XXXI

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Após a morte de sua irmã mais nova, Giovanna, a vida de Fernanda Bande entrou em um turbilhão emocional. Giovanna, apesar de ser a mais jovem, sempre foi uma presença constante na vida de Fernanda. O carinho entre elas era profundo, embora nunca fosse declarado abertamente, um vínculo que transcendia o simples afeto e se manifestava em gestos e olhares compreensivos.

Com a perda de Giovanna, Fernanda se viu em uma sombra imensa e opressiva. O mundo que antes era dominado por sua força e estratégia no submundo do crime agora parecia frágil e sem sentido. A dor pela perda de sua irmã fez com que Fernanda se isolasse, retirando-se de suas atividades habituais e do círculo social. A frieza que ela exibia como uma das figuras mais temidas e respeitadas do crime agora dava lugar a uma tristeza profunda e quase paralisante.

Pitel Marinho, viu sua esposa desmoronar sob o peso da dor. Apesar de seu conhecimento e experiência nos assuntos da máfia, ela se viu impotente para lidar com a tristeza de Fernanda. Tentou confortá-la e apoiá-la da melhor forma possível, mas sabia que a perda de Giovanna era uma cicatriz que não poderia ser curada com palavras ou ações.

O vazio deixado pela morte de Giovanna também afetou o equilíbrio de poder na organização que Fernanda liderava. A ausência dela gerou instabilidade e aumentou a pressão sobre Fernanda para manter o controle. Fernanda se tornou... mais cruel, fria e completamente distante.

POV Fernanda Villa Bande

Acordei de repente, com o coração disparado e a respiração ofegante. O pesadelo parecia ter deixado suas garras em mim, ainda me segurando no mundo sombrio que acabara de abandonar. Senti uma sensação desconcertante de desorientação, como se estivesse tentando sair de um buraco profundo. O quarto estava mergulhado em sombras, e as formas familiares pareciam distorcidas e estranhas à luz fraca da madrugada.

Rapidamente acalmei minha respiração. Olhei em volta, e finalmente me situei, estava na cadeira do hospital. Júnior ao meu lado.

Eu nunca tive um sonho assim. Nunca.

Parecia real. O desespero, a dor.

"Mas não era Fernanda, Giovanna está bem! Ela está bem."

POV Pitel Marinho Villa Bande

Peguei algumas roupas do guarda-roupa de Giovanna, mesmo que parecesse estranho vasculhar suas calcinhas, e enfiei-as na pequena mala com alguns pares de calças de moletom e camisas, além de meias.

Depois disso, fui ao banheiro dela e peguei sua escova de dente. Meus olhos demoraram na escova de cabelo de Vanessa que ela não tinha levado com ela. Sandro a levara para um hotel. Ela havia aceitado o acordo de Fernanda. Eu não podia acreditar que sua decisão fosse final. Eu havia notado como ela olhava para Giovanna quando ela pensava que ninguém estava prestando atenção. Suspirando, eu me virei e voltei para o elevador.

Mesmo que ela mudasse de ideia, eu achava que Fernanda jamais a perdoaria. Ela estava convencida de que ela teria deixado Giovanna morrer se ela não tivesse feito sua oferta. Eu raramente via tanto ódio em seus olhos quanto quando ela olhou para Vanessa ontem.

O elevador me levou de volta para nossa cobertura. Fernanda estava sentada em um banco, ela estava pálida, com um café no balcão na frente dela e seus olhos travados em seu telefone.

Ela olhou para cima quando entrei, mas a tensão não deixou seu rosto. Fui até ela, larguei a mala ao lado do balcão e fiquei entre suas pernas. Ela colocou o celular e segurou meu rosto.

— Onde ela está?

— No quarto de hóspedes grande. — disse ela , parecendo exausta, com sombras sob os olhos.

MÁFIA - PITANDAOnde histórias criam vida. Descubra agora