XXIII

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Eu meio que sou uma mãe!  (Esse é grande! Votem e comentem, por favor!)

Δ

POV Pitel Marinho Villa Bande

Eu tive dificuldade para respirar enquanto me encaminhava para os banheiros. Por sorte, ninguém tentou me impedir. Eu não tinha certeza se poderia ter mantido minha máscara se tivessem. 

No momento em que entrei no banheiro, soltei um suspiro trêmulo. Lavei as mãos porque não conseguia lavar o rosto sem estragar a maquiagem.

Levantando meu rosto, me olhei no espelho. Eu não era vaidosa, mas sabia que as pessoas me achavam bonita.

Eu recebi elogios por minha beleza toda a minha vida, e ainda assim a menção das habilidades de Alane me fez perceber que talvez não bastasse para segurar Fernanda.

Ela te ama.

Fechei os olhos e contei até dez até sentir a força necessária para voltar à festa. 

Alane era o passado.

Saí do banheiro e enrijeci quando vi Alane esperando por mim no corredor. Ela sorriu, mas era tudo falso.

Resistindo ao desejo de abaixar meus olhos, eu encontrei seu olhar direto.

Ela se aproximou, me envolvendo com seu perfume excessivamente doce. Com seus saltos altos, ela era naturalmente bem mais alta que eu, mas endireitei minha coluna.

— Eu esperava ter outra chance de falar com você. No seu casamento, não tive muito tempo.

"Ela vai te foder até sangrar" foi o que ela disse e alimentou meu próprio terror. Ela não era muito mais velha que eu, talvez vinte anos, mas ela tinha um mundo de experiência a frente de mim.

— Talvez você pense que Fernanda está satisfeita com o que você pode dar a ela. —ela começou em voz baixa. — Mas eu a conheço há dois anos e ela nunca se aquietou com ninguém. Eu fui a única mulher que ela retornou durante todo esse tempo, porque eu dei a ela o que ela precisava.

Dois anos? Mesmo que ela estivesse com outras mulheres naquele tempo, por que ela a manteve por perto?

O sorriso de Alane se alargou. — Eu deixei ela fazer todas as coisas que você nem imagina, Pitel. Você não parece que está disposta a dar tudo para ela, inclusive... — Ela parou de falar olhando para minha bunda com uma sobramcelha arqueada e um sorriso ladeiro.

Foi o suficiente. Dei um passo na direção dela, aproximando-nos muito e estreitei os olhos para ela. Eu fui criada no mundo da máfia. Eu cresci entre os predadores. Eu tinha enfiado uma faca em um membro da Bratva. Se Alane pensasse que eu iria deixá-la me intimidar novamente, ela estava completamente enganada.

— Você vai ficar longe dela. — eu disse baixinho, mas com firmeza. — A única razão pela qual ela usou sua bunda foi porque ela não queria ver seu rosto. Você pode até ter dado tudo a ela. Mas você nunca a tocou como eu toquei. Eu a senti como ninguém nunca a sentiu. Você sempre foi e sempre será substituível, descartável. Uma entre muitas. Você não é nada para ela. Você é um nada. Mais insignificante do que uma prostituta, com toda certeza.

Eu odiava que sua feiúra mostrasse minha própria crueldade, mas eu não aguentava mais.

Ela levantou a palma da mão para me dar um tapa quando uma sombra caiu sobre nós, e a mão de Fernanda apertou seu pulso. Ela a empurrou de volta de mim para que ela colidisse com a parede, mas não a soltou. Seu aperto em seu pulso a fez estremecer, e ela se encolheu sob a força de seu olhar. Ela parecia mortífera.

MÁFIA - PITANDAOnde histórias criam vida. Descubra agora