𝑺𝒆𝒙 𝑪𝒂𝒍𝒍 |• ɢᴀᴅʀɪ

Jude and Gavi

— Então o que eu faço? — perguntou Gavi pela terceira vez, vendo Jude vestir o quarto terno.

— Eu já disse Gavira. Você tem que me dizer se está bom, se o tamanho está certo, se a cor combina com os meus olhos — falou ele. Gavi fez uma careta e deu risada

— Esse definitivamente não combina com seus olhos. Na verdade faz eles parecerem... Sabe? Normais.

— Muito engraçado Pablo — ele revirou os olhos e se olhou no espelho, prestando atenção em cada detalhe do terno azul com finas linhas brancas.

— Jude, como seu padrinho e completamente inexperiente nessa área em questão, devo te dizer que este terno está inadequado pra ocasião. O que quer dizer: tira essa merda porque está horrível.

— Você poderia ser mais educado.

— Também poderia ser mais alto, mas tenho que viver com isso — ele deu de ombros e olhou nas araras algum terno que ficasse legal — eu tenho que ir combinando com o Pedro? Eu não sei dessas coisas, então se eu escolher um terno azul marinho e ele escolher um daqueles floridos horriveis que ele adora, vamos parecer um casal? Ou vamos parecer um hetero e uma margarida?

— Provavelmente. Uh.. Eu não sei responder essa pergunta.

— E se ele quiser ir de calça preta e eu de azul? Vamos parecer muito idiotas?

— Você já parece idiota agora — Jude tirou o terno depois de muito analisar e chegar a conclusão de que não o usaria, então colocou o próximo — por que liga tanto pra isso afinal?

— Porque o Pedro liga, então se ele liga eu tenho que ligar também, é o justo.

— Você ligaria pro seu namorado usar samba canção e você aquelas cuecas apertadinhas?

— Eu não uso aquelas cuecas, mas eu ligaria se ele usasse. Por que entramos no assunto de cuecas?

— Não sei. O que acha desse? — ele se olhou no espelho e Gavi sorriu ao ver o terno branco perolado, com um perfeito toque de prata nos detalhes. Estava perfeito.

— Esse ficou incrivel Jude. Me deu até vontade de comprar um igual.

— Já pretende casar com o Pedro

— Eu não, é só pra comprar mesmo. — Jude riu e negou com a cabeça suavemente. Ele tirou o terno e entregou pra vendedora, dizendo que até o tamanho estava perfeito. Seria aquele mesmo. Ao sair da loja, eles pararam pra tomar um sorvete porque era o nobre desejo do noivo e segundo ele, Pablo não poderia negá-lo nada.

— Isso é superstição de grávida.

— Isso serve pra noivas também.

— Você não é uma noiva. Se não percebeu — falou Gavi tomando mais um pouco de sorvete.

— Não quero ser uma noiva, de toda forma. E você não pensa em se casar com o Pedro?

— Estamos juntos há o que? Três meses? Não podemos pensar nisso agora.

— Seis meses Gavi, vocês estão há seis meses juntos.

— Só isso? Caralho, podemos esperar mais uns cinco.

— Meses?

— Não, anos.

— Qual é? Você ama ele. Qual o problema de pelo menos morarem juntos?

—O problema é que eu não planejei isso Jude — falou Gavi pela primeira vez sendo sério — não planejei. Ele... Não esperava por isso na minha vida até ele aparecer.

— Mas você o ama.

— Sim. Eu amo. E porra, eu amo muito. Mas agora que eu aceitei me entregar pra alguém. Vai demorar pra eu aceitar um casamento também. Deixa do jeito que ta. Nós estamos bem dessa forma, eu não quero que nada estrague nossa felicidade.

— Tudo bem. Fico feliz por vocês, falando nisso. Pedro era bem solitário antes de você aparecer.

— Acho que sempre evitamos esse assunto.

— Que assunto?

— Esse. O assunto "você é algo do meu namorado há muitos anos".

— Oh... Sim. Evitamos mesmo.

— Então. Você é amigo do meu namorado há muitos anos.

— Sim, eu sou — deu uma risada e comecei no sorvete parecendo distraído — sabe Gavi. O Pedro é alguém que você deve preservar. Deve guardar num pote e protegê-lo do mal. Ele é alguém que você tem que cuidar de verdade porque qualquer onda já o destrói. Ele pode parecer um castelo de areia grande e forte, mas na realidade ele é frágil e pequeno.

— Não pode estar falando da altura, porque convenhamos né.

— Sim — Jude deu gargalhada e Gavi também. — ele é bem alto mesmo. E tem um coração do tamanho proporcional.

— Tudo nele é proporcional.

— Ew que nojo

— Fala como se não gostasse.

— Gavi, eu gosto de pau mas não o do meu melhor amigo, por favor.

— Ah qual é? Voce já viu meu pau.

— Eu estava falando do Pedro — ele revirou os olhos.

— Achei que eu fosse seu melhor amigo — ele colocou a mão no peito fingindo estar ofendido.

— Não. Errou.

— Então por que diabos eu sou seu padrinho e não ele? — fez um bico e cruzou os braços.

— Porque eu precisava de um bobo da corte e a vida me deu você.

— Nossa Jude. Achei ofensivo.

— E eu achei a mais pura verdade, já que você me fez rir o dia todo.

— Fico feliz de ser seu palhaço pessoal. Talvez deva me contratar pra entretenimento no casamento.

— Você tem outras funções no casamento meu querido.

— Que seriam?

— Impedir que eu fuja antes de acabar.

— Jude. La vai ter comida, bebida e homens gostosos. Se tem uma coisa que eu sei que você não vai fazer é fugir. Então eu repito: pra que eu sirvo mesmo?

— No momento estou começando a me questionar o mesmo.