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...

RICHARD RÍOS

Eu cheguei em casa e fiquei quase a noite toda jogado no sofá encarando o nada. Conhecer a minha filha e no mesmo dia ela me chamar de papai foi uma das melhores sensações da minha vida, mas ver como a Alana está me deixou extremamente mal.

Quem olha assim, não percebe, mas eu conheço ela. Ela está mais fria que antes, parece não sentir nada, é que só sente quando se trata da nossa filha. Não é sobre eu querer ter ela de volta, mas sobre como ela ficou depois de tudo que aconteceu.

Eu peguei meu celular e na mesma hora vi mensagem dela no meu WhatsApp.

"Nana🔥❤️: oi, desculpa o horário.
quando tiver um tempo me avisa
pra gente conversar melhor sobre a Hope."

Eu sorri sozinho lendo o contato dela e suspirei, entrei na mensagem e a respondi.

se você quiser
pode falar agora

você não tem que dormir?
amanhã não tem treino?

tem
mas eu sem sono
pode falar

posso ligar?
fica mais fácil

pode

Eu fiquei encarando o celular, e assim que ela viu a mensagem, me ligou por chamada de voz.

– Diz aí — falo ao atender.

– Eu não vou colocar restrição nenhuma, nunca evitaria o contato de vocês um com o outro. Mas me avisa quando for vir, as vezes não estou em casa e pra deixar as coisas dela e ela arrumada também. Ela dormir fora é sem chance, ela ainda tá muito novinha e acorda de madrugada pedindo pra dormir comigo, então eu prefiro que não. Sobre o registro, quando você tiver um dia livre me avisa e a gente vai lá... acho que é só

– Por mim tudo bem — falo. – Mas e os finais de semana?

– Eu costumo sair com ela, mas se quiser a gente pode dividir

– Se não for te incomodar, poderíamos ir juntos... ela já tá acostumada a sair com você, não quero tirar ela da rotina

– Não tem problema, pode ser também

– Mais alguma coisa sobre ela que eu precisa saber?

– Não, o resto você vai aprender com o tempo — Alana diz. – Boa noite Ríos

– Boa noite... Alana

– Oi?

– Me desculpa por tudo

Ela pegou ar pra falar, mas não disse nada, apenas desligou. Suspirei e fechei os olhos, esfreguei o rosto e me levantei, deixei o celular carregando e fui pro quarto, mudei de roupa e me deitei. Eu preciso descansar.

...

ALANA GODOY

Mexeu demais comigo o dia de hoje. Eu tô aqui, jogada na sala tomando um vinho em plena uma e meia da manhã. As desculpas dele fizeram eu sentir toda aquela dor de novo, e de tudo que eu passei sozinha por isso.

– Não vai dormir? — Lhais pergunta aparecendo na sala.

– Vou, só tava pensando um pouco — seco meu rosto e me levanto.

Coloquei a taça na pia e respirei fundo, tomei um pouco de água e ela me olhou.

– Vocês dois precisam conversar sobre vocês

– Eu sei, mas ainda não tô pronta pra isso... eu prefiro esperar

Ela suspirou e me abraçou, encostei no ombro dela e suspirei baixinho.

– Eu odeio tudo isso... — falo baixinho com os olhos fechados e lágrimas escorrem.

– Eu sei meu amor, eu sei....

...

Eu acordei e sorri vendo a neném com a mãozinha no meu rosto. Dei alguns beijinhos leves pelo rosto dela e me levantei, coloquei travesseiros em volta dela e fui ao banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto. Escutei ela suspirar e olhei da porta do banheiro, ela abriu os olhos e olhou em volta, fez bico quando não me viu, mas assim que olhou pra porta do banheiro, sorriu e me fez rir.

– Bom dia mamãe — fui até lá e peguei a mesma.

Ela se deitou no meu ombro e eu fiz carinho nela, peguei meu celular e me sentei na cama. Hope se deitou no meu peito e eu ajeitei ela, logo abri o celular respondendo as mensagens, até chegar uma do Richard.

"Ríos: Bom dia, estão bem?  Nana, se você conseguir algum dia trazer ela aqui no CT pra mim contar pro pessoal... seria legal, sei lá
enfim, qualquer coisa pode me mandar mensagem, se cuidem❤️"

Eu suspirei e deixei o celular de lado, olhei pra Hope e sorri leve fazendo carinho nela, escutei a porta abrir e vi a Lhaís.

– Bom dia — ela diz se aproximando com café da manhã.

– Humm que chique, bom dia — ri baixinho.

– Dormiu bem?

Eu assenti e bebi um pouco de água.

– Ele me mandou mensagem agorinha — a olhei e mordi um pãozinho.

– Mandou oque?

– Pediu pra qualquer dia levar ela no CT pra contar pro pessoal sobre ela — falo.

– E você vai?

– Não custa nada, e acho que ele ficaria surpreso de eu aparecer lá hoje... seria legal ela conhecer o pessoal, não acha?

– Seria, ela é bagunceira, vai adorar os meninos — ela diz e nós rimos.

– Eu vou pensar, talvez eu vá.

Have Hope • Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora