Um mês depois...
POV Fernanda Villa Bande
— Burlesque ainda está forte, mas a Pergola está se aproximando. Apesar dos russos tentarem nos afundar, ainda estamos fazendo um monte de dinheiro com nossos clubes. E Pergola será o clube mais famoso da cidade no ano que vem, eu posso sentir isso. — disse Giovanna ao verificar os ganhos do mês passado em nossos clubes de dança.
Eu realmente não dava à mínima se nós possuímos os clubes mais famosos da cidade. Nosso negócio principal eram as drogas, e os números no meu laptop me disseram que não estávamos vendendo tanto quanto podíamos.
— A heroína está diminuindo. As pessoas por toda parte querem estas drogas — eu disse. — Precisamos garantir que nosso distribuidor entregue no prazo. Eu não dou à mínima se os laboratórios estão produzindo o mais rápido possível. Não é rápido o suficiente. Faça uma visita a eles.
Os lábios de Giovanna se contorceram num sorriso assustador. — Vou fazer.
Eu balancei minha cabeça com um sorriso próprio. — Você é doente.
— É preciso ser uma para reconhecer outra.
Meu telefone tocou. Eu tirei do meu bolso e olhei para a tela. Júnior.
— Sim, Júnior?
— Sandro está desmaiado na cozinha. Pitel e Vanessa se foram. Minha pulsação disparou. Os russos.
— Repita isso. — Fechei o laptop e me endireitei na cadeira.
Os olhos de Giovanna se inclinaram em mim, a atenção banindo seu sorriso.
— Ele foi drogado e amarrado com fita adesiva. Um dos carros desapareceu.
Vanessa e Pitel devem ter feito algumas malas porque faltam roupas no guarda-roupa. Não há sinal de ataque. Elas devem ter fugido.
Fugir? Meus olhos encontraram a pintura grafite que Pitel me dera há quatro meses, pendurada na parede atrás da minha mesa.
— O que está acontecendo? — Giovanna perguntou, fechando o laptop e guardando.
Eu fiquei de pé sobre meus saltos. A fúria fervia sob minha pele e outra emoção. Uma emoção fraca que eu não daria espaço. Uma emoção com a qual nunca me preocupei até Pitel, e agora ela se foi. Ela foi embora.
— Júnior encontrou Sandro drogado e amarrado no chão da cobertura. Pitel e Vanessa se foram.
Giovanna se levantou devagar.
— Você está brincando, porra.
Seu rosto espelhava o meu, com muita raiva, estava me queimando por dentro. Irritada e preocupada. Preocupada para caralho porque minha esposa tinha ido embora.
Pitel fugiu. Fugiu de mim.
— Você acha que eu ia brincar com algo assim?
— Eu pensei que Pitel estava apaixonada por você. — Giovanna disse sarcasticamente.
Meus dedos coçaram para fechar em torno de sua garganta. Para esmagar alguma coisa. Porra, me senti tão bem quando esmaguei a garganta do último homem. Mas Giovanna não tinha me traído. Eu deveria querer machucar minha esposa por fugir de mim, mas eu não quero.
Caralho. Maldita seja Pitel. Maldita seja ela por me fazer me importar.
Eu saí do porão de Burlesque. Alguns dos meus homens que se demoravam no bar me observavam com curiosidade. Outros se levantaram como se quisessem se juntar a mim em qualquer cruzada em que eu estivesse. Mas eu não podia arriscar que eles descobrissem que minha própria esposa tinha fugido, que eu não podia nem mesmo controlar a mulher ao meu lado.

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MÁFIA - PITANDA
Fiksi PenggemarMáfia Substantivo Feminino 1. Qualquer associação ou organização que, à maneira da Máfia siciliana, usa métodos inescrupulosos para fazer prevalecer seus interesses ou para controlar uma atividade. Quem nasce na máfia, jamais sairá dela.