MÁFIA - PITANDA

VI

Bem vindos ao dark romance pitanda. Apertem os cintos e vamos nessa! (Beyoncé lançou álbum, uma obra prima! VÃO OUVIR!

Δ

O silêncio reinou no exterior. Meus olhos vagaram para a cama king-size no centro do quarto e o terror tomou conta de mim. Fernanda tinha sua própria prostituta para foder esta noite e até o fim dos dias. O preço pelo meu corpo não tinha sido pago em dinheiro, mas bem que poderia ter sido.

Passei meus braços em volta de mim, tentando controlar meu pânico. Fernanda virou- se para mim com um olhar predatório em seu rosto. Minhas pernas ficaram fracas. Talvez se desmaiasse, eu fosse poupada, e mesmo que ela não se importasse que eu estivesse inconsciente e me tomasse de qualquer maneira, pelo menos eu não me lembraria de nada.

Ela desabotuou a camisa branca e colocou sobre a poltrona ao lado da janela, revelando seu sutiã de renda branco, os músculos em seus antebraços flexionaram. Ela era definida e tinha força e poder, e eu poderia muito bem ser feita de vidro. Um toque errado e eu quebraria.

Fernanda tomou seu tempo me admirando. Onde quer que seus olhos tocavam meu corpo, me marcavam como sua posse, a palavra "minha" escrita por toda minha pele uma e outra vez.

—  Quando meu pai me disse que eu iria casar com você, também disse que você era a mulher mais bonita que a Maceió Outfit tinha a oferecer, ainda mais bonita do que as mulheres do Rio.

A oferecer? Como se eu fosse um pedaço de carne. Enterrei meus dentes na língua.

— Eu não acreditei nele. — Ela andou até mim e agarrou a minha cintura.

Engoli o nó na garganta enquanto meu olhar parava em seus seios. Neguei com a cabeça. Ela tinha que ser do meu tamanho? Ela inclinou para baixo até que sua boca estava a menos de um centímetro da minha garganta.

—  Mas ele disse a verdade. Você é a mulher mais linda que eu já vi, seus olhos, seu cabelo, tudo, e hoje à noite você é minha. — Seus lábios quentes tocaram minha pele.

Ela podia sentir o terror batendo em minhas veias? Suas mãos na minha cintura apertaram. Lágrimas pressionaram contra meus olhos, mas eu as segurei. Eu não iria chorar, mas as palavras de Alane ecoaram em meu cérebro. Ela vai te foder até sangrar.

Seja forte. Eu era uma Marinho. As palavras de Vanessa passaram pela minha mente. Não deixe que ela trate você como uma prostituta.

—  Não! — A palavra foi arrancada da minha garganta como um grito de guerra. Eu me empurrei para longe dela, tropeçando alguns passos para trás. Tudo pareceu congelar.

O que eu tinha acabado de fazer?

A expressão de Fernanda demonstrava seu atordoamento — Não?

— O quê? — Eu rebati. — Você nunca ouviu a palavra 'não' antes?

—  Ah, eu já ouvi muitas vezes. O cara cuja garganta eu esmaguei disse 'não' repetidas vezes, até que ele não conseguia falar mais.

Dei um passo para trás, — Então você vai esmagar minha garganta também? — Eu era como um cachorro acuado, rosnando e mordendo, mas meu adversário era uma loba.

Um sorriso frio torceu seus lábios. — Não, isso seria desafiar o propósito do nosso casamento, você não acha?

Estremeci. Claro, seria. Ela não podia me matar. Pelo menos não se quisesse manter a paz entre Maceió e Rio. Isso não significa que ela não poderia me bater ou me forçar a algo.

— Eu não acho que meu pai ficaria feliz se você me machucasse. — Isso era mentira, ele provavelmente ficaria um pouco chateado, mas desde que a paz fosse estabelecida entre nossas famílias, ele não se importava com o que ela poderia fazer, pelo menos não o suficiente para interceder por mim.