XVII

1K 94 228
                                    

POV Pitel Marinho Villa Bande

Eu entrei na grande sala com as mãos fechadas em punhos enquanto me dirigia até Fernanda. Ela não moveu um músculo, apenas me olhou com controle e calma. Essa calma, mais do que qualquer outra coisa, alimentou a minha raiva. Eu não tinha certeza do que ela pensou que eu ia fazer, mas era óbvio que ela não achou que eu fosse atacar, pela sua reação. 

Meus punhos martelaram seu ombro com toda força que eu tinha.

Choque passou pelo rosto de Fernanda, e todo o seu corpo explodiu em tensão. Pelo canto do olho, vi Júnior dar um passo em nossa direção, obviamente incerto se deveria fazer alguma coisa. Ele era o meu guarda-costas, mas Fernanda era sua chefe. Mas, claro, Fernanda não teve problemas comigo. Depois de um momento, ela agarrou meus dois pulsos em sua mão. Eu odiava que ela pudesse me dominar tão facilmente.

— Pitel, o que...

Ela não chegou a terminar, porque eu joguei o meu joelho para cima e apenas seus reflexos rápidos me impediram de alcançar sua barriga. O som dos soluços de Vanessa encheram minha mente, e me fizeram perder toda a racionalidade que eu tinha.

— Saia — Fernanda ordenou bruscamente. Júnior se foi sem protesto.

Os olhos brilhantes de Fernanda encontraram os meus, mas eu estava com medo de encará-los. Eu morreria por Vanessa. Eu tentei outro chute e ela protegeu desta vez. Ela rosnou e me empurrou no sofá, minhas pernas presas por seus joelhos e meus braços levantados acima da minha cabeça.

— Pelo amor de Deus, Pitel. O que deu em você?

Eu a encarei. — Eu sei sobre Vanessa e Giovanna, — eu cuspi, e então me perdi completamente e comecei a chorar, grandes soluços ofegantes que faziam meu corpo tremer.

Fernanda largou meus pulsos e sentou-se para que eu pudesse mover minhas pernas. Ela me olhou como se eu fosse uma criatura que ela nunca entenderia.

— É disso que tudo isso se trata? — ela parecia incrédula.

— Ah, meu Deus! É claro que você não entende! Por que você entenderia? Você nunca amou ninguém mais do que sua própria vida. Você não pode entender como é sentir o seu próprio coração rompendo com a ideia de que uma pessoa que você ama vai se machucar. Eu morreria pelas pessoas que eu amo.

Seus olhos ficaram duros e frios — Você está certa. Eu não entendo. — A máscara fria estava de volta. Eu não tinha visto ela se dirigir a mim dessa forma nas últimas semanas.

Limpei meus olhos e me recompus. — Por que você não me contou? Você já sabia há semanas.

— Porque eu sabia que você não ia gostar.

Eu balancei minha cabeça. — Você sabia que eu ia ficar com raiva de você e não queria arruinar suas chances de me foder. — Eu nem sequer corei, embora nunca tivesse falado dessa forma.

Fernanda ficou rígida. — É claro que eu queria transar com você. Mas eu tenho a impressão que você também se divertiu com nossas sessões de foda.

Eu queria machucá-la. Ela estava sendo tão fria. É claro que sempre se tratava de tomar o que era seu, reivindicar meu corpo. Ela não dava a mínima pra mim, nem pra ninguém.

— E você preocupada que eu não fosse uma atriz boa o suficiente para enganar a todos após o nosso pequeno truque na noite de núpcias. Eu enganei até mesmo você. — Eu soltei uma gargalhada. — Eu fiz você acreditar que eu realmente gostei.

Algo brilhou nos seus olhos, algo que me fez querer retirar as minhas palavras por um momento, mas então a sua boca puxou um sorriso cruel. — Não minta para mim. Sei como é ter um orgasmo e, além disso, eu comi putas o suficiente para reconhecer um quando vejo um.

MÁFIA - PITANDAOnde histórias criam vida. Descubra agora