𝑺𝒆𝒙 𝑪𝒂𝒍𝒍 |• ɢᴀᴅʀɪ

Diga sim

Gavi olhou bem para o altar, jogado na cadeira da recepção. Ainda estava tudo lindo. As flores, a armação do arco com madeira pintada de branco, o tapete vermelho na grama, as cadeiras caracteristicas de um casamento no campo. Estava tudo perfeito sim, menos ele.

Seu terno estava em seu colo, sua gravata desfeita, seus cabelos estavam bagunçados e o mais importante: González não estava lá.

Fungou novamente e sentiu seu rosto molhar com algumas lágrimas insistentes, que não o deixavam já fazia meia hora.

A última semana antes do casamento foi estressante não apenas para Jude e Pedri, mas para Pedro e Gavi também. Desde a discussão que tiveram na cozinha, seu relacionamento vem sofrendo pressão. Pablo sentia que devia fazer algo enquanto González achava que deveria agir como o menor agia, ou seja, fingindo não se importar por eles terem algo sério. Não que ele tenha saido pegando outras pessoas. Não, o sentido não era esse, mas ele se tornou distante. Assim como Gavi, que a todo instante se perguntava se Pedro realmente o amava como dizia. A cabeça de ambos os matava aos poucos.

Quando o dia do casamento chegou, estava tudo pronto pra finalmente o moreno e o ruivo se casarem, mas Pedro não apareceu. Gavi ligou em seu celular várias vezes, porém não o encontrou. Assim que os noivos partiram pra lua de mel e os convidados começaram a se servir no buffet, o moreno apareceu completamente bêbado. Gavi não sabia se tinha mais raiva dele não ter ido ou por ele estar naquele estado. Sim, eles brigaram na frente de todos. Pedro disse a Gavi que o menor não se importava em demonstrar sentimento algum em relação aos dois, e que nunca teria nada de verdade entre eles, que seria sempre daquele jeito porque Gavi não tinha coragem o suficiente pra fazer o que Pedri e Jude fizeram. Enquanto isso, o menor berrava que González não fora planejado em sua vida. A que nada daquilo era algo que ele queria. Ele não queria ter alguém pra brigar, pra discutir, pra chorar. Ele queria apenas...

— Sexo! Era só isso pra você — gritou González. As pessoas olhavam pra eles, curiosas.

— Sim Pedro, era só sexo e você sabia disso desde o início. Você sabia que eu não queria nada sério e apostou em mim.

— E você em mim, senão não estariamos aqui hoje.

— Eu arrisquei tudo pra que? Pra acontecer a merda que aconteceu hoje Pedro! Pra isso eu arrisquei tudo?

— Então você está questionando nosso relacionamento?

— isso importa agora? Você já fez as merdas Pedro.

— Então acho que devo te deixar livre — dessa vez ele falou baixo, olhando pros pés.

— Talvez você deva — falou Gavi, com a voz meio trêmula, assistindo Pedro se aproximar dele, beijar sua testa, virar as costas e ir embora.

Ao lembrar daquilo, Gavi chorou novamente. Seu coração doi, suas costas também. Ele não sabia o que fazer e nem pra onde ir. Se fosse um dia normal, iria pra casa de Pedro. Tomara um vinho barato, comeria umas besteiras, beliscaria a comida que o maior estivesse cozinhando... Isso o deixaria furioso e então ele brigaria, dizendo que não gosta quando o menor faz isso. Após o jantar eles fariam amor e dormiriam um nos braços do outro. No outro dia Gavi custaria a ir embora, porque não iria querer sair dos braços de Pedro, que o seguraria com força e diria o quanto o ama. Isso aconteceria se estivesse tudo bem...

— Relacionamentos estupidos — resmungou Gavi, fungando.

Ele se levantou, pegou a garrafa de espumante que estava bebendo e foi até o altar, observando cada simples detalhe.

— Poderia ser nós dois — falou baixinho, quase sussurrando — poderia ser nós, mas eu sou um idiota — disse, sentando-se no altar e tomando o restante da garrafa — eu te amo pepi. Sim, eu quero me casar com você.