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Elisabeth Harrys.

Suas mãos ainda estava na minha cintura, mesmo depois de entrarmos na casa. Apesar de ser estranho, por nunca termos esse tipo de contato, me sentia muito segura nos seus braços. Por um momento eu gostaria de me aconchegar mais a ele, mas reprimi essa vontade.

Assim que passamos pela porta, um senhor que não aparentava ter mais do que 57 anos, estava sentado no sofá da sala. Ele manteve o olhar em Theodore assim que nos viu, o olhar parecia frio e ao mesmo tempo vi culpa por algo nele. Deduzi ser o seu pai, o olhar dele foi desviado para mim, por milésimos de segundos um sorrisinho apareceu em seu rosto.

Não sei qual a relação deles, porque desde que entramos Theodore não olhou direito para o homem a nossa frente, estava sempre desviando o olhar e trocando palavras com a mãe que estava ao nosso lado.

O corpo de Theodore ficou rígido quando o sr. Anthony se levantou e começou a andar até onde estávamos, acabei de descobrir o nome dele e isso só aconteceu porque a esposa pediu para que ele viesse cumprimentar.

- Boa tarde para vocês - Sua voz grossa ecoou pela sala que, agora estava em silêncio. As meninas foram para o quarto de Eleonor brincarem, desde então o lugar ficou em silêncio e sem a leveza que as crianças traziam para o ambiente - Achei que fosse ficar na empresa e não voltar para almoçar - Um sorriso sarcástico brotou em seus lábios.

Minha conclusão neste momento: Eu não gosto desse homem.

- Mudei de ideia, vou levar as meninas para o shopping, viemos pegar Eleonor, mas a minha mãe insistiu para nós ficarmos - Falou me puxando para mais perto, o que está acontecendo com ele? - Não vamos demorar muito. Mãe, vou levar Elisabeth lá para cima quando o almoço ficar pronto pode manda nos chamar por favor? - Ele perguntou e a mulher apenas concordou.

- Theodore Galanis, meu filho fugindo de novo do próprio pai - O pai se pronunciou quando estávamos prontos para subir as escadas. Theodore parou, ficou tenso.

- Theo - Sussurrei para que somente ele ouvisse, tirei sua mão da minha cintura e a segurei - Podemos subir ? Eu quero dar uma olhada nas meninas - Ele olhou para mim, o brilho que eu havia encontrado ali, a alguns minutos, não estava mais naqueles olhos cor do céu.

Ele apenas balançou a cabeça positivamente e me puxou para o andar de cima. Arrisquei olhar para baixo e assim que eu o fiz encontrei dois pares de olhos em nós dois.

Passamos pouco mais de vinte minutos brincando com as meninas. Tenho para mim que elas serão um ótimo trio, as meninas estão cheias de energia e parece que quanto mais elas gastam mais energia parece brotar, essas crianças tem uma fonte de energia inesgotável durante o dia? Mio Dio.

Mas apesar de toda distração com as crianças, Theodore parece muito pensativo, distraído, era como se ele tivesse se colocado em uma bolha e não estivesse com vontade de sair de lá. Comecei a perceber seus movimentos, lê-los e é estranho para mim o conhecer mesmo passando só um dia com ele.

Theodore parece ser o tipo de pessoa que é sensível aqueles que ele da disponibilidade para se aproximar, mas para as pessoas que ele não considera acessível a sua vida, uma bolha de indiferença o envolve como uma proteção pessoal.

Ele parece ter feito de mim e as meninas pessoas acessíveis a ele, o jeito como ele olha para mim e para as minhas filhas, de um modo protetor e amoroso, esse jeito dele denuncia como ele se sente quando estamos presentes.

O pai não parece ter essa sensibilidade que Theodore tem, ele carrega culpa nos ohos, mas parece não saber lidar com a casca dura que o envolve. Pai e filho, peixe e peixinho, ambos com barreiras em volta de si, barreiras que parecem impenetráveis aos olhos desconhecidos.

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