaram com Urrea e ainda me incentivaram.

Minha mãe era a mais empolgada, até mais do que eu mesma. Ela até me ajudou a fazer uma mala pequena, usando sua muleta.

— Você tem que descansar — ela dizia enquanto dobrava uma peça de roupa que eu lhe havia entregado para colocar na bolsa.

— Eu não estou tirando férias, mãe. Será repouso de alguns dias, impedindo de fazer esforço físico.

— Mas de qualquer forma aproveite o momento. — Entreguei-lhe a última roupa e deixei meu corpo cair sentado na cama ao seu lado.

— E se isso não for o certo? Eu estou entrando em enrascadas cada vez maiores.

— Não existe certo e errado no seu caminho, meu amor. — Ela terminou de fechar o zíper e se voltou para mim, pegando minha mão.

— Você vai ter a chance de conversar melhor e se resolver com Noah. Vai ser uma oportunidade muito boa.

— Ele parece estar tão animado com a ideia de ser pai — eu disse com um sorriso no rosto.

— Ele me parece animado com tudo. Ele tem o mesmo brilho nos olhos quando olha para você. — Resolvi não argumentar com minha mãe. Até porque eu não sabia os reais sentimentos de Noah por mim. Ele parecia, sim, querer algo a mais. Mas eu não podia julgar apenas por aparências.

Fomos para a sala, e a primeira coisa que eu vi foi Noah conversando com meu pai. Os dois pareciam sérios, Noah mais escutava do que falava. Mas assim que chegamos perto, eles pararam o assunto, voltando—se para nós.

— Está pronta?

— Estou sim. — Noah se aproximou, pegando a bolsa da minha mão.

— Vou esperar no carro. — Ele me deixou a sós com minha família. As duas pessoas que eu mais amava no mundo. Levei a mão à barriga, pensando que agora existia outra que eu amava tanto quanto qualquer um.

— Não é uma despedida, porque não é como se eu fosse desaparecer ou ir embora para sempre.

— Espero mesmo, que não se acostume com a casa do riquinho — meu pai usou um pouco de desdém no tom de voz, mas logo se aproximou, puxando-me pelo pescoço, juntamente com minha mãe.

O abraço coletivo durou pouco menos de um minuto, mas foi a força que eu precisava para passar por aquele momento.

O caminho de carro até a casa de Noah foi silencioso, mas eu não me sentia mal de desfrutar de um momento daquele ao seu lado. Era como se ele entendesse que eu precisava daquilo.

Assim que chegamos, ele me levou até um quarto, que ficava no segundo andar da casa. Era grande, quase do tamanho de toda a minha casa em um único quarto. Havia uma suíte e estava tudo muito bem arrumado e cheirando a limpeza.

— Quando você aceitou, entrei em contato com a Lúcia, mulher que trabalha com meu pai, e ela mandou uma pessoa de confiança para limpar tudo para te esperar. Aproveitei e contratei essa pessoa por um tempo, para que possa nos ajudar. — Olhei por todo o quarto. Estava tudo muito perfeito.

— Obrigada.

— Bom... — Ele coçou a cabeça na parte de trás, parecendo sem jeito.

— Aceita uma partida de videogame? Está me devendo uma revanche.

My Boss ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora