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Theodore Galanis.

- Cansei pai, estou saindo - Falei largando a caneta e o lápis am cima da mesa. Seus olhos que estavam analisando papéis, agora me encaravam.

- Como é? - O som saiu rude dos seus lábios.

Era a primeira vez que saia sem que ele mandasse, a primeira vez que eu larguei o lápis sem que ele mandasse. Oito anos, faz oito anos que eu obedeço suas ordens de ficar na sala com ele até que ele me mandasse sair, faz oito anos que eu precisei vestir uma fantasia de perfeição e me colocar diante do meu pai.

- Já chega disso, a roda vai girar no meu ritmo agora - Me levantei e comecei a anda até porta da sala.

- Com quem acha que está falando? - Parei assim que ouvi a cadeira se arrastar e ouvir seus passos pesados em minha direção. - Eu sou seu pai garoto, eu dito as regras e você as segue - Parado a minha frente tive que olhar para cima, meu pai sempre foi alto e por incrível que pareça eu me impotente na sua presença ao invés de protegido.

- Não mais, não agora. Cansei de andar pelas suas pegadas e seguir suas regras, cansei de ouvir você se fazendo de teimoso para minha mãe dizendo que eu tenho que ser perfeito em tudo, já chega pai. - Disse aumentando o tom de voz. - Você teve que seguir os passos do seu pai segundo as regras dele, mas eu não sou você . Deixei você se divertir controlando a minha vida todos esse anos - Falei sentindo os meus olhos queimarem - Você fez de mim um fantoche, e eu cansei disso pai, cansei de você no meu pé me cobrando, pelas falhas do seus pais com você e você não tem o direito de me fazer passar por toda essa pressão. Isso está acabando comigo - Gritei, estou jogando tudo no ar - Eu não vou deixar você destruir a minha vida - Por pouco não terminei de falar porque um segundo depois a ardência em meu rosto começou.

- Eu sou o seu pai, não tem direito nenhum de falar desse jeito comigo - Gritou. A única coisa que fiz foi colocar um sorriso no rosto e dizer :

- A partir de agora não quero que você se meta na minha vida, pode deixar eu não vou falar para minha mãe, do mesmo modo que não falei das outras vezes que você me bateu - Olhei para ele - Quando eu tiver meus filhos vou me lembrar do que você me fez passar e dar a eles tudo o que eu queria receber de você. - Coloquei a mão na maçaneta da porta e antes de sair o observei - Eu vou assumir a empresa, mas você não terá o direito de opinar em nada que será decidido por mim, adeus. - Virei as costas para ele e fui embora.

A notícia de que eu ia embora de casa abalou a minha mãe, não queria deixá-la assim, mas para ter meu emocional, psicológico e físico em equilíbrio precisaria ficar longe de casa por um tempo.

Minha mãe apesar de eu ter quase 20 anos, não parece gostar da ideia de me ver longe do seu ninho, entretanto se disponibilizou para comprar e decorar a casa que eu iria morar. Fui eu que escolhi o condomínio onde iria morar, mas o restante ficou nas mãos da minha mãe.

Prometi a ela que iria embora depois do meu aniversário, já que era na próxima semana poderia aguentar meu pai por mais uns dias.

E assim foi, não falei com meu pai desde então. Falávamos apenas o essencial, minha mãe notou que a nossa relação estava mais abalada que antes e desde que ela notou pressionou o meu pai para contar o que estava acontecendo.

Pelo que me parece ele contou tudo, desde os meus 11 até os 19 anos. Não queria que as coisas tivessem acontecido dessa forma, minha mãe ficou sem falar com meu pai por duas semanas, uma semana ela ficou comigo na nova casa. Ela voltou para casa depois de conversarmos, não queria que o casamento dela acabasse e tive que jurar a ela que tentaria manter o relacionamento com o meu pai estável.

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