Theodore Galanis.
O dia hoje parece ter amanhecido mais belo de certa forma. Ontem quando cheguei eu casa tinha visitas inesperadas, as quais eu não queria receber e que se convidaram para passar a semana.
Estava cheio de papéis para análise, contratos para examinar, contas e mais contas, e assim que eu chego em casa pensando que iria ter silêncio e paz por algumas horas, encontro meus pais e irmã na minha casa
Adoro a companhia da minha mãe e irmã, são um ponto de equilíbrio no meu dia a dia depois de Elisabeth, o mundo parece ficar em silêncio quando olhos para elas, as mulheres da minha vida. Agradeço por ter a minha mãe por perto quando estou frente a frente com o homem que eu chamo de pai, não gosto de ficar sozinho com ele em qualquer lugar, não por medo, mas por conta da cobrança e pressão que ele coloca sobre mim.
Não queria ter sofrido toda essa pressão quando criança, eu só queria a atenção, o carinho e amor do meu pai, não só em palavras, mas em ações que me provassem isso. Segundo ele foi desse jeito que ele foi criado, foi assim que o meu pai cresceu, por ser herdeiro de uma das empresas de arquitetura mais famosa do país, entretanto eu não era ele, e ele não era o meu avô. E agradeço todos os dias pelo amor que minha irmã recebe dele, não queria que ela passasse pela pressão que eu passei.
A noite de ontem não foi tão fácil quanto gostaria.
- Oi, meu filho - Recebo um abraço carinhoso da minha mãe, assim que eu passo pelo arco da porta de madeira escura - Você está bem? Parece mais cansando desde a última vez que te vi. Tem descansado?... - Foi uma enxurrada de perguntas que tive responder.
O bom delas é que eu teria tempo ganho sem falar com o meu pai.
- Eu estou bem dona Margo - Disse sorrindo e tenho certeza que ele não chegou nos olhos. - Eu juro - digo levantando a mão direita em juramento.
- Sei... - Repondeu estreitando os olhos - Enfim, vocês precisam conversar - Ela concluiu olhando para o meu pai - Por favor, não discutam a minha garotinha está dormindo de cansaço de todas essas horas de viagem, e se ela acordar não queriam saber o que vai acontecer com vocês - Ela falou em um tom sério, eu me encolhi e pude jurar que o meu pai se encolheu também - Estamos entendidos? - Perguntou subindo as escadas, querendo viver mais um dia assentimos. - Boa noite, meus amores.
Assim que a minha mãe cruzou o corredor do andar de cima um silêncio nem um pouco confortável se instalou na sala de estar, esperei pelo o que ele diria, então apenas mantive meu olhar no seu. Meu pai era alguns centímetro mais alto do que eu e olha que não sou tão baixo tenho 1,80 e as vezes me se sinto tão menor que ele, em tantos aspectos. Seu olhar firme e impiedoso recaia sobre mim, analisando cada movimento meu, cada centímetro, desde a postura até o que eu ainda nem falei. Sentado no sofá, que mais parece um L grande e macio posicionado no meio da sala enorme e decorada pela minha mãe. A postura perfeita e inabalável, o rosto sério e o terno perfeitamente alinhado em seu corpo.
Os olhos azuis como os meus pousaram na mesa de centro onde se encontra alguns papéis, mio Dio mais papéis, meus olhos acompanharam os movimentos dele quando ele se levantou.
E ainda continuo esperando ele falar, perdendo a calma que me mantinha em pé naquela sala.
- Você tem feito um bom trabalho, gerenciando as empresas - Ele falou por fim, continuo esperando - Vejo que fiz um bom trabalho na sua criação - Disse.
Tive vontade de rir, mas me mantive quieto.
- Não há nada que queria me dizer ? - Perguntou.
- Não há nada que eu queria dizer ao senhor. - Qual foi a última vez que eu tive uma conversa de pai para filho com ele ?
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PURE LOVE.
Romance- Acho que está na hora de colocar essa dor na estante do perdão, o que acha? - Ele riu do meu jeito de dizer que ele precisava perdoar - O que? Você está rindo do mim? Eu estou tentando ajudar aqui - Segurei o riso, tentando ficar séria.