015.

2.4K 116 86
                                    

META: 65 comentários

...

ALANA GODOY

Eu cheguei e fiquei sentada abraçada nas minhas pernas, sei lá, gosto de ficar assim. Vi o carro dele e suspirei, ele estacionou e saiu do carro vindo até mim.

– Ela é minha filha? — ele pergunta.

– Oi pra você também

– Alana

– De quem mais seria né — eu ri leve.

– Como você pode esconder isso de mim? Ela é minha filha também Alana, você tem noção disso? Tem noção que a uma hora atrás eu nem sabia que tinha uma filha? Que merda você tem na cabeça pra esconder isso de mim? — pergunta irritado.

– Já acabou? — o olhei. – Eu pude esconder isso porque o pai dela disse que não me suportava mais, e deixou claro que não me queria por perto. Eu não ia arriscar que a minha filha fosse indesejada que nem eu fui, porque ela é só uma criança e eu quero que ela cresça sem os traumas que eu tive! Então abaixa a sua bola, porque a minha decisão foi culpa das suas atitudes.

Ele engoliu seco e abaixou a cabeça, eu suspirei e prendi meu cabelo.

– Se você não pretende ficar na vida dela, eu não quero que você conheça ela. — falo.

– É claro que eu quero — ele diz. – Eu quero muito...

Eu assenti e me levantei.

– Eu vou passar no mercado pra comprar umas coisas e depois vou pra casa

– Eu vou com você — ele diz.

Eu assenti e fui pro meu carro, Richard me seguiu pro mercado e até entrou comigo, pois eu fiz ele levar o carrinho também pra parar de ser besta. Quando acabei, paguei as coisas e logo fomos pra minha casa, Richard pegou as sacolas e acha que eu ia negar? Eu não, pode levar a vontade.

Fui até a cozinha com ele e ele deixou as sacolas lá, escutei a voz da minha irmã e vi ela descendo com a Hope.

– Mamain — diz sorrindo e meu coração se encheu de alegria.

– Oi meu amor — peguei a mesma. – Tem alguém que veio te ver

Ela me deu um beijo e eu ri, fiz carinho nela e o Richard se aproximou apreensivo.

– Oi filha... — ele diz naturalmente e se aproxima a olhando.

A Hope sorriu pra ele e foi pro colo do mesmo, olhei pra Lhaís e ela me olhou surpresa. Hope estranha todo mundo que ela nunca viu antes, mas foi muito fácil com ele, como se sentisse quem ele é.

– Você é tão perfeita... — ele diz e se senta com ela no colo.

RICHARD RÍOS

Foi inexplicável a sensação que senti quando vi ela. Uma sensação que nunca senti antes tomou conta de mim junto ao nervosismo. Meu maior medo era ela não querer vir comigo por não saber quem sou, mas ela veio, veio e me abraçou. Eu abracei ela e senti meu corpo relaxar e a olhei, ela sorriu e olhou pra Alana.

– Eu te amo filha... — falo e sinto lágrimas escorrendo.

Hope me olhou e beijou minha bochecha, eu sorri e deixei vários beijinhos no rosto da mesma que riu e se escondeu no meu pescoço. Eu comecei a conversar com ela e ela me respondia do jeito dela, que não dava pra entender nada, mas era engraçado. Ninguém aguentou segurar os risos, nem a Lhaís e nem a Alana.

– Mamain — diz em tom de reclamação e olha pra Alana.

Hope apontou pra mim a olhando, como se estivesse reclamando que eu não concordei com ela.

– Papaiii — diz em tom de reclamação novamente.

Eu travei quando escutei aquilo, eu tentei falar, mas não consegui, meus olhos embaçaram pelas lágrimas contidas em meus olhos e logo elas caíram, Hope me olhou e fez uma carinha de preocupação, me braçou e deitou no meu ombro. Eu abracei ela e fechei os olhos sentindo esse cheirinho maravilhoso de neném, um cheiro que acalma a alma.

– Eu te amo filha — a olhei e funguei.

ALANA GODOY

Eu sai da sala e fui até o banheiro, fechei os olhos me apoiando na pia e suspirei segurando o choro. Ver a Hope chamando ele de pai e a emoção dele mexeram comigo, ela nunca teve uma figura masculina na vida dela, e eu espero que ele nunca decepcione ela como me decepcionou.

Eu respirei fundo e sequei o rosto, lavei, sequei e logo sai de lá.

– A janta tá pronta viu — Lhaís diz.

Eu assenti e o Richard se levantou.

– Eu já vou, pra vocês jantarem... — ele diz.

– Não precisa, pode jantar aqui se quiser... fica mais um pouco com ela — falo.

– Eu posso?

Eu assenti e ele sorriu, eu peguei os bixinhos da Hope e fui até eles.

– Toma filha, brinca com o papai — entrego pra mesma.

Ela pegou e esticou um pra ele, o mesmo se sentou no tapete com ela e começou a brincar com a mesma. Eu fui pra cozinha e coloquei comida pra mim, pra neném e coloquei a do Richard também.

– Vem comer — Lhaís o chama.

Ele veio pra cozinha com a neném e eu coloquei ela na cadeirinha de alimentação, coloquei o prato e entreguei a colher pra mesma, logo me sentei.

– Come amor — fiz carinho nela.

Ela sorriu e começou a comer, eu sorri a olhando e comi junto a ela. Richard comeu em silêncio, olhava pra Hope e encarava o nada, parecia perdido, sabe?

RICHARD RÍOS

Depois de comer, a Hope ficou no meu colo e acabou dormindo. Eu subi com a Alana colocando ela na cama e fiz carinho na mesma, logo saímos de lá.

– Quando você quiser ver ela, só me avisa antes, mas pode vir — Alana diz.

Eu assenti e a olhei.

– Eu queria combinar pra gente ir no cartório, pra mim registrar ela no meu nome

– A gente marca — ela assente.

– Bom, eu tô indo... se cuida

Ela assentiu e eu logo sai de lá. Oque ela me disse me fez refletir, realmente fui eu quem a fiz tomar essa decisão, por mais difícil que seja, eu sei que a culpa foi minha.

Have Hope • Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora